QUANDO O avião aterrissou em terras novaiorquinas, peguei minha bolsa, coloquei o celular no bolso e ajustei os fones, tirando eles das orelhas e deixando os mesmos caírem e ficarem apoiados na gola da camisa que eu usava.
Já do lado de fora do desembarque, peguei novamente o celular e iria ligar para o maluco e avisar que eu já havia chegado... mas desisti. Resolvi olhar endereços de albergues ou moteis baratos e assim, eu poderia me hospedar... seriam somente dois dias, não sairia uma fortuna. Afinal, eu não tenho grana pra isso.
Achei um albergue que não ficava muito longe do aeroporto e resolvi ligar para saber se havia algum quarto disponível.
— Bom dia, eu tô ligando para...
— Sem escândalos, desliga o telefone e passa ele pra cá. Se olhar pra mim, te meto uma bala, Loirinho - senti algo pontudo encostar em minhas costas. Tirei lentamente o celular do ouvido e desliguei a chamada — Perfeito... agora vira devagarinho e me dê um beijo, até me contento com um abraço - ele sussurrou bem perto do meu ouvido e reconheci a voz.
— Seu idiota!
— Bom te ver também, amor! - Peter me apertou num abraço e eu já estava com o coração na garganta.
— Quer me matar?
— Nada, tu é forte. Vamos...
— Pra onde?
— Minha casa, ué.
Caminhamos para fora do aeroporto e havia um belíssimo carro parado com um motorista nos aguardando. Peter tirou a alça da bolsa que estava apoiada em meu ombro e entregou ao motorista, que colocou no porta malas. Entramos no carro e partimos, ele parecia tão feliz, que acabou me contagiando.
— Já faz um ano que não nos vemos, não é?
— Acho que um pouco mais...
— Meus pais vão adorar você.
— Você fala como se eu fosse um cachorrinho de estimação...
— Raffael, não começa. Nada de ficar se colocando para baixo. O que eu quis dizer, é que minha mãe nunca foi muito com a cara dos meus supostos amigos antigos. Ela dizia que eu já era danado e que eles só pioravam tudo, já meu pai... vai adorar o quanto você é certinho e inteligente. Quero também que você conheça a Olga.
Meu sorriso murchou, mas tentei disfarçar para que ele não percebesse.
— Ela está na sua casa?
— Não... ela tá no apartamento dela. Olga é muito independente, sabe?
— Hummm.
— E isso pra mim é ótimo!
Revirei meus olhos já sabendo o que ele queria dizer com aquilo.
VOCÊ ESTÁ LENDO
𝙼𝚛. 𝓟𝓪𝓻𝓴𝓮𝓻 - Spin-off do Livro 3 da Trilogia: POR QUE NÃO?
RomanceRaffael Parker passou por bullying e por conta disso sofreu muito durante sua infância e adolescência. Passou anos apaixonado por Olga, garota que conheceu ainda na adolescência e com a qual não pode ficar. Sentindo-se abandonado por ela, ele perman...