01✧⁠*⁠ REENCONTRO NOSTÁLGICO

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Celeste

Meu nome é Celeste Castelle, tenho 27 anos e possuo uma formação em Direito. A maior parte dos meus dias é dedicada ao trabalho no escritório e, para ser sincera, estou me sentindo um tanto esgotada. Neste momento, estou dirigindo de volta para casa, buscando animar minha alma cansada ao ouvir uma música agitada. Estou transitando por ruas e vielas praticamente desertas, já que já passa da meia-noite. Percebo que minha carga de horas extras está afetando meu corpo, pois sinto dores em todo ele devido às longas horas passadas sentada, revisando pilhas intermináveis de documentos.

Perdida em meus pensamentos, começo a refletir sobre o que farei quando chegar em casa: preparar uma refeição e tomar um banho revigorante ou simplesmente desabar no sofá e adormecer ali mesmo. Enquanto pondero, o sinal de trânsito fecha e, por alguns segundos, decido descansar meus olhos, fechando-os brevemente. Ao abri-los novamente, minha atenção é imediatamente capturada por uma pessoa em particular. É alguém que não é totalmente estranho para mim. Esfrego os olhos, tentando confirmar se estou enxergando corretamente.

Ao observar mais atentamente, começo a me questionar se realmente é quem estou pensando. Uma curiosidade desperta em mim, querendo saber o motivo dessa pessoa estar ali, tão tarde da noite, vestindo um vestido leve. Afinal, está frio lá fora. Será que ela precisa de ajuda? A curiosidade me domina e decido averiguar se é realmente quem estou pensando.

Estaciono o carro no meio-fio e me aproximo cautelosamente dela. Tenho certeza de que é Evangeline, minha antiga colega de classe do terceiro ano do ensino médio! Durante aquele período escolar, tivemos algumas conversas, mas nunca fomos amigas, pois tínhamos grupos de amigos diferentes e colegas de classe era como poderia definir nossa relação. Evangeline costumava sentar ao meu lado e frequentemente fazíamos trabalho juntas. Conversávamos durante as aulas que achávamos entediantes. Lembro-me de que ela era apaixonada por arte e música clássica, enquanto eu tinha um gosto mais voltado para filosofia, músicas pop.

Evangeline era mais alta do que eu, com cabelos castanhos claros que ela mantinha em um corte Chanel, acompanhado por uma franja impecavelmente arrumada. Até hoje me pergunto quem era seu cabeleireiro. Seus olhos castanhos claros eram amendoados, adornados por longos cílios. Sua pele era clara e seus lábios rosados. Ela sempre usava uma maquiagem discreta, parecendo uma verdadeira boneca. Apesar de não ter muito volume no busto, suas curvas nas nádegas compensavam essa característica. Os meninos sempre ficavam encantados por ela. Se a Celeste do passado visse a Evangeline de hoje, não acreditaria. A diferença é evidente, com seus cabelos longos e seios mais desenvolvidos. Nossa, Evangeline realmente se tornou uma mulher completa, com todas as curvas. Seu rosto ainda é delicado e simétrico.

Enquanto caminho, vou me aproximando dessa figura tão nostálgica.

"Boa noite, moça", disse, tentando evitar ser evasiva e já chamando-a pelo nome. Quem sabe ela nem se lembra de mim. Ao chamar sua atenção, ela se virou e me olhou com estranheza, e depois com surpresa, como se reconhecesse algo que havia esquecido, mas não ao ponto de não se lembrar quando vê novamente.

- Celeste?
- Sim, sou eu. Você se lembra?
- Lembrei sim, embora tenha sido um pouco difícil te reconhecer nessa luz fraca. Mas me diz, o que está fazendo por aqui?
- Bem, eu sei que pode parecer estranho, mas queria te perguntar se você precisa de uma carona.
- Por que você está oferecendo uma carona?

Evangeline me olhou, estranhando minha pergunta, mas logo respondi:

- Me desculpe, mas eu te reconheci assim que meus olhos bateram em você e resolvi vir te cumprimentar, e se você estiver precisando de carona...

QUARTO VERMELHOOnde histórias criam vida. Descubra agora