Capítulo 1

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PONTO DE VISTA DE CAMILA.

NUNCA PENSEI que faculdade seria tão estranha. Quero dizer, eu estava realmente empolgada com a grande mudança, mas eu realmente não sabia o que esperar além do que você vê nos filmes.

Ninguém me conhecia a não ser Dináh e Alexa, então eu poderia me reinventar se quisesse, poderia ser uma pessoa totalmente nova e trilhar um caminho completamente diferente se assim o quisesse. Mas quando cheguei à escola, descobri que simplesmente não podia deixar de ser eu mesma.

Eu nerd, introvertida, esquisita.

Meu dormitório era bem pequeno, sendo um dos prédios mais antigos do campus, e tinha apenas três andares. Era como se tivéssemos nosso próprio pequeno santuário onde pudéssemos ser nós mesmos.
Todos os tipos eram bem-vindos, mas era uma atmosfera esmagadoramente nerd. Eu gostei daquilo. Mas, para ser honesta, não estava preparada para o nível de nerd. Muito diferente do ensino médio.

Então.

Atualmente é fevereiro, estou na cama, enfiada em cerca de quatorze cobertas e não estou fazendo nada além de ficar mais quente a cada segundo.

Na verdade, não quero alarmá-la nem nada, mas acho que posso estar muito doente. Minhas mãos estão úmidas, meu estômago está revirando e estou significativamente mais pálida do que há dez minutos.

Dou outra olhada no pequeno espelho de mão na minha mesa de cabeceira e suspiro o mais alto que posso. Não há dúvida sobre isso: estou claramente muito doente.

Seria errado correr o risco de espalhar essa "infecção" perigosa para outras pessoas possivelmente menos resistentes. Vou ter que lutar sozinha contra esta doença.

Dia todo. Sem ir a aula nenhuma.

Fungando, me arrasto um pouco mais para baixo dos edredons e olho para o relógio na parede oposta. Então fecho os olhos e conto mentalmente:

10, 9, 8, 7, 6, 5, 4, 3, 2…

Nesse ponto, absolutamente na hora como sempre, a porta se abre e o quarto explode: cabelo e bolsa e casaco e braços por toda parte. Como uma espécie de bomba feminina. E lá, como por mágica muito pontual, está Dináh Jane.

Dinah – para constar – é minha melhor amiga, e estamos tão em sintonia que é como se tivéssemos um cérebro, dividido em duas partes ao nascer. Ou (mais provavelmente) dois cérebros, entrelaçados pouco depois.

Embora não tenhamos nos conhecido até os dez anos de idade, então obviamente estou falando metaforicamente ou ambas estaríamos mortas.

O que estou tentando dizer é: estamos perto. Estamos harmonizadas. Somos uma é a mesma. Somos como um fluxo perfeito de consciência, sem nunca uma palavra cruzada entre nós. Trabalhamos com sinergia perfeita e inquestionável. Como dois golfinhos que pulam exatamente ao mesmo tempo e passam a bola um para o outro no Sea World.

De qualquer forma. Dinah dá um passo para dentro do nosso dormitório compartilhado e, olha para mim, e então para e coloca as mãos nos quadris.

— Bom dia,” eu resmungo debaixo das cobertas, e então começo a tossir violentamente.

A tosse humana libera o ar a cerca de 60 mph e, sem ser em vão, gostaria de pensar que a minha atinge 65 mph ou 70 mph no mínimo.

— Nem pense nisso,” Dinah retruca.

Paro de tossir e olho para ela com meus olhos mais redondos e confusos.

— Hmmm?" digo inocentemente. E então eu começo a tossir novamente.

A garota Geek.Onde histórias criam vida. Descubra agora