73 - Faça Cada Segundo Valer a Pena

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(N.A: ALGUMAS COISAS NÃO SERÃO EXATAMENTE IGUAIS Á SÉRIE)

Michonne não queria envolver a sua comunidade em algo que pudesse fazê-los perderem mais pessoas, mas concordou que aquele era um assunto sensível e que estaria disposta a ajudar, para o bem das comunidades.

Assim, todos iríamos partir para Hilltop, reunir com Tara e Jesus e ver o que poderíamos fazer.

Mas Jesus surgiu no meio do caminho, enquanto regressavamos, e contou que Eugene sumira. Saíra e ainda não regressara.

Troquei um olhar com Daryl e ele assentiu.

- Iremos procurá-lo. - Falei. - Vemos vocês em Hilltop.

- Eu vou junto. - Disse Jesus.

Suspirei. - Paul...

- Nem vem. - Sorriu.

- Sabe a ameaça que enfrentamos. Pessoas, não zumbis.

Ele assentiu. - Só quero ajudar, Barnes.

Revirei os olhos.

Daryl passou por mim. - Deixa ele vir, e deixa esses aí virem junto. - Indicou Yumiko, Magna e todos os outros que estavam com a gente. - Quantos mais, melhor.

Mais tarde, Aaron andava do meu lado, e tocou no meu ombro. Olhei ele.

- Acha que existem mais, do que aqueles que Rosita viu?

Suspirei. - Não sei, mas espero que não.

Anoitecera quando achámos Eugene e ele pareceu verdadeiramente feliz por nos ver, no entanto falou que estava sendo seguido. Mesmo ele chegara na conclusão de que os zumbis falantes eram, na verdade, pessoas. Só não conseguiamos explicar o aspeto igual zumbi.

Vi vários mortos se aproximando e corremos, nos diatanciando deles, mas acabámos encurralados em um cemitério. E uma neblina nos rodeava, tornando ainda mais difícil ver nossos atacantes.

- Atenção ás mãos. - Falei. - Eles devem ter alguma espécie de arma.

Yumiko ergueu o arco e me olhou, assentindo.

Sorri fraco e depois olhei em volta, escutando Eugene tentando abrir o velho portão para que pudéssemos sair. Michonne, olhava em frente, erguendo a katana e depois me olhou.

- Acho que estamos cercados. - Falou, quando o som de zumbi chegou até nós, vindo de todos os lados.

- Merda. - Suspirei. - Eugene!

- Estou tentando, senhorita Dixon!

- Então tenta mais rápido! - Ergui o bastão.

Os mortos surgiram e começámos a matar eles, um por um, e até aí tudo estava normal, mas depois algo se aproximou de mim, um zumbi mais rápido, e com uma faca na mão.

Ergui o bastão e bati no seu punho, espetando um dos espinhos, e ele gritou. Chutei ele, puxando o bastão de volta e o "zumbi" caiu no chão, sendo atacadopor vários dos mortos.

- As mãos! - Gritei. - Olhem as mãos!

E corri para Eugene. Ele tentava abrir o portão, mas esse não abria. Bati com o bastão no cadeado, uma e outra vez.

- Anda logo, pedaço de merda velha! - Gritei.

- Posso ajudar?

Olhei para o lado e vi Magna. Assenti e ela pegou uma das facas, colocando na fechadura e rodando. Dei de ombros e olhei Eugene.

- Fica de olho. - E corri para junto do grupo, que atacava mortos e aquela estranha espécie de sobreviventes.

Vi Daryl e respirei de alívio. Ele estava vivo.

- Temos de sair daqui! - Disse Michonne.

- Eugene está tratando do portão! - Gritei, abrindo a cabeça de um zumbi.

- Conseguimos! - Gritou Eugene. - Vamos!

Mas os mortos começaram a surgir junto do portão. Michonne correu para eles, matando todos os que surgiam na sua frente. Yumiko usava suas flechas para ajudar, assim como Daryl, e começámos a recuar, mas depois percebi que faltava Paul e olhei para trás.

- Jesus! - Chamei.

- Vão! Eu atraso eles aqui! Vai, sai!

Olhei o grupo e, sem pensar, fechei o portão. Daryl, do outro lado, correu para mim e segurou as grades de ferro.

- Zoe, abre isso! - Me olhou. - Ficou maluca!?

Olhei ele. - Sai daqui! Leva eles.

- Não! Abre essa merda!

- Vou buscar o Paul.

Daryl bateu no portão enquanto eu me afastava. -Zoe! Abre essa merda! Volta aqui! Z!

Avancei pela neblina e achei Paul lutando, sozinho, no meio dos zumbis. Me aproximei e derrubei um, chamando a sua atenção.

- Zoe?

Sorri. - Nem pensa que vai ficar bancando o herói sozinho.

Ele riu e, juntos, avançámos pelo meio dos zumbis, matando tantos quanto possível.

De repente, vi um zumbi se aproximando do meu amigo, mas ele não percebeu que ele trazia uma faca na mão.

- Paul! - Gritei, correndo e empurrando os mortos, tirando eles do caminho.

Mas quando Paul percebeu, era tarde demais. O zumbi espetou a faca e puxou, abrindo ele.

- Não! - Gritei.

Me aproximei, rodei o bastão e bati na cabeça do zumbi, fazendo ele cair, gemendo de dor.

Abaixei junto de Paul, ao mesmo tempo que nossos amigos regressavam, e segurei a sua cabeça.

- Nem sonha em morrer, cabeludo.

Ele sorriu. - Eu... Eu sempre soube que você era uma líder, Z. - Paul segurou a minha mão. - Faça cada segundo valer a pena.

Ele ficou imóvel e senti as lágrimas caíndo pelo meu rosto. Inclinei a cabeça para trás e soltei o pior dos gritos. Cheio de dor e sofrimento. Chorei, mas depois lembrei do atacante de Paul e levantei, pegando o bastão.

Ignorando o que acontecia ao meu redor, avancei até ele, que ergueu a mão para mim.

- Não. Espera, foi uma ordem, eu não...

Ergui o bastão e abaixei sobre a sua cabeça. Depois outra vez, e outra, e ainda outra... O sangue esguichando por todo o lado, caindo sobre mim e em nosso redor. Mas eu não conseguia parar. Lembrei de Negan, abrindo a cabeça dos meus amigos. Seria aquela a sensação? Não, ele fazia por divertimento.

Continuei batendo e batendo, até que um par de mãos me segurou, me afastando do corpo completo desfeito. E eu deixei, porque reconheci aquele toque.

Depois chorei, a dor tomando conta de mim, a verdade se abatendo sobre mim. Paul estava morto. Meu amigo morrera. Eu perdera novamente. Eu sempre perdia.

Aquilo era liderar? Eu não queria.

Deixei que Daryl me apertasse nos seus braços, abraçando forte.

Vi Aaron, junto do corpo de Paul e isso só me fez ficar ainda mais triste.

Eu nunca mais veria o seu sorriso, ele nunca mais iria ficar fazendo graça por eu gostar do Daryl, nunca mais me daria aquele abraço apertado que ele sempre me dava...

Fechei os olhos. Eu queria desistir.

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