47 - Recomeço

29 2 30
                                    

Após todos acordarem, eu expliquei o que acontecera e como eu matara todos eles.

Lauren ficou devastada e sentou junto dos corpos mortos do pai e do Jared, chorando.

Murphy liderou um grupo de sobreviventes, do nosso grupo da prisão, pelo subterrâneo, para ter certeza de que eu matara todos os outros.

Eu fiquei na sala de vidro, com Lauren, Mark, o médico e alguns dos nossos.

Olhei as minhas mãos, esfregando os dedos sujos de sangue e foi quando senti ele sentando do meu lado.

- Sabe como está o mundo lá fora?

Olhei Mark e neguei. - Pelo que percebi, está como o conhecemos.

Ele assentiu. - Você está bem?

Assenti. - Era mentira. Tudo era mentira. Quer dizer, as pessoas morreram mesmo, mas eu achei o Jared porque esses doidos quiseram. Eu fiquei com vocês porque eles quiseram. Eu... Você me beijou na prisão.

Mark segurou os meus ombros. - Isso fui eu, não eles. Eu beijei você. - Sorriu. - Isso era verdade. E eu beijaria um milhão de vezes.

Sorri e encostei a testa na dele, fechando os olhos. - Quero sair daqui.

Mark assentiu. - Deixa o Murphy chegar. - Nos afastámos e ele indicou a Lauren. - Ela não está em condições de liderar nada.

- Já imaginou? Era verdade, mas tudo o que vivemos, era mentira.

- Algumas coisas.

Fechei os olhos. Que confusão.

Murphy chegou minutos depois e todos olhámos ele.

- Todos mortos. - Ergeu a mão para mim, erguendo o dedão. - E fomos no topo, tem uma porta. Pelo que vimos, estamos dentro de uma rocha, nas montanhas em redor da cidade. O mundo está exatamente como já sabíamos.

Assenti. - Pelo menos isso. Algo está "normal".

- A cidade é nossa. - Disse Murphy.

Murphy

Ele avançou até Lauren e sentou do lado dela, tocando na sua mão.

A garota girou seus olhos na sua direção e sorriu fraco.

- Lamento, Lauren.

Ela assentiu. - Você tentou, né? Você trouxe ele para casa.

Murphy olhou o chão e depos respirou fundo.

- O homem que a Ash

matou... Era meu irmão. - Lauren o olhou, de cenho franzido. - Eu não via ele á anos.

- Ele fez isso?

Murphy deu de ombros. - Eu nem sabia que ele trabalhava com o governo. - Passou a mão pelo cabelo. - Eu juro.

Lauren tocou no seu rosto. - Eu acredito em você.

De repente, a garota levantou e ele imitou ela, segurando ela pelos ombros.

- Calma, ainda é cedo. Onde você vai? Todos vão entender se você precisar de mais tempo.

Lauren sorriu. - Vamos embora daqui.

Murphy ficou vendo ela se colocar na frente daquelas pessoas e falar, tomando a liderança de novo. Cruzou os braços. Nunca iria entender de onde ela retirava a força.

Olhou o corpo de Jared e suspirou. Ele ainda não superara. Assentiu uma vez. Iria cumprir sua promessa.

Murphy, Lauren e Ashley, lideraram o grupo de pessoas para fora do subterrâneo, abrindo a porta e saindo.

Lauren respirou fundo e olhou eles.

- Vamos regressar na prisão, pegar tudo o que é nosso e escolher um bairro legal para a gente viver. - Olhou Murphy. - Vamos erguer o mundo, de novo.

Murphy sorriu, assentindo e seguiu ela. Aliás, ele seguiria aquela garota até o fim do mundo.

Meses depois...

Murphy abriu a porta de casa e entrou, carregando várias coisas em seus braços, olhou para trás, para Mark.

- Cuidado com a porta.

Entrou na cozinha, onde Ahsley e Lauren estavam, sentadas, mexendo em papéis, e colocou tudo sobre a mesa, indicando Mark para fazer o mesmo.

Respirou fundo, cansado, e colocou as mãos na cintura, erguendo uma e indicando a mesa.

- Tá tudo aí. Cenouras, cerejas, refrigerante... Quero ver você comer tudo isso.

Lauren sorriu e levantou, se aproximando dele e abraçando, sua enorme barriga atrapalhando.

- Obrigada, Murphy.

- É... Sei.

Mark se aproximou de Ashley, beijou ela e sentou do seu lado.

Murphy pegou uma cerveja vencida e entregou a ele, abrindo outra e bebendo.

- Sabe o que eu e o Mark passámos para achar o refrigerante? E quase tivemos de fazer um pacto com o demónio para que a Susie nos desse as cenouras e as cerejas.

Mark riu alto. - Ela queria o Murphy em troca.

Murphy olhou ele, estreitando os olhos. - Cala a boca, oh soldadinho de cabeça oca. Ela queria você também, na pior das hipóteses.

Lauren riu, vendo a expressão de Ashley.

Lauren se aproximou de Murphy, segurou o seu pulso e puxou, levando ele até á sala.

- Obrigada, por tudo isso.

Murphy deu de ombros e sorriu. - Você é minha família.

Lauren revirou os olhos. - Você deveria achar uma família de verdade.

- Você sabe que eu não consigo, Lauren. - Murphy abaixou o olhar, erguendo de novo. - Não dá. Além disso, eu amo você. - Deu de ombros. - Um tipo de amor diferente, mas para mim é suficiente. Você, a Ash, esse bebê... É tudo o que importa.

Lauren abraçou ele de novo, e Murphy fechou os olhos. Lauren sempre seria seu porto seguro, mesmo que isso não fosse a nível amoroso.

De repente, Murphy abriu os olhos e Lauren ficou muito quieta. Ele afastou ela devagar e olhou nos seus olhos.

- Ele me chutou. - Disse Murphy, depois colocou sua mão na barriga dela. - Esse pequeno Jared me chutou!

Ela riu. - Ele chuta faz tempo!

- Porque nunca falou?

Lauren deu de ombros. - É tudo novo para mim, Murphy. Mas olha para mim! Estou enorme, claro que ele já está chutando.

Ele riu. - Quando ele nascer, e crescer, eu vou ensinar ele a jogar a bola, a perseguir os leões lá fora...

- Não. - Disse Lauren. - Leões não.

Murphy sorriu, lembrando de coisas que aconteceram no passado, envolvendo ele e um leão.

- Tá, leões não. - Riu e colocou sua mão enorme de volta na barriga dela. - Já escolheu os nomes?

Lauren sorriu e assentiu. - Se for menino, será Bill. Se for menina, será Jill.

Murphy ergueu uma sobrancelha. - Vai ter de ser menina, esse nome é fantástico.

LegadoOnde histórias criam vida. Descubra agora