Capítulo 14

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MESMO COM tudo acontecendo ao mesmo tempo, Peter não sossegou em relação a mim. Acho que ele queria me achar alguém e assim se manteria ocupado em seu tempo livre e não ficaria pensando na Jéssica. Dessa forma, quando ele soube que eu e Olga seríamos apenas bons amigos, ele voltou a cismar com a senhorita Campbell, minha secretária. De Paris ele me fez ligar para a senhorita Campbell para obter informações sobre o tal Thuncson, e para atender ao pedido dele eu liguei para ela duas vezes, na primeira ela atendeu, demorou, mas atendeu, já na segunda, nada.

Não sei dizer se me senti com raiva ou decepcionado. Não só pelo fato dela não atender, mas por me sentir ignorado. Peter encheu os meus ouvidos dizendo que a garota estava encantada por mim, que isso e aquilo e no fim, nem um simples telefonema ela atendeu.

— E então, chegaremos ao Brasil e você vai procurar saber o que aconteceu com a Gabrielly? - creio que ele tentou puxar assunto comigo para ignorar o fato da Jéssica querer ele longe dela, já que a mesma me pediu para trocarmos de assento.

— Por que eu faria isso? Tá na cara que ela aproveitou que não iria trabalhar por uma semana, para ficar em casa e talvez se divertindo - eu não estava julgando, afinal muitos faziam aquilo. A quem eu quero enganar? Eu tava julgando sim.

— Raffa, quando você começou a ser uma pessoa tão crítica e pessimista? Está tirando conclusões precipitadas e sem razão.

— Ela não atendeu... mesmo eu dizendo que iria precisar dos serviços dela. O mínimo que ela deveria ter feito era somente atender uma porcaria de telefone - agora, vendo desse ângulo, percebi o amargor em minhas palavras.

— Rafa, você parou pra pensar que ela tem uma filha... ela é mãe! Poderia estar fazendo algo pela filha e não teria como ligar pra você. Ela é assalariada, deve matar um leão por dia pra sustentar-se, estudar e criar a filha bem e SOZINHA... então para de ser babaca.

Ele estava certo, mesmo a JJohnson tendo um ótimo salário e um excelente plano de carreira, ela não era só, tinha uma criança com ela. Mas ainda assim, eu não me sentia confortável com aquela conversa.

— Ela estava bem ofegante na primeira ligação... poderia estar tentando arranjar um pai para a menina ou fazendo as pazes com o pai da mesma.

Ele me bateu e percebi que foi merecido. Como posso ter sido tão ridículo falando essas coisas? O que ele não sabe, era que eu sentia um incômodo ao pronunciar cada uma daquelas palavras, não queria imaginar que uma mulher bonita como ela, que poderia estar a fim de mim, não quero dizer a verdade, mas fazia bem ao meu ego sentir que poderia ser real, e pensar que havia outro, me incomodava muito. Afinal, eu nunca fui objeto de desejo de mulher alguma, talvez da Olga, mas isso foi há muito tempo.

— IDIOTA! Te mostrei que o pai não deve participar da vida da menina há anos. Para de falar e pensar merda. Quando você chegar, você vai sim, saber o que houve, mas seja educado como você sempre foi.

𝙼𝚛. 𝓟𝓪𝓻𝓴𝓮𝓻  - Spin-off do Livro 3 da Trilogia: POR QUE NÃO?Onde histórias criam vida. Descubra agora