Duvide daqueles ao seu redor, eles te matarão.

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Se qualquer outra pessoa tivesse dito aquela frase, talvez, tivesse o afetado menos. Mas aquele era seu tio mandando um recado através de seus amigos. Porsche evitou pensar muito no seu parente desequilibrado e interesseiro desde o acidente com a casa, quando seu tio preferiu sustentar seu vício do que manter a única coisa que seus pais deixaram para Porsche e Porchay.

Mas agora, seu tio desaparecido resolveu dar as caras com um aviso: não confie na família Therapanyakhun.

E não é como se Porsche discordasse totalmente do aviso, afinal, ele seria um tolo se simplesmente confiasse em uma das máfias mais perigosas, não, a mais perigosa e poderosa da Tailândia. Mas, ele confia em Kinn e seus irmãos, só a uma pessoa naquela casa que faz a pele de Porsche se arrepiar e ter calafrios: Korn.

O mais velho Therapanyakhun é de fato um poço de segredos, Porsche já notou, mas embora o deixasse desconfortável, Korn nunca deu reais motivos para desconfiança.

E no entanto ali estava seu tio o alertando sobre, criando raízes de dúvidas dentro de sua mente, Tio Arthee sabe de algo sobre aquela família de psicopatas — em outras palavras, a família de seu marido — e não é nada pequeno. Thee só tentaria contato se estivesse com grandes cartas podres na manga.

E é isso que consome a mente de Porsche durante o resto da tarde durante o encontro com seus amigos. A ansiedade crescente em seu peito, tornando seu sorriso quase falso demais. Não seria tão ruim se fosse apenas isso, mas também havia outra dúvida fazendo moradia em seu coração.

Ele deve contar a Kinn ou não?

Seu marido faria questão de ajudá-lo com qualquer coisa, Porsche sabe disso, mas se envolver a própria família dele...

Porsche não presta atenção a reunião noturna naquela noite. Kamon e Preecha dormem tranquilos nos berços, inconscientes a aflição dele. Seus olhos encaram a escuridão do quarto em silêncio tenso. E então, um diálogo chama a sua atenção na escuta da reunião.

— "Não confio em nada que vem de Vegas." — é a voz de Kinn, e de alguma forma, apesar do contexto péssimo e do aperto em seu peito, os ombros de Porsche relaxam instantaneamente. Seu medo se esvaindo somente com a voz da pessoa que ama.

— "Já sabemos o que os antigos contatos com Vegas lhe custaram, mas precisamos dessas informações. Se começarmos esse relacionamento de informante com ele, precisamos, no mínimo, confiar que o que ele diz é verdade até que se prove o oposto" — outro alguém argumenta.

— "Vegas já provou não saber iniciar nada sem contar mentiras gentis."

— "Se mentirmos que confiamos nele, espera que ele conte verdades para nós? Não se inicia relacionamentos em cima de mentiras, Khun Kinn."

Não seria nada de mais, não devia ser.

Mas a forma como a respiração de Kinn travou auditivamente e algo ruim subiu pela garganta de Porsche após ouvir essa frase, definitivamente significava algo.

Mais tarde, quando a brecha de luz do corredor entrou pela porta aberta, Porsche ainda mantinha os olhos fixos em nada além do escuro.

Não havia nada ali, mas aquele sentimento ainda estava muito presente em seu ser, como se o prendesse em correntes de dúvidas.

— Porsche? — a voz de Kinn chamou quando a porta se fechou e a escuridão dominou o quarto "temporário" ainda nada familiar.

Kinn chamando-o era algo novo, então Porsche imediatamente se moveu para fora da cama na direção de sua silhueta, Kinn nunca o chamava quando voltava das reuniões, com muito medo de acordar os gêmeos. Ele só andaria até a cama onde sabia que encontraria os braços de Porsche abertos o esperando.

It's just a dream when you wake up (Kinnporsche fanfic)Onde histórias criam vida. Descubra agora