Capítulo XVIII: Londres sempre é distante

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— Senhorita, Zayn me pediu para que lhe ajudasse com as coisas.

Jane parou diante da porta do apartamento de Zayn, que ela, àquela altura, já sabia a senha. Estava segurando uma alça de sua mochila nos ombros e nada além disso.

— O que eu posso levar? — Ele olhou a espreita, talvez esperando por malas ou uma caixa cheia de livros e outras quinquilharias, mas tudo o que Jane respondeu foi:

— Nada. Não tenho nada, só essa mochila aqui onde estão minhas coisas.

Alex assentiu atencioso e estendeu a mão, e então Jane resolveu deixar que ele levasse mesmo a mochila já que ele parecia desesperado para ajudar com alguma coisa, ficou parado do lado de fora da porta o tempo todo enquanto Jane juntava suas coisas na mochila no quarto acima.

— Janevieve, você tem certeza de que quer ir? — Greta apareceu andando apressada vindo dos quartos segurando uma manta pequena de crochê dobrada nos braços.

Jane olhou para ela sem vontade de dizer muita coisa.

— Zayn me disse para ir e acho que é melhor assim. — Jane deu de ombros. — Foi um prazer conhecê-la. — Jane fez menção de sair e então Greta foi mais rápido até ela, as duas ficaram paradas próximo a mesa de jantar.

— Ele... Não entendo. — Greta parecia muito surpresa. — Pensei que vocês estivessem juntos e... ele não faria isso.

Jane ficou quieta, não sabia o que Greta queria que ela dissesse, já tinha escutado o que Zayn tinha a dizer.

— Zayn não tem muitos amigos aqui, ele é uma pessoa fechada e desde a morte da mãe não confia em muitas pessoas, ele se trancou em alguma redoma solitária e... — ela gaguejou. — Então voltou de Bradford a umas semanas atrás e parecia tão leve, tão empolgado como o menino que eu já conheci e sei que ainda está nele. — Ela segurou a mão de Jane, olhando-a nos olhos como se estivesse pedindo alguma coisa importante. — Ele conheceu você e depois eu vi vocês dois aqui no início da semana, eu o conheço e sei que ele estava se permitindo ser feliz e confiar em alguém de novo, seja o que quer que ele tenha dito, ele não a quer longe de verdade. Zayn gosta de você, ele gosta muito, então se puder ficar...

— Eu não posso, sinto muito. — Jane puxou sua mão devagar. — Você foi muito gentil comigo. — Jane sorriu para ela. — Obrigada. — E se virou sem pegar a manta que Greta teria lhe oferecido se ela não tivesse saído tão rápido.



Jane nem sabia como, mas Alex tinha estacionado em frente a casa dela. Já era quase 11h da manhã quando ela reconheceu as paredes amarelas e as molduras brancas das janelas instantaneamente assim que o carro parou. Ela estava cansada demais para ligar ou mandar mensagem avisando a todos que ia chegar, então não havia nenhuma faixa constrangedora de boas vindas, só tinha enviado uma mensagem a Charlotte, mas ela sentiu seu coração se apertar de saudades de Amélia, ela com certeza faria um chá quentinho para Jane e encheria as mãos dela de biscoitos de coco.

Alex saiu para fora do carro rapidamente, mas Jane não esperou que ele desse a volta para abrir a porta, ela já estava saindo quando ele parou.

— Hum, obrigada? — Disse com um sorriso fraco, colocando a alça da mochila no ombro e pulando para a calçada.

— A senhorita precisa de mais alguma coisa? — Alex perguntou educadamente, com as mãos para trás.

— Não, já vou entrar. — Jane balançou a cabeça e deu mais um sorriso para ele e se forçou a não correr direto para a porta quando ouviu o carro prateado saindo.

Ela abriu a porta e depois fechou deixando suas chaves penduradas ali, quando se virou de volta para a sala, se assustou com a figura de Charlotte sentada no sofá mexendo as pernas e com um sorriso contente. Ela soltou uma revista de lado quando Jane se aproximou.

Against The Time | Zayn MalikOnde histórias criam vida. Descubra agora