Capítulo 7: A descoberta

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— Máfia? — Helô questionou ao acabar de estudar o arquivo que Laís tinha entregue em suas mãos mais cedo, sentindo seu coração disparar ainda mais forte.

A empresa do tal Hernández era uma fachada para lavagem de dinheiro para a Máfia. Os sócios? Alguns estavam envolvidos com a máfia espanhola, outros não, mas de qualquer forma, não eram boa coisa. E, se a máfia estava envolvida... Se a máfia tinha se sentido prejudicada por Stenio de alguma maneira...

— Não. Não! — Helô negou, largando a pilha de papéis sobre sua mesa e levando as mãos que tremiam levemente até os seus cabelos, fazendo um coque frouxo e prendendo com seu pauzinho.

Precisava se distrair, precisava mudar de foco! Não podia nem sequer deixar que a possibilidade de que Stenio estivesse morto passasse pela sua cabeça ou não iria suportar.

E precisava.

Ela precisava acreditar que ele estava vivo, que iria encontrá-lo. Seu coração não permitia outra coisa!

Helô nunca precisou ser tão forte e tão dura como precisava ser agora. Se ela deixasse que seus sentimentos, que seu medo tomasse conta de suas emoções... Iria falhar. E se falhasse agora, não conseguiria manter a única promessa que já fez pra filha que realmente importava: encontrar Stenio. Ela o encontraria pela filha, pelo neto ... Até mesmo pelo genro! Por Laís e por todas as pessoas que trabalhavam no escritório do advogado... Por ela.

Sentiu novamente uma lágrima teimosa escapar por sua bochecha e secou o rosto com raiva. Não era hora de chorar! Iria chorar depois quando ele estivesse em segurança.

Olhando para o relógio viu que já se passava das 4 da manhã e Creusa estava sentada no sofá dormindo toda torta. Devia acordar a fiel escudeira e obrigar que ela fosse para a cama, mas a verdade é que Helô não queria estar sozinha. Tinha muito medo do que poderia descobrir e ainda mais medo de que Creusa não estivesse por lá para segurá-la enquanto desabava.

— Vamo, Helô. Vamo! Tu precisa colocar essa tua cabeça pra funcionar. Pensa, pensa, pensa! — ela bebericou o café frio que Creusa tinha deixado em sua xícara horas atrás e voltou ao trabalho.

Não iria desistir.

Jamais desistiria de encontrar Stenio.

-/-

— Donelô! A senhora passou a noite todinha nesse seu computador, nem dormiu e já vai pra aquela delegacia?

— Tu também não dormiu que eu sei, Creusa.

— Eu ainda fechei meus olhos por um tempinho, donelô... A senhora precisa descansar!

Não!

O que ela precisava era encontar Stenio!

O que ela precisava era que quando sua filha ou seu genro ligasse em algumas horas, pudesse dizer que tinha encontrado Stenio, que ele estava vivo e bem. Que estava seguro. Em casa. Não precisava dormir ou comer.

— A senhora não vai nem beber seu leitinho?

— Banho. — Murmurou sem forças.

— Mas donelô...

— Banho primeiro. — seguiu andando, deixando uma Creusa contrariada para trás.

Ao entrar em seu quarto, estagnou ao olhar para a grande cama no centro. Helô não queria nem pensar em deitar naquela cama. A cama em que teve sua primeira recaída com Stenio depois que voltou de sua viagem e sua última noite romântica com ele... para logo depois expulsa-lo quase aos tapas por novamente ter medo dos sentimentos que tê-lo em sua cama tinha despertado nela.

Where's My Love - Steloisa Onde histórias criam vida. Descubra agora