Capítulo Vinte e Quatro

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Arthur Maldonado Arantes

Entro em meu apartamento e recebo o silêncio absoluto como resposta. Deixo minhas chaves no aparador ao lado da porta e tiro meus sapatos, ficando apenas de meia. Dou alguns passos e sorrio ao ver meus primos dormindo abraçados no chão da sala, em meio a uma bagunça de travesseiros e cobertas. Lucas chega a babar, tendo a cabeça no peito de Gustavo e não perco tempo em tirar uma foto e mandar no grupo da família, pouco ligando para seu ataque futuro.

Sigo em passos silenciosos até meu quarto e não me surpreendo quando vejo Héktor e Alessa dormindo juntos, os dois parecem que vão se fundir em um abraço e isso me faz sorrir com o coração aquecido. Alguns pensam que sinto ciúmes da relação deles, mas jamais tive esse sentimento. Alessa é minha irmãzinha, mas eu sei o vínculo único que ela e meu namorado compartilham. Eles são assim desde o nascimento e acho essa ligação linda. E por um momento me pego pensando se meus filhos também serão assim.

Solto um leve suspiro e sigo até o closet, pego uma troca de roupas e saio do quarto, indo até o banheiro do corredor para não atrapalhar o sono das duas pessoas. Minutos depois, de banho tomado, sigo até o quarto de hóspedes e me jogo na cama, me sentindo totalmente esgotado depois desse plantão.

[...]

Meus olhos vão para meu namorado, sentado em nossa cama com dois embrulhos em seus braços. Meu coração bate acelerado em meu peito, pois eu sei que são nossos filhos ali. O sorriso rasga meu rosto e me aproximo dele aos poucos, com um pouco de medo. Me sento em sua frente e sinto as lágrimas em meus olhos quando vejo melhor os dois pequenos seres. Eles são tão pequenos, tão indefesos... tão nossos.

- Eles são perfeitos, bebê - falo para Héktor, que sorri e assente.

- São sim e se parecem com você... apenas tive o trabalho de carregar por nove meses. - Ele reclama, mas um sorriso em seu rosto.

- Nem são tanto assim, amor... os olhos são seus. O azul que tanto amo - falo, para o confortar.

- O mínimo, não é? - Hék brinca. - Quer segurá-los?

Sua pergunta me pega de surpresa. Eles são tão pequenos, tenho medo de machucá-los de alguma forma. Mordo meus lábios e penso por um segundo, antes de respirar fundo e assentir. Meu namorado sorri e me estende os bebês, mas no segundo em que vou segurar meus filhos, eles desaparecem.

Dou um sobressalto e sinto um calafrio por meu corpo quando ouço uma risada atrás de mim. Viro meu corpo e paraliso quando vejo meus filhos nos braços de Vicente. Ele me olha com maldade, exatamente o mesmo olhar de quando eu era uma criança e isso me dá muito medo.

- Devolva meus filhos! - grito e tento avançar, mas meus pés parecem grudados no lugar.

- Vem pegar, meu filho. - Ele diz com um sorriso e então tudo some ao meu redor.

[...]

Abro meus olhos com agilidade e tenho um sobressalto, sentindo um peso em cima de mim. Sinto minha respiração ofegante, mas me foco na risada da minha irmã, que neste momento está em cima de mim.

- Alessa! - repreendo, mas não surte nenhum efeito, já que ela ri ainda mais e me abraça apertado.

- Bom dia, maninho. Dormiu bem? - Ela se levanta e deixa o rosto próximo ao meu.

InCompatíveis | Livro 02 - Série Amores Indomáveis Onde histórias criam vida. Descubra agora