Capítulo VI: Sob a luz prateada
Jane estava com as mãos apoiadas no balaústre de pedra enquanto observava as flores daquele jardim com a pouca luz que podia, a luz da lua e o pouco do reflexo dourado que vinha de dentro da casa de Charlotte pelas janelas em volta, e ela começou a se sentir receosa em um certo momento pensando se Zayn iria chegar ou se tinha ficado preso lá dentro com os amigos ou se ele mesmo não iria querer encontrá-la ali.
Mas depois balançou a cabeça se sentindo tola, ela não sabia de onde estavam vindo todas aquelas inseguranças, claro que ele viria. Zayn sempre viria. Ele tinha sido seu amigo a vida toda, seu melhor amigo de um jeito que nenhuma das outras meninas conseguia ser, Zayn jamais tinha achado que Jane era menos importante por ser mulher ou que ela não merecia sua atenção do mesmo jeito que os homens ou qualquer um, então ele viria porque se importava com ela e com o que ela dizia.
Jane relaxou novamente se deixando sentir a brisa fresca que balançava algumas mechas de cabelo seguras nos prendedores de pérolas conforme o vento batia nelas e estava confortável de sentir, ar fresco era mesmo uma boa ideia.
E depois de segundos assim ela encarou o céu cheio de estrelas naquela hora da noite, talvez se ela pelo menos dissesse a Zayn o que estava sentindo e como aquilo era diferente de tudo que tinha sentido por ele a vida toda, mas que independente do que ele sentisse também ela jamais iria querer perdê-lo. Só que as coisas não pareciam tão simples agora que ela esperava por ele, Zayn tinha se encontrado com Celine várias vezes a dias atrás e tinha parado de ir a casa dela, Jane ainda não conseguia se esquecer do dia no celeiro quando ele ficou bravo por ela ter mentido, e Zayn nunca ficava bravo com ela. Ela não sabia o que tinha feito para que ele se afastasse, arrumou um trabalho e nem mesmo tinha contado a ela, deveria até mesmo ter dito sobre Celine, eles sempre contavam tudo um ao outro.
Todas aquelas inseguranças chegaram de repente e fizeram as mãos de Jane começarem a suar, ela nunca tinha inseguranças quando se tratava de Zayn, então por que agora? Talvez não devesse estar ali imaginando coisas bobas, talvez tudo ficasse pior ainda se ela dissesse a ele o que tinha vontade e quem sabe o deixasse bravo de novo, ela nem mesmo sabia porque ele tinha deixado de ensiná-la a pintar ou deixado de acompanhar seu pai que cuidava dos cavalos e das carruagens todos os dias, agora Zayn tinha outras coisas para fazer e tudo o que ele não deveria querer é que ela ficasse em cima dele como se tudo ainda fosse igual. Nada era mais como antes.
E foi pensando nisso que Jane se virou balançando as mãos suadas pronta para entrar novamente pela porta, mas parou abruptamente dando de cara com Zayn. Ele tinha acabado de passar pela porta meio aberta vindo de um corredor vazio e aquela brisa fresca também batia no cabelo dele e deixava suas bochechas vermelhas.
— Está tudo bem? — Zayn sussurrou preocupado pela expressão assustada de Jane, isso porque encontrá-lo ali enquanto pensava em tantas coisas sobre ele mesmo fez ela se sentir exposta, como se ele pudesse saber de tudo o que se passava na cabeça dela. — Parece que viu um fantasma. — Ele sorriu achando-a engraçada.
— Estava pensando se você viria mesmo. — Jane disse voltando-se para as flores outra vez.
— Você me deu aquele olhar, então soube que não tinha escolha. — Zayn estava bem humorado, deu mais um passo à frente e se aproximou fazendo Jane olha-lo de cima abaixo, rapidamente, ele era tão alto agora e suas mãos eram firmes e não desajeitadas. Será que aquelas mudanças tinham acontecido com ela também? Algo em sua postura ou no toque das mãos que indicasse que ela estava melhor do que antes?
— E se tivesse? — Jane indagou olhando para ele.
— Viria da mesma forma. — Zayn respondeu rápido como uma coisa que já sabia. — Eu sempre venho quando você chama.
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Against The Time | Zayn Malik
FanfictionUm amor entre 1880 e 2022. É assim que Jane e Zayn se encontram novamente. Jane vivia numa Londres vitoriana de grandes romances literários e avanços sociais de 1880, quando o auge da tecnologia alcançada pelo homem era a lâmpada elétrica. Ela tinh...