Capítulo 9

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JÁ ESTAVA trabalhando há um tempinho como trainee na JJohnson e o Peter era COO. Ele me disse que começou estagiando, primeiro porque o pai quis assim e ele super aderiu a ideia do pai, disse também que praticamente passou por todos os setores da empresa e agora como COO estava sendo "treinado" diretamente pelo senhor Jacob.

Eu ia e voltava para a empresa e só precisava pegar um metrô, era muito cômodo morar no flat do Peter. Um belo dia, saí um pouco mais cedo e passei no supermercado, comprei frutas, verduras e legumes, mas percebi que precisava comprar muito mais, só que eu não teria como levar tudo nos braços para casa ou pagar um táxi, o que acabava sendo um absurdo, então cada dia eu teria que comprar um pouco.

Voltei para o flat com duas bolsas nos braços e quando cheguei o descarado estava tomando café sentado à mesa da cozinha.

— Vou sempre ter que aceitar sair de casa e voltar e encontrar um fantasma plantado na cozinha? - eu disse, colocando as sacolas sobre a ilha da cozinha.

— Amor, como você é ranzinza... - ele colocou a xícara apoiada no pires ao lado de seu braço que estava apoiado na bancada — Foi comprar coisas para o nosso lindo jantar? Não pense que esqueci que você tá me devendo.

— Só se o jantar for salada.

Ele fez uma careta e voltou a tomar outro gole do seu café.

— Não tenho nada contra salada, mas não vai rolar algo mais calórico?

— Eu preciso realmente fazer compras, mas só tenho dois braços e sinceramente, vir com muitas bolsas no metrô, não é legal.

— Sério isso, Raffa? - ele levantou e segurou minha mão, eu estava retirando os vegetais da sacola para higienizá-los — Larga essa merda!

Ele tirou o pimentão que estava em minha mão e jogou de volta na sacola, me puxou pela mão e quando passamos pela sala, pegou o meu casaco que eu havia pendurado no cabideiro na parede ao lado da porta de entrada, jogou o mesmo pra mim e continuou me puxando. Quando saímos do apartamento, ele trancou a porta e olhou pra mim.

— O que tá fazendo? - perguntei.

— Vamos comprar comida - eu abri a boca para rebater que não precisava, mas ele olhou sério pra mim — sem discussão, se abrir essa boca para falar qualquer merda que não seja, "OK", eu calo ela com minha língua dentro dela.

Fiz uma careta e ele caminhou para o elevador, quando chegamos de frente, olhou pra mim com uma sobrancelha erguida e eu não discutir, seria perda de tempo.

Como ele estava de carro, me levou até um grande supermercado e no caminho ligava para alguém, não sabia quem era, mas ele pedia dicas de coisas e eu só ignorei.

Comprei tudo o que realmente queria e acabei comprando coisas até demais, coisas que eu nem tinha o hábito de comer, coisas que o Peter colocou no carrinho e quando eu falava qualquer coisa, ele literalmente rosnava pra mim.

𝙼𝚛. 𝓟𝓪𝓻𝓴𝓮𝓻  - Spin-off do Livro 3 da Trilogia: POR QUE NÃO?Onde histórias criam vida. Descubra agora