Against The Time | Zayn Malik

Capítulo VII: Intrínseco

Intrínseco:

1. que faz parte de ou que constitui a essência, a natureza de algo; que é próprio de algo; inerente.

2. que é real; que tem importância, significação por si próprio, independentemente da relação com outras coisas.

Jane saiu da varanda da casa de Charlotte e antes de voltar para o salão parou no corredor respirando fundo e tentando estabilizar o ritmo acelerado de seu coração para que conseguisse mentir dizendo que o ar fresco lhe fez bem e lhe trouxe calma, o que ela não conseguiria como estava: O peito subindo e descendo depressa, a garganta seca e os lábios dormentes de um beijo forte e duradouro. 

Mas ela foi caminhando devagar pelo corredor e encontrou as luzes de volta para o salão, dando alguns passos dentro e passando distraidamente a mão pelo cabelo quando uma mecha escapou de trás de sua orelha, ela mal conseguia pensar muito, podia jurar que a vista ainda estava turva e que se ela andasse mais rápido enfrentaria uma sensação de desmaio. Estava chocada, quase suando e completamente perplexa com o que tinha acabado de acontecer com Zayn, tanto que a presença de Thomas já tinha parado de importar. Ela não estava preocupada com o fato de ter sido pega se beijando com um homem que até então não mantinha vínculo de compromisso matrimonial com ela, pouco importava porque a sensação de ter beijado Zayn e tocado nele de inúmeras formas era maior e tinha sido tão boa que uma parte dela ainda estava tomada por isso, então tudo poderia ir pelos ares que ela não se importaria. 

Na verdade, Jane refletiu como todos deveriam ter alguém para beijar daquela forma em sua vida. Alguém que retribuísse as afeições da mesma forma que Zayn tinha feito. 

Ela estava tão imersa na enchente de pensamentos que quando passou a mão pelo cabelo demorou alguns longos segundos para notar que a mecha só tinha caído porque seu pente de pérolas que prendia o cabelo para trás não estava mais lá. Aquilo sim a assustou e fez sua expressão mudar, os olhos se arregalaram e ela virou o tronco para trás pensando que deveria ir atrás para buscar imediatamente. 

— Jane! — Era Diana chegando, Jane se virou outra vez. — Jane, você demorou. Onde estava? Já se sente melhor? — Sua mãe chegou alarmada, mas mantendo o tom de voz baixo mesmo nos sussurros desesperados. 

— Eu... — Jane não conseguiu pensar tão rápido. Ela apenas passou a mão pela saia cheia de seu vestido para se certificar novamente de que tudo estava no lugar, o vestido era lindo como nada que Jane já tivesse usado, ela não queria que sua mãe pensasse que ela não poderia se comportar nele.

— Jane, filha, seu cabelo... — Diana franziu a testa se aproximando mais de Jane. — Está horrível. — Sussurrou desesperada novamente. — Onde estão as pérolas deste lado? — Ela estava encarando o lado sem o pente de pérolas agora.

— Eu estava mesmo procurando. — Jane abaixou a cabeça e fingiu olhar pelo chão. — Deve ter caído pouco tempo depois da minha primeira dança ou então no banheiro onde eu estava. — Jane se virou para trás e viu Zayn entrando novamente também caminhando ao lado de Thomas.

A primeira coisa que ele fez foi procurá-la pelo salão e Jane, que já estava esperando, foi achada facilmente e os dois trocaram um olhar cúmplice, afetuoso e secreto, que terminou quando Jacob chegou chamando a atenção de Zayn e Jane se lembrou de voltar a fingir a preocupação com seu enfeite de cabelo. 

— Era prata e pérolas, um dos mais lindos. — Diana parecia surpresa. — Deveria prender bem, Greta não deve ter pego cabelo suficiente. 

— É mesmo terrível. — Jane deu um suspiro triste muito bem fingido. Mas nada naquela noite havia de ter sido terrível.