Raffael Parker passou por bullying e por conta disso sofreu muito durante sua infância e adolescência. Passou anos apaixonado por Olga, garota que conheceu ainda na adolescência e com a qual não pode ficar. Sentindo-se abandonado por ela, ele perman...
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OLÁ, SOU Raffael Adams Parker, tenho quarenta anos, sou arquiteto, projetista, engenheiro e vice-presidente da JJohnson, sou casado, pai de dois filhos e muito feliz.
Acho que, como todo ser humano normal, minha vida foi formada de altos e baixos. Posso dizer que agora estou na melhor fase da minha vida, mas nem sempre foi assim...
Tenho 1,80m de altura, meu cabelo é loiro escuro, tenho olhos verdes, sou branco... eu poderia dizer que passei a vida inteira sendo normal, que tenho perfil de um cara bonito, mas eu não poderia fugir mais da realidade.
Sofri bullying a minha infância inteira e em boa parte da minha adolescência também, crianças e adolescente podem ser bem cruéis. Eu não era gordo ou idiota... a questão era que eu sofria com os hormônios, minha pele era cheia de espinhas, meus dentes resolveram brigar entre si e queriam manter o divorcio, só que dentro da minha boca. Eu era magro como o salsicha do Scooby Doo, e sendo sincero, o povo poderia até ter me chamado assim, eu não ligaria. Durante muito tempo aquilo me incomodava pra caramba, mas eu respondia as ofensas sendo o mais inteligente que poderia, pois uma psicóloga escolar me disse certa vez, quando eu fui "achado" dentro do meu armário pelo supervisor do colégio e levado até ela.
Nunca vou esquecer suas palavras... " Mau-caratismo não tem cura, mas dermatologista, alimentação e um bom dentista pode deixar você tão lindo por fora como você é por dentro. Ignore os idiotas e foque no seu futuro, pois eu vejo o diamante que você é no meio desse monte de carvão."
É, depois dessas palavras eu saí daquela sala pensando... "Ambos são feitos do mesmo elemento, mas um mero detalhe, muda tudo. Eu posso me tornar o elemento mais belo e duro do planeta, enquanto esses idiotas vão se esfarelar com o tempo."
Só que havia um detalhe, eu não tinha dinheiro, minha família menos ainda e mudanças, principalmente físicas, requerem grana. A única coisa que consegui com o que o meu pai recebia de salário, foi colocar aparelho dental para bancar o advogado de reconciliação entre os meus dentes, ainda teve os óculos que precisei começar a usar, ao menos só usava para ler e escrever, fora da sala ou dessas circunstâncias, eu não usava. A pele ainda sofria com os hormônios enlouquecidos... eu lia bastante e, precisava gastar energia para que não fosse tudo descontado em minha pele. Então eu, não me orgulho disso, mas eu comecei a me dar prazer, se é que me entendem, para descarregar a carga enorme de hormônio, não vou dizer que funcionou, mas ao menos me relaxava... e sim, fui muito precoce, comecei isso com dez ou onze anos.
Tentei fazer exercícios físicos, mas eu era nerd e isso não combinava com alguém como eu. O peso que eu levantava, era minha mochila cheia de livros... Alimentação... bom, eu tentei melhorar ela, tentei até virar vegetariano, mas não deu muito certo, eu perdi ainda mais massa muscular. Talvez estivesse fazendo tudo errado, não sou médico, então nunca vou saber.
O pessoal resolveu mudar o meu apelido, na verdade foi o grandissíssimo idiota do colégio, o adolescente enorme, que estava repetindo pela segunda ou terceira vez a 7ª série, então imaginem que ele já deveria estar fora do colégio e da minha vida, mas eu não tinha tanta sorte assim. O nome dele era Theodore Franklin Jenkins, tinha dezesseis ou dezessete anos, alto, forte, muito forte e com um cérebro do tamanho de uma noz. Eu tinha doze anos e já disse sobre a minha forma física, o que era um chamativo para aquele acéfalo... Ele implicava comigo de todas as formas, todas... Desde me dar apelidos, como me roubar o dinheiro do lanche (que diga-se de passagem, não era todo dia que eu tinha), como me trancar em armários, tirar minha roupa, me jogar dentro de lixeiras, dentre outras coisas... Tudo o que eu queria, era acabar logo o colegial e sumir dali.
E foi em uma das implicâncias dele que eu conheci a Olga, na verdade eu já a conhecia... mas os outros alunos só lembravam de mim, quando o Theodore ou Toddy como todos chamavam, resolvia chamar a atenção de todos, me torturando de alguma forma. Então, no restante do tempo eu era invisível. Até aquele bendito dia...
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