Against The Time | Zayn Malik

Capítulo XIII: Com o coração perfurado, mas nunca morto

— Zayn, me conte exatamente o que aconteceu? — Robert disse mais uma vez.

Jane não saiu de perto de Zayn em momento nenhum. Quando todos chegaram procurando por eles desesperados, Robert, Amélia, Thomas e Jacob, o quarto de Zayn ficou pequeno e Jane o ajudou a se levantar da cama, abriu as portas do armário dele como se tivesse feito aquilo a vida toda e pegou uma camisa branca dobrada em uma das prateleiras e andou de volta para Zayn, o ajudando a se vestir com olhos marejados mesmo enquanto ele sorriu agradecendo. Jane mal tinha tido tempo para reparar em como os músculos dele eram desenhados debaixo da roupa, mas ela notou quando ele moveu os braços para se vestir.

— Isso foi covardia! — Jacob estava indignado. — Se eu estivesse com você teríamos quebrado a cara deles, você sabe quem foi?

— Eu... — Zayn começou, sua cabeça estava doendo um pouco, devia ser por cansaço, mas ele estava muito bem sentado no sofá do centro da sala de mãos dadas com Jane, e ela olhava para ele a cada vez que Zayn falava, como se estivesse pronta para tudo que ele falasse, como se nada fosse mais importante do que ele, nem mesmo as vozes exaltadas, os gritos e as expressões de choque.

— Temos que ir a polícia. — Thomas disse. — Mesmo que estivéssemos os três juntos, quem sabe o que poderíamos ter feito?

— Eu não acho que... — Zayn começou balançando a cabeça, mesmo depois de ter dormido um pouco ele ainda se sentia cansado e não tinha muitas forças para falar e se impor diante de todas aquelas pessoas falando e perguntando sem parar.

— Zayn — Robert se aproximou e se abaixou na frente de Zayn, se apoiando em um dos joelhos e esticou a mão tocando o ombro do filho. — Olha só o que fizeram com você, mal sabemos quantas horas ficou desacordado, o que de pior poderia ter acontecido. — Balançou a cabeça. Amélia estava aflita andando na sala de um lado para o outro, parou e observou Robert e Zayn. — Ninguém faz isso com o meu filho e sai ileso. Eu te protejo. Sempre irei.

— Mas o que podemos fazer? Ir à polícia? O que eles farão? — Zayn ergueu as sobrancelhas, ele parecia tão cansado que Jane só queria que deitasse em seu colo para ela lhe fazer carinho.

— Acho que farão mais do que nós, mas você não quer contar nada. Tem alguém te ameaçando? — Robert disse. Jane percebeu que o toque dele no braço de Zayn tinha ficado mais firme.

E ela também notou quando Thomas e Jacob trocaram um olhar, foi como se soubessem de alguma coisa, com certeza sabiam e não estavam dizendo a ela ou a ninguém, mas Jane não conseguiu pensar em nada, Zayn não era nem de longe o tipo de pessoa que se envolveria em confusões que poderiam colocar sua vida em risco daquela maneira.

— Eu acho que Zayn deveria poder descansar. — A expressão de Jane se fechou, impaciente. — Dormir um pouco, comer alguma coisa.

— Jane está certa. — Amélia disse. — Robert, venha e me ajude preparar alguma coisa pra todas essas crianças comerem.

Jacob, Thomas e Zayn franziram a testa em um movimento síncrono de indignação por terem sido chamados de criança, Jane revirou os olhos.

— Você acha que o que aconteceu tem a ver com ele? — Jacob cruzou os braços sobre o colete.

Zayn olhou para ele com os olhos arregalados, antes que tivesse tempo de responder, Jane disse:

— Ele? — Ela pareceu alarmada olhando de um para o outro, Robert deixou de caminhar para a cozinha e parou subitamente ao lado de Amélia. — Ele quem? — Ela endireitou os ombros atenta e colocou a mão em cima da coxa de Zayn sem perceber, enquanto esperava para ouvir o que ele diria.