39》compiled

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6 meses depois

—Oh não não... —Meu pai toma de mim a garrafa de vinho que eu estava a prestes a abrir. —Já é a terceira só essa semana.

—Pai! —Falei em reprovação.

—Mandy...—Ele faz o mesmo. —Filha você precisa parar com isso, você não está bem.

—Eu estou completamente bem.
—Ele me olha com seu típico olhar de reprovação, balançando sua cabeça.
—O senhor que só é protetor demais. —Tento brincar mas recebo seu olhar sério.

—Você é cabeça dura como sua mãe, enfim eu vou viajar hoje, vou ficar fora por uma semana, e por favor me prometa que vai ficar longe do álcool.

—Falando assim até parece que sou uma viciada, eu já disse que estou bem, só gosto muito desse vinho.

—Não Mandy, você está bebendo demais
—Segura a garrafa em minha frente. —Como se não houvesse amanhã, está descontado tudo nisso aqui, e não é assim que tudo vai melhorar.
—Ele abre a garrafa e despeja todo o líquido na pia. —Me prometa que vai se controlar enquanto eu não estiver aqui.

Apenas balanço minha cabeça em afirmação já começando a lacrimejar, logo meu pai me abraça. —O Marcel chegará amanhã, ele vai te ajudar minha pequena, e você precisa continuar vendo a terapeuta. —Ele afaga meus cabelos. —Pare de auto sufocar, coloque tudo pra fora, não se deixe perder a guerra, ok? Estou fazendo isso pelo seu bem.

Eu sei que ele está fazendo isso para o meu bem, balanço a cabeça mais uma vez em afirmação, sentido o seu abraço me apertar um pouco mais.

Mas os últimos meses tem sido difíceis.

Acabei entrando em um quadro de  depressão, meu pai assim que notou os sinais me levou de imediato em um especialista, mas nada foi tão simples eu ainda sinto que não progredi muito, há algum tempo eu comecei a consumir muito álcool apenas pra fugir da realidade, e infelizmente me trouxe sensações de acalento e bem estar e o barato de se sentir feliz mesmo sendo por poucas horas.

E isso não é nada bom, afinal pela busca incessante dessas coisas, eu acabei ficando viciado, afinal o álcool tornou isso passageiro ter bons sentimentos e sensações mas no dia seguinte apenas uma grande ressaca me aguarda.

Antes eu evitava ao máximo consumir bebidas e coisas do tipo, a sensação amarga ou aquele líquido descendo e queimando todo o trajeto da minha boca até o estômago era terrível.

Mas hoje é quase como um jeito de me castigar, a dor se tornou algo bom, é quase como se eu merecesse isso.

Me despeço do meu pai, ele estava indo para a Inglaterra resolver papeladas sobre o seu negócio, eu gostaria de ir com ele mas não estou nem um pouco afim, afinal iria virar burburinho nas mídias sócias, depois do meu sumiço repentino e sem muitas explicações.

Já era umas 4:00hrs da tarde quando ouço a campanhia tocar, não estava a espera de ninguém mas assim que vi pelo olho mágico da porta fiquei surpresa.

—Anthony!! —Abro a porta vendo o mesmo sorrir largo.

—Mandy! —O recebo com um abraço.

—Que visita repentina, vem vamos entrar.

—Eu estava com saudades, tive uma trabalho aqui no Texas e resolvi passar pra dar um oi, já que a senhorita parece ter perdido o celular. —Ergue sua sobrancelha falando francamente.

—A cara, eu só estava tentando evitar algumas coisas, me desculpa —Ele balança a cabeça em afirmação.
—Aceita algo pra beber?

—Uma cerveja seria ótimo. —Ele solta o ar pela boca tirando às mãos de dentro dos bolsos de sua calça.

𝙎𝙏𝘼𝙉 | 𝐒𝐞𝐛𝐚𝐬𝐭𝐢𝐚𝐧 𝐒. (Concluída e em revisão)Onde histórias criam vida. Descubra agora