IV- Bon Jovi

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Se passará uma semana desde a última vez que vira Castiel, o anjo havia ficado apenas três dias no bunker, ele só tinha voltado para conversar com Dean, pois sabia como o caçador ficava quando sumia sem dar explicações. O anjo ligava todos os dias, assim como prometera.

No bunker Sam e Dean conversavam sobre um possível caso.

- Uma morte em Nova Orleans, Louisiana. - Disse Sam, lendo a notícia em seu computador - A vítima tinha marca de garras por todo o corpo e o coração arrancado do peito. "É apenas um coiote" diz o xerife. -

- Lobisomem? - pergunta o caçador mais velho, tomando outro gole de sua cerveja.

- Mas ontem nem foi noite de lua cheia. -

- Estamos lidando com um puro-sangue então. - o caçador termina sua bebida e a coloca em cima de mesa - Se sairmos agora chegamos às sete da manhã. - Dean termina, se virando em direção a garagem, queria garantir que tinham tudo o que precisavam no carro.

O mais velho agradecia por ter um novo caso, não aguentava mais ficar sem fazer nada em casa, precisava de entretenimento para sua cabeça, e um lobisomem resolveria seu problema. Dean abriu o porta malas de seu carro, tendo a visão de dezenas de armas, ele conferiu todas, uma a uma, algumas delas já tinham balas de prata, a maioria, ele repôs as balas na sua arma, verificou se estava tudo certo com as falsas identidades, viu o óleo da baby e reabasteceu a água no carburador.

Enquanto Dean verificava o carro e outras coisas que estavam próximas dali, Sam arrumou as coisas do dois e fez uma garrafa cheia de café, o mais velho teria que ficar a noite toda acordado para poderem chegar no horário desejado por ambos.

Assim eles fizeram, arrumaram suas coisas e caíram na estrada, estava bem movimentada, porém com o anoitecer a movimentação foi diminuindo, vez ou outra um carro ou um caminhão passava por eles.

Sam havia dormido no banco do passageiro, Dean as vezes olhava para o irmão, que dormia tranquilamente. Dean pensará no lobisomem que veriam daqui algumas horas, na verdade, o caçador tentava fazer com que sua mente permanecesse no caso, ele até conseguia, por 5 minutos, porque depois seus pensamentos sempre voltavam ao anjo. Dean não conseguia entender por que Castiel estava passando tanto tempo com Gabriel, eles eram irmãos, ele sabia disso, ele também passava muito tempo com Sam, o tempo todo na realidade, mas o anjo e o arcanjo não passavam tanto tempo juntos como agora, pelo menos era isso que ele acreditava.

"O que Castiel e Gabriel faziam quando estavam juntos?"

"Castiel gostava mais da presença do arcanjo do que da dele?"

"Castiel se cansou de ter que aturar um caçador bêbado e seu irmão nerd?"

"Castiel queria ir embora?"

Essa e outras perguntas rodeavam a mente do caçador, pode parecer drama - talvez seja um pouco, até porquê, lá no fundo, ele sabe que Castiel os ama e nunca os deixaria - porém o medo falava mais alto, ele já havia perdido tanta gente, perdido ele tantas vezes que não suportaria uma próxima, não queria perder mais ninguém. Ele só tinha o Sam e o Castiel, a dor de perder algum dos dois, ou até mesmo os dois, seria insuportável, não aguentaria viver com o pensamento de que tinha falhado com ambos, que tinha falhado quando não conseguirá os proteger.

Tais pensamentos fizeram com que uma lágrima escorresse pela bochecha do caçador, que logo a secou. Ele voltou seus pensamentos a caçada, e fez de tudo para tentar mantê-los lá agora, não queria cair aos prantos no meio da estrada com o Sam do seu lado, mesmo que ele estivesse dormindo e não veria nada.

............

O tempo passou rápido, Dean tinha decidido focar totalmente na estrada, quando caiu em si, percebeu que estava amanhecendo, já havia placas que diziam "Nova Orleans 25km".

Sam não demorou a acordar, os carros haviam voltado as ruas, voltará a ser aquele furdunço, carros passando de um lado para o outro, lojas abrindo, pessoas andando de bicicleta, estudantes pegando ônibus rumo ao colégio, a mesma coisa sempre.

- Bom dia, Dean - disse o Sammy, com voz de sono.

- Bom dia bela adormecida - respondeu com um sorriso, direcionando sua mão ao rádio, começa a tocar bad medicine.

-Your love is like bad medicine
Bad medicine is what I need

Oh, oh, oh, shake it up, just like bad medicine
There ain't no doctor that can cure my disease - Dean começa a cantar baixinho, batendo os dedos no volante no mesmo ritmo que a música.

- É sério Dean?- perguntou Sammy, endireitando-se no banco - Bon Jovi, agora?- ele sorri para o irmão, que começa a cantar mais alto.

-I ain't got a fever, I got a permanent disease
It'll take more than a doctor to prescribe a remedy
I

got lots of money, but it isn't what I need

Gonna take more than a shot to get this poison out of me
And I got all the symptoms, count 'em one, two, three- Dean parou de cantar quando percebeu que a polícia estava ali, do outro lado da rua, as fitas amarelas indicavam que algo estava errado.

Os Winchesters se entre olharam, e Dean se aproximou do local, era diferente das fotos que Sam havia lhe mostrado no dia anterior, o ataque havia sido num campo de lacrosse, agora é numa loja de DVD.

Eles pegaram as falsas identidades e foram até os policiais, perguntar sobre o ocorrido.

Eles se direcionaram a policial ruiva, e Dean disse.

- Bom dia. Eu sou o agente Stark, e esse é meu parceiro Benner. Somos do FBI.-

- Bom dia, agentes - respondeu a mulher - Não acredito que isso seja um caso do FBI- disse ela, meio intrigada.

- E não é - respondeu Sammy - Passávamos por aqui e resolvemos ver o que houve, pode nos contar?-

A policial deu de ombros, e disse.

- Achávamos no começo que era um coiote, quer dizer, o xerife disse que era um coiote, para mim e meus parceiros não fazia o menor sentido, por que um coiote estaria num campo de lacrosse?- Ela perguntou, um tanto indignada, a mais baixa gesticulava com as mãos, parecia esperar por uma resposta, então Sam balançou a cabeça positivamente, e ela continuou - Pois bem, a uns 20 minutos atrás recebemos uma ligação da Molly - apontou para a garota que falava com dois policiais - ela veio para abrir a loja e, bem, vocês já sabem. Olhamos as câmeras de segurança e, sinceramente, eu nem sei mais com que lidamos, o "animal"- fez aspas com os dedos - entrou pela porta dos fundos e estava sobre duas pernas -

- E a vítima?- agora foi a vez de Dean se pronunciar.

- A mesma coisa que a última, arranhões pelo corpo e o coração arrancado -

- Obrigada é.... -

- Mili -

- Obrigada, Mili, vamos verificar as câmeras - terminou Sam, dando um sorrisinho simpático para a ruiva que retribuiu.

Eles foram atrás da gravação das câmeras e viram exatamente o que a policial descreveu.

- Coiote - Dean deu uma leve risada.

- Não acha estranho, veja, o lobisomem podia ter atacado quem quisesse, só que ele se deu ao trabalho de vir até aqui e matar justamente esse cara -

Dean ficou em silêncio, porém logo respondeu.

- Vamos interrogar a família - disse se retirando, com Sam logo atrás dele.

Intercourse - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora