CLARKE
— Você tem certeza disso? — Clarke espia Bellamy segurando o gargalo da garrafa de vinho como um cabo de aço.
— Minha resposta não mudou desde a última vez que você me perguntou há três minutos — ele olha para o prédio de apartamentos da família dela com os olhos apertados.
Clarke nunca teve vergonha do bairro em que cresceu. Crescer com o salário de professora que sua mãe tinha a ensinou a ser grata pelo que tinha, porque havia muitas crianças em pior situação.
— Bem, é melhor acabarmos com isso — conduz Bellamy pelas luzes bruxuleantes do corredor de entrada e em direção à escada.
— Sem elevador?
— Só se você quiser esperar o corpo de bombeiros para resgatá-lo.
Clarke tinha a respiração pesada pelo esforço em subir escadas, enquanto Bellamy não parecia nem um pouco sem fôlego depois de três lances de escada.
— Lugar encantador — ele avalia o papel de parede descascado e o carpete manchado com um olhar crítico.
— Não julgue até ver o interior.
— Estou entusiasmado por antecipação — ele responde com uma voz monótona.
— Idiota.
Clarke não sabia porque se sentia tão incomodada com o julgamento dele.
Não é como se ele nunca medisse suas palavras, mas mataria ele ser educado de vez em quando?
Provavelmente.
Ela agarra a aldrava e bate-a contra a porta com um pouco mais de força do que o normal. Ficam lado a lado, dois corpos rígidos não acostumados à proximidade um do outro. Ela passa as palmas úmidas pela lateral do vestido. Seus nervos parecem deslocados em comparação com a fria indiferença de Bellamy.
Nana, a avó de Clarke, abre a porta. Ela examina Bellamy da cabeça aos pés antes de voltar seu olhar para a neta.
— Agora entendo por que você está disposta a trabalhar fins de semana e feriados para este homem. Se meu chefe tivesse metade da aparência dele, eu nunca teria me demitido.
Clarke queria encontrar o poço mais próximo e saltar para dentro dele. O olhar geralmente vazio de Bellamy está ausente, substituído por olhos brilhantes tão diferentes dele, ela pisca para ter certeza de que não está vendo coisas.
Ele acha isso... engraçado? Só porque ele se alimenta do constrangimento das pessoas.
— Sou Bellamy. Prazer em conhecê-la — ele estende mão.
— Prazer em conhecê-lo também — Nana fala com os olhos na garrafa de vinho.
Bellamy a oferece, e ela desaparece na cozinha. Clarke desvia o olhar, percebendo que ele tentava conter o riso.
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𝐀𝐂𝐎𝐑𝐃𝐎𝐒 𝐄 𝐂𝐎𝐍𝐓𝐑𝐀𝐓𝐎𝐒 | Bellarke [Concluída]
Hayran KurguACORDOS E CONTRATOS | ❝Tinha acabado de se inscrever para ajudar Bellamy Blake - para melhor ou para pior. Até que a morte os separe.❞ 𝐁𝐄𝐋𝐋𝐀𝐌𝐘 pretendia ser o próximo CEO do império de mídia da sua família. O único problema? A cláusula de he...