Saí do banho, depois de ter passado minutos intermináveis ali, deixando a água cair na minha cabeça, pensando.
Vestia roupa limpa e segurava uma toalha, que usava para secar o cabelo.
Parei, Daryl estava ali, sentado na cama, com as pernas esticadas em cima da mesma, e me olhou assim que cheguei no quarto.
- Pensei que estivesse lá em baixo. - Falei.
Ele deu de ombros. - Não tem nada para fazer.
- Hum. - Sorri, joguei a toalha na cadeira e passei a mão pelo cabelo, agitando.
Depois sentei do seu lado e fiquei olhando o nada.
- Acha mesmo que pode haver mais?
Olhei ele. - Não sei. É só uma ideia. - Dei de ombros. - Você viu os outros. O que impede de serem mais?
Daryl deu de ombros. - Você sabe que o Rick sempre lutou por esse grupo. Eu nem sempre concordei com ele, mas... Ele sabe o que faz.
Assenti. - Sei. - Revirei os olhos. - Eu sei, mas ele não sabe escutar. E se ele não estiver certo, dessa vez?
Daryl assentiu e colocou um braço sobre os meus ombros, me puxando para junto de si.
- E se ele estiver?
Eu ri. - Tá.
Olhei ele, os seus olhos azuis, os fios de cabelo que caíam sobre o seu rosto...
- O que foi? - Perguntou ele.
Dei de ombros. - Nada. Estou admirando você.
- Pff. - Daryl olhou para baixo. - Grande coisa.
Segurei o queixo dele e fiz ele me olhar.
- Para mim é.
Ele ficou parado, apenas me olhando e eu não sabia o que estava passando pela sua mente. Daryl era difícil de entender quando ficava assim.
- Que exagero. - Disse, por fim.
Eu ri. - Não é um exagero. - Segurei o seu rosto com as duas mãos. - É a verdade.
Colei a minha boca na sua e, depois de alguns segundos, Daryl tirou o braço dos meus ombros e segurou o meu rosto, enquanto as minhas mãos desciam até á sua cintura.
Me afastei, fechando os olhos, e respirei fundo. Assim que abri os olhos, vi que Daryl estava me olhando.
- Tenho medo de perder você. - Dei de ombros. - Eu sei, eu já disse isso, mas... E todas essas decisões do Rick podem ter consequências que ninguém quer ver.
Daryl tirou alguns fios de cabelo do meu rosto.
- Eu não vou a lugar algum.
Sorri. - Estou contando com isso.
Beijei ele de novo, mas dessa vez puxei ele para mim, sentindo uma das suas mãos na minha cintura...
Mais tarde, enquanto olhava o teto do quarto, onde a luz da lua que entrava pela janela, criava sombras, senti Daryl se mexer e a sua mão poisar sobre a minha barriga despida.
Olhei ele e vi que aqueles olhos claros já me encaravam.
- Você deveria estar dormindo. - Disse ele.
Sorri fraco. - Não consigo.
- Vem cá.
Ele me puxou para os seus braços e eu coloquei a cabeça no seu ombro, sentindo seus braços se fechando em meu redor.
Respirei fundo e depois deixei escapar um riso, que chamou a atenção do Daryl.
- Qual a piada? - Perguntou.
- Lembrei do meu padrasto.
- Porquê?
- Ele costumava dizer que eu nunca iria arrumar um namorado, por conta da minha personalidade difícil. - Ri de novo. - Ele dizia que só um louco ficaria comigo, ou alguém tão marrento quanto eu.
Daryl deu de ombros. - Bom, acho que ele tinha razão.
Ri novamente. - Parece que sim. Quem diria que eu ficaria com o irmão do Merle?
Senti a sua mão mexendo no meu cabelo e ele assentiu.
- Quem diria que eu ficaria com aquela louca que invadiu a prisão, sozinha, só para ter a sua pick up de volta.
- Ah, você e o Rick roubaram ela de mim.
Ele riu. - Tá, tem razão. Mas você ameaçou o Carl.
Eu ri. - Tadinho.
- Daryl.
- Hum?
Fiquei em silêncio, sem saber se deveria falar. Aliás, eu sabia que deveria, eu sabia o que sentia, mas tive medo da reação dele e do que ele pudesse dizer ou fazer.
Respirei fundo.
- Eu te amo.
Tal como eu previra, Daryl ficou em silêncio, sem mexer um músculo e depois senti ele beijando a minha cabeça.
- Eu também te amo, Barnes.
Sorri e fechei os olhos, sabendo que poderia dormir, pois minha mente não precisava ficar alerta. Nada passaria pelo Dixon, tal como antes, na cidade. Eu sempre me sentia segura com ele.
Daryl era o meu mundo, tudo o que eu tinha. Daryl era a minha vida.
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Trust Me
FanfictionO fim do mundo muda as pessoas. Tendo essa regra como certa, Zoe sobrevive ao apocalipe zumbi tendo apenas como companhia, um cachorro que salvou da morte. Ela perdera a confiança nas pessoas depois de perder sua família... Pelo menos até achar um g...