Héktor Maldonado Arantes
Felicidade, esse é o sentimento que me consome nesse momento. Acho que nunca fiquei tão realizado como estou e tudo isso graças ao amor. Ok, estou parecendo aqueles mocinhos idiotas dos contos de fadas, mas fazer o que? Eu me sinto um. O homem que eu amo também me ama e decidiu nos dar uma chance. Nossa irmã, minha melhor amiga, nos apoia e isso já é suficiente para mim no momento. Confesso que queria poder andar de mãos dadas com Arthur, o beijar a qualquer momento, mas sei que agora não é algo que possamos fazer. Concordei que namorariamos em segredo e vamos fazer isso. Por pouco tempo, espero.
- Por que nunca me disse nada? - Ouço a pergunta vinda de Alessa e desvio meus olhos em sua direção.
Estamos somente nós dois na sala, já que Arthur foi atender uma ligação do hospital.
- Eu tinha medo, por isso nunca disse nada. - Respondo e ouço ela suspirar.
- Sabe que eu iria te entender, Hék. Você é meu irmão e eu te amo muito, jamais te julgaria. Imagino o peso que deve ter sido guardar esses sentimentos por anos sozinho. - Ela diz e eu abro um sorriso pequeno.
- Sim, foi um peso, mas eu contei a duas pessoas, na verdade. - Conto e minha irmã revira os olhos para mim.
- Você não conta para sua gêmea, mas conta para eles? - Alessa pergunta indignada e eu solto uma risada. Seu ciúmes é engraçado.
- Foi em um momento em que eu estava muito sobrecarregado, minha ansiedade estava a mil e os meninos sempre foram nossos amigos. Então não achei mal algum, ainda mais por eles serem apenas nossos primos. Confesso que compartilhar esse segredo com eles me ajudou um pouco e tomou as coisas melhores. Otávio e Gio me deram bons conselhos.
- Otávio deu um incentivo enorme também, não? - Ela diz após estalar a língua em desaprovação.
Fico em silêncio por alguns segundos, pois esse assunto ainda é delicado para mim, mesmo após ter resolvido as coisas com Otávio.
- Dói admitir isso, mas talvez eu nunca tivesse de confessar meus sentimentos ao Arthur se não fosse por aquele episódio. Claro que me magoou muito, principalmente por Otávio saber dos meus sentimentos, mas eu não poderia cobrar muito também. Os dois estavam solteiros e sei que Otávio não fez para me machucar. - Falo e Alessa assente.
- Não, ele fazia para machucar a si mesmo. - Minha irmã diz e solta um suspiro. - Fico feliz que Evan tenha voltado, espero que eles possam se acertar de uma vez. É nítido que os dois ainda se amam e Otávio precisa da âncora dele. Infelizmente ele se perdeu muito após a Luz morrer.
- E quem não enlouqueceria? Eu não consigo nem imaginar passando por uma situação semelhante, isso com certeza iria me destruir.
- Eu sei que dói, Hék, mas a pessoa não pode apenas desistir. Veja pelos nossos pais, eles também perderam nosso irmão. E nem foi uma fatalidade, foi por um ato cruel, entende? - Ela diz e sinto um arrepio percorrer meu corpo.
Meus pais sempre nos contaram sua história e até hoje eu me sinto chocado com tudo o que eles sofreram. Na verdade, toda a nossa família.
- É, você está certa. - Falo por fim e fixo meus olhos em meus pulsos, observando que minha pele está mais pálida do que o normal, sendo possível ver minhas veias de uma maneira surreal. - Você não disse nada a eles, não é? - Pergunto em um sussurro e ouço minha irmã fazer um som de desgosto.
- Não disse, mas você vai contar ainda hoje, Héktor. Não estou querendo intimidar você e nem nada disso, mas meu Deus! Você sabe que porra fez? - Ela diz brava e eu me escolho um pouco, envergonhado.
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InCompatíveis | Livro 02 - Série Amores Indomáveis
RomanceIncompatível, segundo o dicionário, algo que não pode existir juntamente com outro. E, se pessoas podem ser incompatíveis, automaticamente um amor entre ambos se torna impossível, certo? Errado! Quando se há amor, até pessoas ditas incompatíveis...