Capítulo XVIII: Finalmente destruído

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Zayn estava deitado em um colchão tão fino quanto o lençol de sua própria cama em casa, mas ele estava entediado e cansou de andar para todos os lados. As costas também estavam doendo um pouco, mas era melhor do que ficar feito bobo andando pelo pequeno espaço ali. Mas ele sabia que se não saísse logo, enlouqueceria.

O fato de estar preso sem poder fazer nada, nem mesmo comer ou beber água, o lembrava de como ele se sentia livre quando estava cavalgando e o quanto gostava de Atticus, de correr com ele, de poder andar pela rua sentindo o vento frio de Londres no rosto... A liberdade era, com certeza, sua maior virtude. E ele nunca teria nada daquilo enquanto continuasse ali, esperando o que mais iria acontecer para mantê-los longe um do outro, ele e Jane. Seria sempre como esperar a próxima coisa que poderia detê-los sem saber se seria definitivo ou se conseguiriam superar, seria dormir pensando qual seria a próxima pedra no meio do caminho. Viria em uma semana, um dia ou em apenas uma hora?

A luz do dia já não brilhava mais através da pequena janelinha no alto de uma das paredes da cela, também cheia de grades obviamente. A noite tinha chegado e Zayn nem ao menos tinha recebido notícia alguma ou uma visita desde que Jacob fora embora na tarde anterior, o que não o deixava triste, mas fazia pensar no quanto George estava disposto a fazer com que ele se sentisse mal e amedrontado para que aceitasse a idéia ridícula de se afastar de Jane.

Já era a segunda noite que ele teria que passar ali, a anterior tinha sido em claro, ouvindo os ruídos e barulhos que deveriam ser ratos passarem pelo teto ou nos corredores, se Jacob estivesse ali eles estariam se lembrando de alguma situação suficientemente semelhante, mas Zayn jamais desejaria que o próprio amigo estivesse passando por aquilo também. A luz da lamparina estava quase se apagando também, em alguns momentos ele estaria no completo escuro e preferia estar dormindo para acordar quando a cela fosse iluminada pelo sol outra vez.



Jacob olhou para os dois lados antes de empurrar a porta da livraria e entrar depois de girar a chave, trancando de volta. Permanecia fechada desde o dia anterior, Amélia já tinha ido à delegacia com Finn e outro advogado desde manhã, mas Zayn tinha passado aquela noite preso de qualquer forma.

Jacob estava segurando um pacote nos braços como um bebê frágil.

— E então? — Fora Thomas quem perguntou.

— Consegui. — Ele disse. — Vendi tudo. E você?

Thomas assentiu.

Charlotte se levantou de uma cadeira.

— Vocês acham que Zayn estará livre hoje? — Ela parecia apreensiva. — Jane me implorou para que fosse vê-la outra vez ontem, e eu queria tanto levar boas notícias.

— Zayn não fez nada. — Jacob desceu um degrau da entrada e foi caminhando com seu pacote até a mesa onde Thomas e Charlotte estavam. — Ele não pode ficar lá por muito tempo, deve ter alguma coisa acontecendo. Alguma coisa que não sabemos.

— Jane me contou que eles não podem ficar aqui. — Charlotte se virou para Jacob, o cabelo ruivo estava sempre preso em um coque elegante e cheio de prendedores de flores. — E que enquanto eles estiverem perto de George, não terão paz ou uma vida juntos sem interferências. Ela estava certa? — Franziu a testa. — George Gray seria mesmo capaz de tudo isso?

Thomas e Jacob trocaram um olhar cúmplice, que Charlotte notou, e isso logo a enfureceu.

— Parem de achar que podem esconder as coisas de mim! — Ela bateu o pé no chão e saiu andando depressa em direção a porta. — Thomas, vamos logo!

— Thomas, vamos logo. — Jacob murmurou debochado para Thomas e se virou caminhando em direção a porta também. — Nunca me perguntei quanto espaço a casa de minha tia oferece no sofá. Alguns de nós terão que se sentar no chão. — Ele olhou para Charlotte e depois saiu andando na frente dela em direção a porta.

Against The Time | Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora