Do lado de fora dos muros, estavam vários carros... com várias pessoas, todas elas armadas.
Fiquei olhando aquilo, de cenho franzido. Como todos eles haviam sobrevivido? De onde aquela gente saía?
Um deles avançou, se destacando, e me sorriu.
- Lauren, oi.
Percebi que era um dos homens que prendera Murphy e Jared, da primeira vez.
Ergui o queixo. - Veio fazer o quê?
Ele abriu os braços. - Que é isso? É assim que se trata as visitas?
- As visitas indesejadas, sim.
Ele riu. - Gosto de você. Bom, vamos falar de coisas sérias. Qual a sua ideia? Ficar matando meu pessoal até não sobrar ninguém?
Sorri. - É uma ideia muito boa.
Ele assentiu. - É, mas não é legal. Imagina eu matar o seu pessoal. Seria legal?
- Pode tentar.
- Exatamente, entendeu? Você não gosta da ideia e eu também não. Veja só, eu não matei esses seus amiguinhos aí. - Indicou Murphy e Jared.
- Mas ia matar a Ash. - Indiquei ela.
- Isso não fui eu. E essa bonitinha pode confirmar, eu não estava lá.
- Mas foram vocês. - Falei.
Ele assentiu, andando de lá para cá e depois parou, me olhando.
- Já deu para perceber que essa cidade é pequena demais para todos nós. Vamos fazer o seguinte: vocês têm até amanhã, ao meio dia, para sair daqui, ou eu vou matar todos vocês.
Eu ri e cruzei os braços. - Ninguém vai sair daqui. Quer sair? Sai você.
- Lauren, Lauren... Não estou brincando, menina.
Dei de ombros. - Nem eu.
Ele ficou sério e ergueu o dedo para mim.
- Você explodiu minha casa! Matou todo o mundo! - Gritou, mas depois ergueu o queixo. - Até amanhã, ao meio dia, ou eu derrubo essa prisão. - E se afastou, entrando no carro.
Fiquei vendo eles se afastarem, sem saber o que fazer. Minha cabeça quase explodia de tanto pensar. Como eu iria impedir aquele ataque? Como eu iria proteger aquelas pessoas?
- Lauren.
Olhei para o lado, vendo Jared.
Dei de ombros. - Eu não... - Franzi o cenho e olhei Mark. - Vem comigo, me mostra quantos homens pudemos usar para lutar. - Olhei Jared e Murphy. - Reunam todos os que não puderem lutar e levem daqui. Achem um lugar seguro e levem eles.
- Mas Lauren...
- Agora! - Toquei no braço de Mark e descemos o muro, nos afastando.
O médico, juntamente com algumas pessoas mais debilitadas, foram tiradas da prisão por Jared e Murphy, e levadas para um local que eles falaram ser seguro. Todos os outros ficaram.
Assim que regressaram, Murphy nos mostrou onde os guardas colocavam o material de proteção. Ainda tinha bastante coisas ali: coletes protetores, munição, armas...
Prendi algumas armas no cinto e nos coldres e peguei um dos coletes, olhando ele e respirando fundo.
- Você está bem?
Ergui o olhar e vi Murphy verificando uma arma e prendendo no cinto.
Assenti. - Não. - Falei. - Eu não queria condenar essas pessoas a uma guerra.
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Legado
Science FictionO mundo parou. Todos morreram. Do nada, as pessoas deixaram de respirar, caíndo como se estivessem adormecidas... Todos menos Lauren e o seu pai. Sozinhos em uma cidade fantasma, Lauren e Bill têm de sobreviver ao que parece ser o fim dos tempos, em...