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Desespero
Resultado de não ter levado casaco na sexta, Hayla acordou mal no sábado. Por sorte conseguiu controlar para não demonstrar, pois sabia que iria escutar sermão se não conseguisse. A garota havia dormido feliz depois de dar o primeiro beijo no garoto que gosta e por isso não se importou em acordar doente e com sua mãe entrando ansiosa para saber sobre o ocorrido.
—Eaí, me conta como foi.— diz a mulher deitando na cama ao meu lado.
—No drive in a gente assistiu o filme todo de mãos dadas e...—
—Quem segurou primeiro?— a mamãe pergunta sem nem me deixar continuar.
—Ele entrelaçou primeiro durante o filme e eu no caminho pra 'cá.— Acabo por soltar uma risada alta com a reação da mulher ao meu lado. —Eu beijei ele.—
—Você beijou ele?— balanço a cabeça em concordância e ela fica ainda mais animada. —Essa é a minha filha!—
—Por que toda essa agitação?— Pergunta Griffin esfregando os olhos na porta do meu quarto.
—Eu beijei o Billy.—
—Essa é minha irmã!— dou um sorriso com a reação dos dois e vou mais pra perto da parede para meu irmão poder deitar junto na cama.
—Mas foi só selinho ou teve língua no meio?— Griffin faz uma carreta com a fala da nossa mãe.
—Eca mãe, que nojo!—
—Nojo você só diz agora, quero ver quando você chegar nessa idade. Mas eaí, Hayla?—
—Não foi só selinho, foi beijo, beijo.—
—A minha menina tá ficando tão crescidinha...— a mamãe diz fingindo limpar as lágrimas dos olhos.
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No domingo não foi mais possível esconder que estava doente, ficou o dia inteiro deitada na cama, mal conseguia deixar os olhos abertos. De vez em quando seu irmão vinha fazer companhia para que não se sentisse tão sozinha, sua mãe também aparecia para ver como estava a febre, mas logo ia continuar a lista de rotina da família Stagg, já que à partir de amanhã, irá começar a trabalhar de dia e as duas crianças terão que ficar sozinhas durante o almoço e a tarde.
Foi a noite que a febre piorou e Hayla começou a ter leves delírios, mas com os medicamentos logo foram cessando, embora ainda esteja preocupada em como iria recuperar os conteúdos caso faltasse a escola. Não é que ela gostasse de estudar, mas gostava de ser elogiada por ter ótimas notas. Já era em torno das vinte e duas horas e dava para escutar perfeitamente os passos no corredor do restante da família se preparando para ir dormir.
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My Paperboy-Billy Showalter
Hayran KurguHayla Stagg não era uma garota perfeita, mas também não passava despercebida. Ela era apenas uma jovem determinada a viver a vida do seu jeito, sem se deixar levar pelas preocupações e, por um tempo, estava conseguindo. No entanto, como todos sabem...