Eu estava em um lugar que eu conhecia, mas ainda assim demorei um tempo para reconhece-lo. Fazia tanto tempo que eu não via aquele lugar, tanto na vida real quanto em sonho, era a mansão dos Malfoy.
Me assustei por que eu mal falava com Draco e a gente não tinha contato a meses, não por minha escolha claro.
Quando dei por mim eu estava com alguém nos braços e esse alguém era o próprio Draco, ele estava ferido e em minha volta eu ouvia o choro desesperado de Narcissa, mas não a via.
Comecei a entrar em desespero porque ele estava desacordado, eu o balançava com força e ele sequer se mexia:
- Draco, porra! - Eu o sacudia, apalpava o seu peitoral, tentava procurar alguma ferida, mas aparentemente ele estava intacto. - Acorda seu idiota, você não pode fazer isso comigo!
Foi então que ele abriu os olhos de forma melancólica, fraca e começou a falar:
- Sun?
- Sim, sim! É Sun seu loiro aguado idiota, achei que tinha me deixado! Não me assusta assim. - Eu falava com lágrimas nos olhos.
- Você pode pensar o que quiser de mim, mas eu nunca vou deixar você. - Ele parecia fazer muita força para ficar de olhos abertos.
Ele então levantou uma das mãos e tocou meu rosto, senti meu corpo queimar de um jeito horrível ao sentir sua pele tão gelada.
- Você promete? - Eu não parava de chorar.
- Voto perpétuo, pentelha. - Ele sorriu de forma fraca, sem se aguentar mais foi fechando os olhos devagar e como uma nuvem ele se dissipou nos meus braços me deixando em um grande vazio.
Eu gritava, chorava, me sacudia e batia no ar, quando dei por mim eu acordei com meu próprio escândalo e estava quase estapeando Hermione:
- Mulher, o que te deu? - Ela falava tentando me acalmar.
- Amiga, eu te bati? - Eu perguntava num mix de susto e alívio por ter sido um pesadelo.
- Foi por pouco, mas não! Dá pra me dizer logo o que você tem?
- Foi só um pesadelo. - Eu comecei a levantar, percebendo que suava frio. - Fazia tempo que eu não tinha sonhos ruins como aquele.
- Parece que foi um dos bons mesmo, porque você tava se mexendo sem parar na cama. - A menina fala enquanto terminava de pentear os cabelos, ainda de pijama.
- Ah, foi estranho, eu tenho tido sonhos com os Malfoy direto esse ano letivo, tinha parado a um tempo, mas sei lá porque hoje voltou a acontecer.
- Deve ser saudade. - Hermione murmurou e eu joguei meu travesseiro nela.
- Saudade de ser maltratada? Ah, claro. - Eu resmunguei em resposta e continuei a falar. - Eu só preciso tomar um banho, ter um café reforçado e ver O MEU IRMÃO!
Aquilo era ótimo de falar, saber que eu tinha família era algo tão maravilhoso que eu não sabia nem explicar a sensação.
Logo eu dei um pulo da cama, motivada o suficiente para me arrumar. Era a primeira vez em tempos que estava animada de verdade com alguma coisa.
Minha melhor amiga, por outro lado, parecia bastante chateada com aquilo, no fundo eu achava que não passava de ciúmes idiota:
- Ah, sim. Seu irmão. Eba, uhul! - Ela fingia estar alegre com deboche na voz e eu revirava os olhos com a ceninha dela.
- Dá uma chance pra ele, ok? - Eu caminhava para o banheiro.
- Uma chance? Eu não preciso dar chance nenhuma pra ninguém o irmão é seu, não meu. - Ela falava agora como se não ligasse, mas eu sabia que ela estava se roendo de preocupação.
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Alohomora
Fiksi PenggemarNa primeira parte da nossa história, é início do quarto ano em Hogwarts e a amizade que você tem com um dos caras mais ricos e mimados do mundo bruxo começa a virar algo a mais. Você vai conseguir entender a história tanto pelo ponto de vista da pro...