XVI- Contrabando de doces

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- Que ótima ideia, Gabriel. - virou para o arcanjo - Deixar Castiel e a garotinha num cantinho do inferno. -

- O que mais eu podia fazer? - indagou - Levar ele pro meio da briga e deixar a menina? - Gabriel cruzou os braços.

Dean revirou os olhos, porém não insistiu no assunto.

- E a garota? - perguntou, a mesma  estava ao lado do arcanjo.

- Eu não sei. - olhou para ela e pôs a mão em sua cabeça - Ela só tava lá. -

Castiel e Sam ouviam tudo em silêncio, se olhando de vez em quando.

- Devia ter um motivo para ela estar lá.- disse, olhando para chão, pensando num por quê.

- Ah! Se jura? -

Dean o encarou - Você podia ajudar, né? -

Antes de Gabriel responder, Sam se intrometeu.

- Por que não perguntam pra ela? - e arqueou uma sombrancelha.

- Porque ela não fala, sweet. - respondeu, olhando para o mais alto - Eu já tentei. -

- Eu e o Dean já lidamos com um caso parecido, como é mesmo o nome do garoto, Dean? - se direcionou ao irmão.

O caçador olhou para o nada, tentando recordar o nome do menino.

- Lucas. - disse, estralando os dedos e apontando para o irmão, seguido por um sorrisinho de vitória.

- É! O Lucas tinha mutismo seletivo, é um tipo de transtorno de ansiedade. Após um trauma a criança passa a ter dificuldades em se comunicar. - explicou.

Gabriel olhou para a garota, que quase batia em seu peito, a menina tinha cabelos cor de fogo, usava uma jardineira verde e uma blusa de manga comprida branca.

- Acho que temos um assunto mais importante. - disse Crowley.

- É verdade. - concordou o arcanjo, lembrando de quando os demônios armaram para si.

Percebendo a cara de confusão de Sam e Dean, ele continuou.

- Mammon sabia que íamos atacar. - disse Crowley - Isso não estiga, nem um pouco, vocês? -

- E isso importa? - disse Dean - Matamos o cara. -

- Ou não. - falou Sam, pensativo - Se ele sabia que estávamos indo por que ficou lá? Por que não foi embora? - indagou, ele falava como se aquilo fosse verdade e não uma suposição.

- Porque sabia que não iria morrer. - disse Rowena, que havia ficado no bunker.

- É porque ele me queria. - disse o arcanjo, notando a expressão de dúvida dos demais, explicou o que tinha acontecido quando foi achar Castiel.

- Tá, mas isso não explica. - disse Dean - Como ele sabia que estávamos indo?-

- Foi Alana. - disse o anjo, recebendo um olhar atento e curioso dos outros, menos de Sam e Gabriel, ambos já tinham ligado as peças.

- Como sabe? - perguntou Crowley.

- Eu fingi que estava desacordado e escutei sua ligação com ela, eu ouvi ela falando que indicou a foice para Sam, tentando ganhar a confiança de vocês. Provavelmente ele não está morto. -

- Cas! - Sam chamou o anjo - Você sabe por que ele queria pegar o Gabriel? - perguntou. Porém ele apenas balançou a cabeça negativamente.

Dean se sentou na mesa, ao lado de Castiel.

- Existe um feitiço. - Rowena se aproximou.

- Que feitiço? - perguntou Sammy, interessado.

- Um feitiço de ressurreição do grimorio que precisa do sangue de algum parente próximo do indivíduo. - explicou a bruxa.

- Ele quer ressuscitar Lúcifer? - Sam indagou, arqueando as sobrancelhas.

- É que parece. -

Todos ficaram em silêncio, um clima tenso se instalou na sala, o pensamento de ter que lutar contra Lúcifer novamente os cansava.

Castiel se levantou - Eu vou tomar um banho, tem sangue seco por todo meu corpo. - e saiu.

Aos poucos eles foram indo embora. Dean, ao lembrar que Castiel havia ido tomar banho, foi até seu quarto e pegou algumas roupas para ele, pegando, também, seu sobretudo.

O caçador se aproximou do banheiro, deu três batidas na porta, e disse.

- Hey Cas, eu vim te trazer umas roupas pra você. -

A porta não demorou muito para ser aberta, o anjo abriu uma fresta grande, grande o suficiente para ver uma parte de seu peitoral molhado, as gotas percorriam seu corpo, aquela pele branca parecia pedir por sua boca. Dean desceu mais os olhos, o abdômen de Castiel era perfeito, o caçador não conseguia mais olhar para outra coisa.

O Winchester saiu de seu êxtase, olhou nos olhos do anjo, ele tinha sua típica expressão de confusão.

- Há algum problema em minha casca, Dean? - perguntou, olhando para sua barriga.

- Não há nada, amigão. - disse, meio desconcertado, tinha acabado de secar um cara, não conseguia distinguir qual era o pior, achar um homem atraente ou ter comido seu melhor amigo pelo olhar.

Dean estendeu o punhado de roupas para o anjo, que tinha os cabelos molhados, grudados em sua testa, o azul dos olhos de Castiel o fez se sentir perdido, havia uma gota d'água ao lado da boca do anjo, por algum motivo sentiu que estava com sede.

O anjo, ainda perdido, pegou as roupas do caçador, agradeceu e voltou ao banheiro.

"Que droga foi essa?" Dean se perguntava, não conseguia tirar o corpo de Castiel da sua mente.

Ele saiu, a passos lentos, da porta do banheiro, passando pelo corredor parou na porta de um dos quartos, vendo Gabriel conversando com a garota, ele tinha uma caixa roxa, repleta de doces.

- Eu não entendo como o Sam consegue comer isso. - disse o arcanjo, apontando para o prato de comida da garota - Isso tá mais pra mato do que pra comida, por isso que eu trouxe isso. - estendeu uma barra de chocolate para a menina - Isso é comida. -

A garota pegou o doce, e Gabriel continuou sua fala.

- Só não conta isso pra ele. Não me leva a mal, mas essa comida de coelho não é pra mim. Eu amo o Sammy, sabe? Ele é tão inteligente, educado, preocupado, atencioso, sempre acha uma solução para todos os problemas, ele não desiste das pessoas. - o arcanjo suspirou ao lembrar do seu amado - Sem contar que ele é muito lindo. Você já viu aqueles braços? Tão fortes, as mãos então? Como eu queria elas segurando o m- Gabriel para quando se lembra que falava com uma criança.

Dean pigarreou, chamando a atenção do arcanjo e da garota, que, assim como Gabriel, não parecia se importa com sua presença.

- Sua mãe não te ensinou que é feio bisbilhotar, Winchester? - perguntou, levantando uma das sobrancelhas.

- E sua mãe nunca te ensinou a fechar a porta? - cruzou os braços.

- O que você quer? -

O caçador rodou os olhos pela cama
- Eu quero aquele. - apontou para um dos chocolates de Gabriel - Se não eu conto pro Sammy sobre o contrabando de doces. -

O arcanjo não respondeu, apenas jogou o chocolate para o caçador, que deu um sorriso vitorioso e fechou a porta.

Intercourse - DestielOnde histórias criam vida. Descubra agora