a gente era a prova de que existia amor em SP

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Me diz o que eu faço
Se agora São Paulo me parece fria e vazia demais distante de ti,
Os bares seguem lotados de amantes, artistas, decepcionados e viciados,
A diferença é que agora eu sou uma das clientes.
Peço bebidas e viro como se fossem café,
(Eu sempre detestei,
E talvez no fim o teu amargo e o meu doce não fiquem tão bem juntos)
Pra não ter que lembrar de nós,
De todo o estrago que tu fez em menos de 3 meses.
De todo o estrago que poderíamos ter feito em menos de um ano.
Sinto até vontade de fumar (acredita?)
Ver se a nicotina em meu sangue alivia os pensamentos
Ou se ela só vai me levar pra mais próximo de ti.
Tu foi uma ideia em São Paulo,
(As pessoas abrindo alas pro nosso amor,
Nossa luta,
Nossa revolução,
Nossa valsa ao som de dueto)
E agora tu é fria como a maioria das pessoas, e o clima
E eu adoro frio mas nunca em gente.
Tu virou só uma mudança climática em mim e na cidade, quando eu queria que tu tivesse sido um fenômeno inteiro e sei lá, acabado com o aquecimento global em mim.
(Talvez por isso dizem que não devemos depositar tantas expectativas ao se entregar)
Pra depois
Restar só a lembrança.
A tua chuva de granizo me pegou mesmo amor,
Porque sabe eu amo chuva,
Menos quando ela machuca e dói e quebra.

Mas tudo bem,
Penso que quando eu tiver coragem pra sair do bar,
Vou ter um longo tempo pra ajeitar as goteiras que tu deixou.

— E agora, SP mal recorda da gente.
Talvez não exista mesmo amor aqui.


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