prólogo

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Allysa

me apoio na grade enquanto arrumo meu fone, no lugar certo.

deveria ser uma da manhã, estava sem sono e não teria aula no dia seguinte, tinha uma quadra na rua em que eu morava e só era um pouco distante, então quis andar um pouco

meu moletom me incomodava, arrumei ele novamente.

eu estava na parte de dentro da quadra. estava frio, eu gosto do frio, eu amo, na verdade.

um vento forte me atingiu, fechei os olhos sentindo a brisa fria me atingir com força, meus braços se arrepiaram e eu sentia o frio invadir meus ossos.

Sinto um desconforto e virei para o lado sentindo uma presença que parecia me observa.

tinha um garoto, ele estava parado, quieto e segurava uma bola de basquete, deduzir que ele queria jogar...

- desculpe, você quer jogar? - perguntei me dirigindo ate onde ele estava.

ele não me responde, continuou lá, parado, me observando e totalmente neutro.

- O que esta fazendo aqui? esta tarde- sua voz soa calma e leve

ele jogou a bola para mim, enquanto continuou lá, na escuridão. Meu peito ardeu, o medo me atingiu em cheio, o que esta acontecendo? por que ele não mostra o rosto?

ele se sentou no chão, ele estava perto da saida, isso me fez refletir um pouco, quem é esse cara.

- você sabe jogar basquete?

fui tirada dos meus pensamentos com sua voz.

- não... Eu nunca tentei, na verdade

Ele se levantou e andou ate mim tirou o capuz da cabeça , só então percebi que ele não estava tentando esconder o rosto.

a rua estava escura, estava sendo iluminada apenas pela luz da lua, que estava um pouco escondida pelas casas, como sou desligada.

- Então vamos jogar, Tudo bem?

joguei a bola para ele que pegou quase imediatamente.

-conhece as regras?, posso te explicar.

olhei para ele não vendo muita coisa, estava muito escuro.

- como vamos ver a cesta?- ele me olhou, sua cabeça se levantou um pouco dando um suspiro

era como se a pergunta que eu fiz tinha sido extremamente idiota

- quando estivermos perto da cesta é mais fácil de vê-la, é quase impossível não vê-la, ok?

Ele me respondeu e eu balancei a cabeça em concordância, a sua mão agarrou a bola de maneira firme

- aquela é a sua cesta, ele apontou pra cesta que ficava no mesmo lado que a saída, apenas um pouco afastada.

Se por acaso acontecer alguma coisa eu posso fugir, isso é bom.

Eu normalmente penso no lado ruim da coisa, assim não tenho muita chance de me chocar quando o pior acontecer.

- O que acontece se eu ganhar? - ele perguntou de maneira brincalhona.

- Você propôs o jogo, me diga você.

- Você tem que se encontra comigo amanhã, aqui mesmo, de noite. Pode ser?

Sua fala saiu com facilidade, me pergunto quantas vezes ele perguntou isso a outras garotas...

- Eu ainda não sei o seu nome. - disse de maneira calma.

Ele riu baixo.

- Você vai descobrir.

A bola quicou no chão fazendo um barulho por toda quadra.

Minhas mãos estavam geladas e meu corpo agiu por extinto ao tentar pega a bola e falhar.

- droga... - sussurrei ao ver que ele passou por mim quando me inclinei para rouba a bola.

Meu pensamento estava em ganhar o jogo, apenas isso.

dei um pequeno pulo impedindo a bola de entrar na cesta, agarrei ela com força e passei por ele correndo.

O jogo estava divertido, mas temo que jogamos mais de quarenta minutos.

Ele me deixou fazer vários ponto, e eu sabia que ele apenas tinha deixado.

O corpo dele se move de maneira automática, ele parece saber exatamente o que está fazendo, ele parece livre.

O sentimento que ele colocou enquanto jogava, mesmo sabendo que eu não sabia jogar.

E como ele parecia arrependido de está ganhando de mim.

E quando ele pareceu esquecer de tudo quando provoquei ele .

- Você jogou bem, para a primeira vez!

Olhei para ele.

- você me deixou marca pontos, isso não é legal. - falei me segurando para não rir

Ele pegou a bola que tinha jogado em sua direção e riu baixo.

- Eu não deixei você marca pontos.

sua mentira era nítida, ele não ergueu o olhar, ficou apenas ali, em silencio, não era desconfortável, muito pelo contrario.

- Eu estudo de tarde, vou tentar vim nesse horário, tudo bem?

Ele chegou perto de mim, apenas o suficiente para ver seus olhos, era um azul escuro, mas lindo, devo afirma.

- Você não precisa se preocupar, ainda vamos nós ver, ok?

Falei, sabia que não tinha nada haver com o pedido dele, sabia também que não iria prejudicar nada
Eu me condenei por ter ficado tão nervosa, ele parece ter percebido, ele se afastou indo em direção a saída, me deixando lá, sozinha...

- Eu ainda não sei o seu nome. - ele pareceu não se importa, então falei novamente- pode me dizer?

ele se virou para mim, a centímetros da saída e falou.

- Uma hora vamos nós ver, iremos nós apresentar de maneira correta, não se preocupe.

- como vou saber que é você? - perguntei curiosa de sua resposta, eu iria reconhecer sua voz, assim eu esperava.

tinha gostado do garoto, ele era um pouco estranho, mas tinha gostado, isso era um pouco raro, não tenho muitos amigos.

- Você faz perguntas idiotas. você não vai esquecer da voz do cara que te ensinou a jogar basquete.

olhei para o chão da quadra, ele tinha razão. olhei para o lugar que o garoto estava a pouco tempo e ele já não estava lá.

peguei meu fone que estava guardado e coloquei ele de volta no meu ouvido, conferi a hora no meu celular e vi que já ia da três da manha.

voltei todo percurso, de volta pra casa, sem nenhuma pressa, o vento agora não parecia tão frio, olhei para bola de basquete em minhas mãos e só agora percebi ela aqui.

suspirei fundo.

subo direto para meu quarto, deixei a bola de basquete em minha poltrona e fui ate a cama, estava cansada, coloquei o celular para carregar e liguei a led  na cor amarelo claro, me deixando finalmente ser levada pelo sono...

Estava cansada...

***

Ok, ok. Estou muito animada, muita coisa vai acontecer daqui para frente.

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