Depois do passado

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Todo mundo tem um segredo... Mesmo aquele que você mais ama.


4 anos depois

Hinata acordou com uma mão envolvendo sua cintura, lhe puxando para perto da pele quente, adormecida. Deu um suspiro e se aconchegou no corpo de seu marido, apoiando as costas no tórax dele, mergulhou no calor dessa pele. Naruto ficava quente feito uma fornalha quando dorme, ao contrário dela que tem sempre alguma parte fria no corpo. Hoje são os pés, por isso ela os enfio por entre suas panturrilhas quentinhas.

– Que pé gelado! – Naruto exclama em meio à escuridão do quarto, e a voz dele ressoa por todo o corpo de Hinata. Do outro lado da cortina, ainda não amanheceu totalmente, um tom violeta que separa o dia da noite cobre o céu. Ainda falta mais ou menos meia hora para o alarme tocar. – Dormiu com os pés descobertos, pra fora da cama?

Falta pouco para o mês de agosto, mesmo assim, o frio de julho ainda não deu a menor trégua. Nos últimos três dias, o tempo tem se mantido cinzento, chuvoso, e as tempestades e o vento gelado fizeram a temperatura despencar mais do que de costume. Os meteorologistas preveem pelo menos mais uma semana de mau tempo. O uzumaki é a única alma viva que recebe o frio de janelas (e braços) abertos – é como se houvesse um termostato em temperatura escaldante dentro dele.

– É porque você insiste em dormir dentro desse lençol fino. Acho que todos os meus dedos congelaram.

– Vem cá. – Os dedos dele deslizam pela lateral do seu corpo, e a mão a puxou para ainda mais perto. – Vamos te esquentar, então.

E assim ficaram, deitados, em um silêncio aconchegante. O braço dele apertava a pequena cintura de Hinata, e o queixo se apoia no em seu ombro. Naruto está molhado e pegajoso de tanto suar à noite, mas não se importava. Esse era seu momento favorito, quando o coração e respiração deles pareciam entrar em sincronia. Gostava de momentos assim, tão íntimos quanto fazer amor.

– Você é minha pessoa favorita no mundo – murmura no ouvido sensível da Hyuuga, provocando-lhe um sorriso. Escolheram essas palavras em vez do tradicional “eu te amo”, e, para ela, elas significam muito. Toda vez que essa frase sai da boca de Naruto isso a atingia feito uma promessa, é como se ele dissesse: “você é tudo pra mim”.

– Você também é minha pessoa favorita no mundo.

Gaara assegurava que esse mel todo não iria durar para sempre porque conhecia Naruto. Ele dizia que, muito em breve, a convivência vai pôr um fim em todo esse fogo e que, de repente, ele ia começar a se interessar por outras mulheres. E que Hinata sofreria como as anteriores antes dela. Era estranho ouvir Gaara lhe falar isso, pensava de fato que o amigo estava apaixonado por Naruto e assim queria poder fazer ela se afastar do loiro.

O modo que o ruivo falava parecia sincero. Quando Hinata contou isso para o uzumaki, ele certificou-se de Gaara não aparecer no casamento mesmo que fosse amigo de Hinata. Ela sabia que se realmente tivesse sido seu amigo, ele teria ficado feliz pelo o casório.

Fechou os olhos, e as pálpebras dançavam de um lado para o outro com o toque dele. E essa preguiça e aconchego que estava sentindo era uma mostra que provavelmente iria atrasar o café da manhã.

– Hina? – sussurra ele.

– Hmm?

– Tenho que ir trabalhar.

Hinata abre os olhos.

– O quê?

– Esqueça.

A hyuuga deu uma risada.

– Foi o que imaginei. – Naruto estava trabalhando demais, o que não é muito comum, somado ao fato de que ele está de malas prontas para passar três dias em um congresso na França. Não é de se estranhar que sua lista de tarefas esteja maior do que de costume.

– E acho que está na hora de trocar o óleo do seu carro. Quando foi a última vez que fez isso?

– Sei lá.

Seu marido e ela se organizam em questão de tarefas já que Naruto não queria empregados domésticos. A manutenção dos carros e da casa são responsabilidade dele, já a comida e a limpeza são atribuições de Hinata. Nenhum dos dois se incomoda com essa divisão. Sabia que fez uma faculdade e que não deveria ficar na mansão, mas o casamento lhe

Ensinou a ser prática. Preparar lasanha é muito mais prazeroso do que ter uma empresa. Quem ela poderia enganar. Ela queria trabalhar mas Naruto insistia em falar que Hinata não precisava, e que poderia viver somente de seus sustentos.


– Pode verificar os recibos de manutenção pra termos certeza? Estão no porta-luvas.


– Tudo bem. Mas por que essa pressa toda agora? Já está de saco cheio de mim? Reconheço de longe o sorriso do meu marido, mesmo quando ele está assim, atrás de mim, sorrindo na minha nuca.

– Talvez. – Respondeu, embora as palavras dele lhe deixem meio agitada. Naruto é a pessoa alegre na relação, é quem faz piadas até nas horas e no lugar errado.

– Naruto...

Ano passado, depois dela insistir muito para visitar Hanabi na casa dos tios, tiveram uma briga na casa pequena e Naruto pediu para irem para um hotel. Disse que odiava lugares assim, com pessoas assim. Sua cara estava séria, tão séria que Hinata poderia jurar que era verdade o que ele tinha lhe dito. Ele riu extravagante e até hoje Hinata nunca sabe quando ele brinca ou quando ele fala sério, não consegue indentificar e tem medo disso.

– Desculpa, desculpas. Tive de comprar uma coisa especial pra você. Algo que vai te fazer se lembrar desse momento pra sempre, quando ainda somos apenas dois. – Ele vira
de lado, acende o abajur, tira da gaveta do criado-mudo uma caixinha vermelha e, com um sorriso
tímido, entrega. – Feliz aniversário.

Qualquer pessoa reconhece um verse joaillerie. Até mesmo ela. ficou paralisada, não se mexia nem um dedo sequer para abrir o embrulho, Naruto empurra o fecho com o dedão e abre a caixinha. Dentro dela, há
um anel solitário com ouro branco e uma pedra de safira a mais brilhante que ela já tinha visto.

– É um anel da empresa que estou fazendo parceira. Gostei do símbolo dá safira. É protetora do amor, promovendo a fidelidade, afinando os sentimentos entre os envolvidos. – Tentou conter as lágrimas, Naruto segura o seu queixo, a fazendo olhar para ele. – O que foi? Não gostou?

Passa o dedo pela jóia brilhante, que reluzem contra os olhos perolados. A verdade é que Naruto nunca tinha lhe dado algo tão caro, mesmo que ele fosse rico, mesmo que poderia ter escolhido uma peça mais linda que essa. Para ela. O anel era simples, mas, ao mesmo tempo, sofisticado, deslumbrante. É exatamente o tipo de joia que ela compraria. Mesmo não querendo aceitar, desejava esse anel mais do que deveria – não por ser bonito ou caro, mas porque Naruto o escolheu a dedo, especialmente para ela.

– Amei o anel, mas... – Balançou a cabeça negativamente. – É demais pra mim. Não posso aceitar isso.

- Não é demais. Não para mulher de minha vida. – Ele retira o anel da caixinha e o encaixa no dedo fino e pálido de Hinata. Sentiu temperatura fria e o peso da jóia, que encaixa perfeitamente, envolvendo seu dedo como se tivesse sido feito sob medida para a morena.

– Amei. – A hyuuga passa o braço ao redor do pescoço dele, e os diamantes cintilam, apoiados em seu ombro. – É perfeito. Como você. Naruto.

sorriu.

- Agora vamos dormir. Ou podemos fazer...

– Seu voo sai daqui a três horas.

Mas os lábios de Naruto já estão percorrendo todo o seu pescoço, a mão dele desce, desce, e continua descendo...

– E qual é o problema?

– O problema é que está chovendo. O trânsito vai ficar péssimo.

Ele a envolve, coloca ela de barriga para cima e, com o próprio corpo, prende Hinata na cama.

– Então, é melhor a gente se apressar.

The beginningOnde histórias criam vida. Descubra agora