capítulo 32

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𝑹𝑬𝑰𝑵𝑶 𝑫𝑬 𝑷𝑨𝑵𝑫𝑶𝑹𝑨24 𝑫𝑬 𝑶𝑼𝑻𝑼𝑩𝑹𝑶

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𝑹𝑬𝑰𝑵𝑶 𝑫𝑬 𝑷𝑨𝑵𝑫𝑶𝑹𝑨
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     Dizem que o tempo cura as feridas,traz conforto para aqueles corações feridos e angustiados,no entanto,para Park Jimin,aquele período estava sendo apenas movido a tortura e angústia,um momento no qual desejaria nunca fazer parte. Era comum,como um conforto que se busca em momentos de tempestades, então, seguindo aquele conselho que ouvira de uma senhora que tentava lhe fazer sair daquele quarto,Jimin se apegou a certeza de que seu rei regressaria,traria a vitória para Pandora e viveria longe de guerras: preferia se iludir com uma incerteza ao envés de encarar a realidade que estava diante seus olhos.
     Quando o terceiro dia sem notícia tivera fim,Jimin fez a única coisa que soubera fazer: ele sentou-se naquela cama,se envolveu com uma camisa de Jungkook e se permitiu chorar amedrontado,se deixou levar pela fragilidade. Ele desejava que a porta de seu quarto fosse aberta e o aroma másculo de seu Rei adentrasse suas narinas,pediu para que pudesse ser acolhido de forma protetora e calorosa; quis que tudo aquilo não passasse de um pesadelo,onde iria acordar e o encontrar ali, adormecido com os braços fortes contornando sua cintura,o rosto entre seu pescoço e o corpo colado ao seu. Foram mínimas as vezes que tiveram aqueles momentos somente deles,se permitindo sentir e expôr o sentimento de zelo,mas era o suficiente para Jimin recriar em sua mente, visualizar como se estivesse naquele mesmo lugar. Era a sua única forma de se manter confiante.
     O quinto dia foi o mais assustador,pois fora quando Seokjin bateu em sua porta, pedindo para que descesse até o salão real,onde se encontrava alguns guardas feridos. Seria difícil ajudar todas aqueles homens,garantir que nenhum deles morressem seria uma tarefa árdua,mas que ocuparia a mente traiçoeira de Park. Então,depois do primeiro,veio o segundo, terceiro e por diante,o garoto se ocupou tanto ajudando o médico e curandeira daquele Castelo,que ao menos teve tempo para suas sabotagens mentais. E mesmo que fosse aterrorizante tudo a sua volta, Park Jimin se manteve otimista e fiel de que Jeon Jungkook regressaria com seus soldados,voltaria a se sentar em seu trono e decretaria fim a uma guerra inoportuna.
      Era dia,os poucos raios de sol aquecia sua pele pálida,lhe causando uma boa sensação,como se lhe tocasse levemente, lembrando-lhe de que deveria ficar vivo. Sentando naquele Jardim, distantes de todas as pessoas que circulavam as redondezas daqueles muros que sempre fora fechado,Jimin suspirava lentamente,sentindo seu peito queimar pela ardência de um mal estar,causado por seu descuido. Sua mente trabalhava como se reproduzisse um filme de todos os seus momentos,de tudo o que vivera ao lado daquele que tanto lhe machucou e desprezou, mas,com o passar do tempo,passou a lhe proteger.
   
      […]

        Estavam no escritório de Jeon,deitados no enorme sofá no canto daquela sala,Jimin segurava um dos muitos livros que lia em companhia do rei, reproduzia em bom tom de voz todas aquelas frases que formavam o capítulo tenso que compunha a história . E Jungkook,bom,esse se mantinha atento, assimilando a voz doce e calma daquele que despertava uma série de sensações sem seu corpo, admirava a forma na qual o garoto se aprofundava intensamente na leitura: Jeon não negaria,era prazeroso aqueles momentos.
        Por anos,viveu afastado de tudo aquilo que surgisse como uma ameaça a sua personalidade dominante, não se permitia atravessar as linhas impostas, não conseguia ser rebelde a ponto de arriscar naquilo que mais desprezava. Jeon Jungkook cresceu em um ambiente cercado de traições e mentiras, fatos que o fizeram ser quem era, então era impossível se abrir com qualquer outra pessoa,se mostrar amigável. Ao menos,era assim até que aquele garoto adentrou seu castelo, até Park Jimin chegar com sua aura doce e gentil, inocente e assustado feito um animalzinho em apuros. Não havia sido algo simples e fácil,mais aquele menino,com toda sua transparência angelical,adentrou em sua vida e lhe fez sentir-se na obrigação de lhe proteger,de cuidar para que nada o machucasse.
      Jeon Jungkook acreditava fielmente que todos os seres humanos eram manipuladores,sujos ao ponto de usar a arma mais bela a seu favor, tinha a certeza da perversidade, pois seu pai foi um no qual fez do amor de uma pessoa,a sua condenação à morte. Sempre soube que sua mãe nunca amara aquele homem que tanto os menosprezou, tinha a certeza de que, enquanto o povo de Pandora admiravam o matrimonio dos reis, dentro dos muros daquele Castelo,o inferno seria mais acolhedor. Ele viu sua mãe se destruir, então sim,ele sabia do que o ser humano era capaz e jamais se deixaria levar. Não acreditava em amor, não cultivava a compaixão e pouco se importava com os sentimentos alheios,pois sabia que se estivessem em lados opostos,seria tratado pior que um cão sarnento.
     Mas por aquele garoto de fios negros e cedosos,de olhar doce e inocente,por ele, Jungkook aceitaria amolecer parte de seu coração,o deixaria por perto e o protegeria com unhas e dentes. O rei sabia, enxergava em Jimin aquilo que um dia habitou em si,e por mais que tivesse começado de forma errada e desprezível, Jeon conseguia notar a semelhança: tinham marcas causadas pelo passado, ferimentos brutais que se apossavam de suas peles e alma,cicatrizes que nada seria capaz de apagar. Ele soube,ao olhar para aqueles olhos marejados e amedrontados,ao ter lhe dado a primeira bofetada que jamais deveria ter acontecido,ao ter lhe jogado em uma masmorra fria e que nunca seria seu lugar; Jeon Jungkook sabia que deveria o proteger, não o machucar com havia feito.

O poder da Coroa [Jikook/Fanfic] ConcluídoOnde histórias criam vida. Descubra agora