(não) existe amor em sp

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Eu ouvi uma vez que SP é um labirinto místico. Onde os grafites gritam, e que praticamente não dá pra descrever.
Tu sabe que eu não tenho costume de ir praí, mas as vezes eu penso que a ideia da sua cidade parece ser uma linda frase num postal tão doce (mas tome cuidado com esse doce).
A verdade docinho, é que São Paulo é um buquê.
Só que buquês são só flores mortas, entende? Mesmo que seja num arranjo lindo feito pra você. Elas nunca vão criar raízes, e são puramente superficiais, servem unicamente para estética desse mundo. Talvez por isso basicamente não exista amor na maioria das pessoas em SP: são todas superficiais. Buscando o que interessa de fora. Só que tem algo a mais que você compartilha com o tal primeiro filho dos estados unidos (além de uma determinação enorme e nunca saber quando calar a boca): as coisas que ninguém nunca vê, nunca percebe. Os detalhes minúsculos que passam batido para o resto da população desatenta.
Tu é apaixonado por detalhes, essa é a verdade que deu para perceber. Você adora notar o que ninguém nota, o respirar antes de alguma frase, o riso por detrás do celular e as reações que causa em mim, mesmo que sutis.
Então, acho que talvez tu só não faça parte dessa massa de gente superficial feita de buquês. São Paulo pode ser flores mortas, mas você é um botânico atento a qualquer sinal de doença ou germinação das flores que tu ousa plantar no seu jardim.
E principalmente, ás borboletas que agora pousam nelas.

Me dê um gole de vida, já que não é preciso morrer pra ver deus.
(Ninguém vai pro céu, de toda forma,
Não precisamos ter pressa em se condenar,
Até porque deus não criou o amor que é tão lindo pra ser proibido,
E se fosse...)

Continua lendo e ouvindo os sorrisos da minhas reticências, docinho.
É lindo quando você faz isso. E prova que existe um pouco de amor em SP.

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