Capítulo Dezenove

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Héktor Maldonado Arantes

Gêmeos! Tem dois bebês dentro de mim. Eu ainda não assimilei totalmente a ideia de que em poucos meses eu serei pai, e agora tenho a responsabilidade em dobro. É surreal! Eu vou ter uma família como o homem que eu amo e confesso que nem em meus melhores sonhos imaginei tudo o que estou vivendo agora. A realidade é muito melhor do que qualquer expectativa que já tive durante todos esses anos. Apesar do nosso começo complicado, está valendo a pena.

Arthur é tudo aquilo que sempre quis e me prova todos os dias que eu não estava errado em amá-lo. Ele cuida de mim, e agora dos nossos filhos, de uma maneira única. Tenho a sensação de que ele pode ir buscar a lua para nós se me der a mínima vontade. E é tão bom sentir o amor que ele tem para com nós três.

Faz alguns dias desde que descobrimos sobre os Gêmeos e parece que a cada dia ele se torna mais protetor. E juntando ele aos nossos pais, me sinto impossibilitado de fazer quase tudo... é como estar em uma redoma de vidro e ser de porcelana. Mas eu reclamo? Claro que não, sempre fui manhoso por ser o caçula e não será agora que vou largar o meu posto.

- O que acha? - A pergunta me pega de surpresa, me tirando dos meus devaneios.

Pisco algumas vezes, voltando a realidade, e olho para Arthur, deitado ao meu lado na cama. É domingo e ele está de folga, então aproveitamos para fazer vários nada's juntos.

- Sobre o quê? - devolvo, pois não prestei atenção no que ele disse. Nem sabia que estava falando.

- Vó Emília quer jantar com a gente. - Ele diz e fico sem saber o que responder.

Até agora nossa família tem nos aceitado e apoiado da melhor forma possível, mas é somente a nossa família mesmo, não abrindo aos demais. Não acho que nossa bisavó vai nos julgar, mas ainda existe aquele medo, sabe? Não só sobre ela, mas sobre todos. Nossos avós, nossos tios, nossos primos. Ok, a opinião deles não nos conta cem por cento, mas não quero cortar laços com meus parentes.

- Eu não sei... ela deve estar sentindo nossa falta - falo, soltando um suspiro.

Desde que comecei a namorar com Arthur eu não tive mais contato com vários parentes, inclusive Gustavo, que é meu primo e amigo, mas que acabei me afastando por puro medo. Ele ainda me liga, querendo marcar algum encontro, mas sempre desconverso. E eu me sinto culpado por estar afastando todas essas pessoas de mim. Eu não quero isso, mas o medo faz com que tomemos atitudes erradas.

- Deve sim, sem contar que nós também estamos - Arthur diz e pega em meu rosto, virando minha face para ele. - Não vamos poder nos esconder para sempre, bebê, precisamos enfrentar isso de uma vez. Eles são nossa família também, nos amam, e vai dar tudo certo.

Solto um suspiro e encosto minha testa na sua, sabendo que é verdade.

- Tudo bem, vamos jantar com ela - falo por fim.

Do jeito que minha bisavó é esperta, com certeza já sabe sobre nós e está querendo ouvir da nossa boca. Então preciso tomar coragem e contar de uma vez, não só a ela, mas a todos. Quem nos aceitar bem, quem não... paciência. Isso não fará meu relacionamento com Arthur acabar. Somos mais fortes.

[...]

O carro estaciona em frente a mansão Miller e sinto o frio em minha barriga. De repente me dá uma vontade enorme de vomitar e tenho que respirar fundo. Como imaginei, não será um jantar apenas com minha bisavó, mas com TODA a família. Sinto minhas palmas suadas e levemente trêmulas, me levando a fechar os olhos.

- Ei, está tudo bem? - Arthur questiona e sinto sua mão se entrelaçar a minha.

- Só estou nervoso e enjoado - respondo e abro meus olhos, o olhando.

InCompatíveis | Livro 02 - Série Amores Indomáveis Onde histórias criam vida. Descubra agora