Abraham convenceu todo o mundo a seguir para Washington, mesmo depois de ter soltado a bomba de que Eugene mentira esse tempo todo.
Eu não conseguia ver ele da mesma forma.
Perdemos Tyrese, o irmão da Sasha, enquanto vasculhavamos a antiga comunidade do Noah.
Andávamos na estrada á dias, sem comida e sem água. O calor era imenso.
Tirei a ultima garrafa da minha mochila e bebi um gole pequeno, entregando a garrafa para o Daryl, que andava do meu lado. Ele tentou recusar, mas eu obriguei e ele bebeu, me entregando a garrafa depois.
Guardei, puxei ele para perto de mim e coloquei a mão na sua nuca, me colocando na ponta dos pés e beijando a sua testa. Depois me afastei, indo na direção do Rick.
Desde Atlanta, eu e Daryl estávamos mais próximos. Não estávamos juntos, mas ele me deixava aproximar como nunca fizera. Parecia que estávamos de volta na funerária.
Prendi o bastão nas costas, e estiquei os braços. Rick sorriu, parecendo aliviado.
- Valeu, Z. - E me entregou a Judith.
Sorri. - Sem problema.
A menina viajavanos braços de todo o mundo, mas principalmente nos do pai, do irmão e nos meus.
Coloquei o dedo sobre o nariz dela e bati levemente, fazendo ela sorrir.
- Você leva jeito.
Olhei para o lado e vi Tara, andando do meu lado, me olhando.
Percebi Daryl, mais atrás, nos observando e suspirei. Ele esperava que eu surtasse e machucasse a garota.
- Tive uma irmã.
- Sério? Eu também! - Ela olhou o chão. - Ela morreu.
Mordi o lábio. - A minha também. Enterrei ela.
- Lamento, de verdade.
Assenti e voltei minha atenção para Judith, que pegara o ziper da minha jaqueta e tentava colocar na boca.
- Desculpa, por tudo.
Olhei Tara de novo. Ela me dava aquele mesmo olhar de antes, na igreja.
Ela já mostrara que não era como o Governador e que não fazia mesmo ideia de que, as coisas que ele falava, eram mentira.
Ergui uma sobrancelha. - Tá. Você até que é legal então está perdoada. Mas não chega perto do meu bastão de novo!
Ela sorriu. - Fechado.
Mais na frente, decidimos parar.
Daryl se afastou, para procurar água, junto com Maggie e Rosita.
Abraham e Eugene acharam um monte de garrafa de água, no meio da estrada, com um bilhete onde se lia "de um amigo".
Carl segurou a Judith, me deixando com os braços livres.
Franzi o cenho, vendo aquilo. - Amigo uma merda.
Eugene começou a falar um monte de besteira e pegou uma das garrafas, mas Abraham jogou ela no chão.
Encarei ele. - Pode estar envenenada, seu idiota! Tem certeza de que é assim tão inteligente?
Abraham tocou no meu ombro. - Concordo com você, mas se acalma. Está ficando parecida com o Daryl e isso não é bom.
Olhei ele, mas não consegui segurar o riso.
Nesse momento, Daryl e as garotas, chegaram e mostrámos as garrafas, e todos concordaram que não iríamos beber.
Então, do nada, começou a chover.
Fechei os olhos, sentir a água fria na pele era incrivelmente agradável.
Tara e Rosita se deitaram no chão; Maggie continuava envolvida em seus pensamentos; Rick e Carl sorriam, junto de Judith... Todos sorriam, na maioria.
Olhei para o lado e vi Daryl, ali, parado, olhando o chão. Estiquei a mão e peguei a sua, apertando.
Ele me olhou e sorriu fraco.
- Temos de achar um abrigo. - Disse Rick. - Parece que vai chover por horas.
- Sei de um lugar, achei ele enquanto procurava água. - Disse Daryl.
Entrámos no celeiro, agradecendo por termos um teto e paredes nos separando da chuva. Fora legal, mas precisávamos sair da rua.
Quando anoiteceu, todos acharam um lugar para dormir.
Eu sentei perto da porta, com o bastão do meu lado e encostei a cabeça para trás. Daryl sentara do meu lado, em silêncio.
Olhei em frente, e vi Judith, acordada, deitada nos braços do pai, que dormia.
Sorri para ela, e seus olhinhos pequeninos apenas me olharam de volta.
- Temos de achar comida. - Disse Daryl, bem baixo.
Olhei ele e assenti. - Podemos caçar pela manhã. Isto é, se quiser ajuda.
Ele assentiu. - Claro.
Suspirei e olhei para baixo, para os seus tornozelos, onde dois cardaços, um preto e um branco, prendiam o fundo das pernas da sua calça.
Ele percebeu meu olhar e deu de ombros. - Ela não merecia morrer daquele jeito.
Ergui o olhar. - Você gostava dela.
- Amizade. Beth era legal. Era... Demasiado boa para esse mundo.
Assenti, mordendo o lábio, entendia o que ele queria dizer.
- Lamento, de verdade. - Falei.
- Tudo bem.
Encostei a cabeça no ombro dele e fechei os olhos.
- Você deveria ter deixado a Dawn entregar ela primeiro.
Senti ele se retesar sob a minha cabeça.
- Não. Isso não é discutível.
Abri os olhos e me ergui, olhando o seu rosto. - Porquê?
Daryl ficou me olhando por séculos, até que um som chamou nossa atenção, vindo da porta.
- Andarilhos. - Falei, levantando de um pulo.
Segurei a porta, junto com Daryl, mas eles eram cada vez mais e a gente não ia conseguir. De repente, vi Abraham do meu lado, nos ajudando, e depois, aos poucos, todos foram acordando e ajudaram a segurar a porta, tudo sem fazer um único som, por causa dos mortos.
Depois que tudo aquilo parou, regressei no meu lugar e fechei os olhos, exausta e encostei a cabeça na parede. Do nada, senti alguém me puxando para a frente e um braço se colocar atrás da minha cabeça, sobre os meus ombros. Era Daryl.
Sem pensar, encostei a cabeça de novo no seu ombro, respirando fundo e fechando os olhos.
- Não diz isso de novo, a morte da Beth não foi culpa sua. - Disse ele. - Mesmo que ela tivesse sido a primeira.
- Hum. Também não foi culpa sua. A gente procurou, Daryl.
- É. - Senti ele respirar fundo. - Agora dorme, eu fico com o primeiro turno.
Sorri.
- Sempre fica.
Pela manhã, depois de sair com Sasha, Maggie e ela regressaram, trazendo um estranho que disseram se chamar Aaron.
Olhei ele de ponta a cabeça, rodei o bastão e coloqueoi no ombro, vendo ele me olhar e parecer nervoso.
- Oi. - Falou.
Rick se aproximou dele. - Anda nos seguindo?
VOCÊ ESTÁ LENDO
Trust Me
FanfictionO fim do mundo muda as pessoas. Tendo essa regra como certa, Zoe sobrevive ao apocalipe zumbi tendo apenas como companhia, um cachorro que salvou da morte. Ela perdera a confiança nas pessoas depois de perder sua família... Pelo menos até achar um g...