Capítulo 3: O desaparecimento

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— Sumiu? Como assim sumiu? — Questionou sentindo seu coração bater tão forte que parecia estar saindo pela sua boca, suas mãos tremiam enquanto ela tentava manter o telefone no ouvido.

— Helô...

— Aqui é a Helô. A HELÔ! Então bora falando, Laíx! BORA FALANDO! — Esbravejou, andando de um lado para o outro em seu quarto. — Quer saber? Tô indo pra aí.

— Helô... — Laís tentou novamente, sem sucesso.

— Quero saber tudo o que você sabe sobre isso, Laís! Chego em 10 minutos!

E desligou o telefone. Ela não demorou muito pra trocar sua camisola por uma roupa, pegando sua bolsa que tinha deixado em cima da cadeira de seu quarto e praticamente correndo porta afora.

— O que foi donelô? É alguma coisa com dotôstenio? Ele tá ferido? Eu sabia, sabia que tinha alguma coisa de errada com essa viagem. Eu não lhe disse? Eu disse! Tava tudo muito estranho! Dotôstenio não é quieto assim! Tá bom que ele ia viajar e ficar dias sem ligar pra senhora!

— Eu preciso ir, Creusita. — Helô disse, sem nem ao menos entender o que Creusa tinha dito. — Não me espera acordada! — ela dá um beijo rápido na bochecha da fiel escudeira e praticamente corre até a porta, batendo com força.

Creusa sente o aperto em seu peito se intensificar. Não era qualquer coisa que deixava a patroa daquele jeito e se ela estava tão preocupada a ponto de sair correndo de casa daquele jeito, só podia ter acontecido alguma coisa muito ruim com dotôstenio.

— Tá repreendido! Dotôstenio vai voltar pra casa são e salvo! — murmurou pra si mesma e então olhou pra mesa — Mas vixi, donelô nem comeu nada!

-/-

As mãos de Helô tremiam levemente enquanto ela tentava colocar a chave na ignição, fazendo com que ela demorasse mais tempo do que o necessário para ligar o carro e partir.

Precisava pensar friamente, precisava se manter calma. Ainda nem sabia o que tinha acontecido, caramba! Não podia se desesperar assim por nada. Tudo o que sabia era que Laís não tinha notícias de Stenio há algum tempo, mas não era a primeira vez que algo assim acontecia, alguns meses atrás ele também tinha feito a mesma coisa. Entretanto, Laís sabia exatamente onde ele estava e agora parecia realmente aflita.

— Não. Não! Tu não vai pensar no pior agora. Ainda não.

Helô balançou a cabeça, tentando afastar seus pesadelos de encontrarem a luz. Não podia pensar no pior ainda... Não sem ter todas as informações necessárias.

Ela pisou no acelerador com força.

Provavelmente tinha quebrado várias leis de trânsito, mas chegou no prédio onde o escritório de advocacia ficava localizado dentro dos dez minutos que tinha estipulado. Respirando fundo, ela saltou do carro e entrou no elevador.

Onde tu tá cara? Onde tu tá? Não me apronta nenhuma palhaçada dessa vez xxxxxxxtenio ou eu juro que uso minha arma em você.

Ela batia o pé nervosamente no assoalho do elevador, enquanto tudo o que podia ouvir eram os seus pensamentos assustados e a batida do seu coração descompensado.

A porta do elevador se abriu e ela deu de cara com Laís e Olívia aguardando por ela. Pelo olhar da sócia de Stenio... Helô sentiu suas pernas fraquejarem.

Não.

Ela sabia que dessa vez, não era nenhuma brincadeirinha dele e que alguma coisa grave tinha acontecido, podia sentir.

Where's My Love - Steloisa Onde histórias criam vida. Descubra agora