Capítulo 8: Os desdobramentos

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— Laís tá no telefone, delegada.

Helô respirou fundo antes de atender. A sócia e amiga de Stenio estava sendo um ótimo recurso para as investigações sobre o paradeiro de Stenio... Apesar do estouro mais cedo, Helô, tinha que admitir que sem a ajuda de Laís e a troca de informações, ela estaria muito distante do que estava agora.

— Pode passar.

— Alô, Laíxx.

— Helô... Não dá mais! Eu tô com medo, Helô. Talvez esteja na hora de entregar tudo para a PF e deixar ela cuidar disso!

— Não! Isso pode prejudicar o Stenio!

— Eu sei, mas tô com muito medo.

— Se você sabe, não faça isso. Porque se tem uma coisa que eu sei é que Stenio não tá envolvido em máfia nenhuma, eu sei muito bem aonde Stenio é capaz de chegar. Se eu não tivesse assim, absoluta convicção do que eu tô dizendo, eu não taria fazendo o que tô fazendo.

— E se acontecer algo com ele porque não agimos rápido o bastante?

Helô pensava nisso todos os dias. Que poderia trabalhar mais rápido, que poderia ter encontrado mais, que já devia ter localizado Stenio se tivesse o recurso que tinha quando estava na PF, mas seu faro policial dizia que estavam perto. Muito perto. E seu coração dizia que Stenio ainda estava vivo e isso era tudo o que importava pra ela.

— Laís, se aconteceu o pior, isso aconteceu no primeiro dia. — sentiu um arrepio percorrer sua espinha, mas precisava fazer com que Laís entendesse o que acionar a PF poderia fazer com a carreira, com a vida de Stenio. — Minha amiga, por favor, me escuta! Não se precipita, não faça nada, espera até mais tarde. Por favor, me escuta! — quase implorou.

— Você tem certeza que sabe o que está fazendo, Helô? — Laís perguntou sincera, sabendo que a mulher não estava mais pensando racionalmente e sim com as emoções.

— Tô fazendo tudo que posso para salvá-lo, Laís. — sentiu sua garganta fechar — Eu não vou desistir.

— Eu sei que não.

— Eu vou encontrá-lo.

— Tudo bem, Helô. Eu acredito em você.

Helô respirou fundo, se sentindo novamente a beira das lágrimas.

— Obrigada, Laís.

— Estou aqui para o que precisar.

Helô encerrou a ligação e deitou a cabeça em sua mesa, tentando se recompor. Conhecia Laís e Monteiro há anos, desde quando Haroldo rompeu a sociedade com Stenio para morar no exterior e ele encontrou Laís. Não eram exatamente próximas, mas Helô sabia o quanto Stenio gostava da sócia e estava começando a entender o ex-marido.

A mulher era determinada e irredutível. Além de extremamente leal. Faria tudo o que estava em suas mãos para ajudar a delegada a encontrar o ex-marido.

— Yone.

— Sim, delegada?

— Expediu o mandato de prisão?

— Sim. Teremos em mão em algumas horas...

— Então vamos pegar esse cara!

-/-

Helô estava se preparando para a apreensão de Cortez dali há alguns minutos... Tinha passado a noite em claro (mais uma vez) estudando os processos e procurando vantagens que poderia usar ao interrogá-lo, extraindo informações importantes sobre Stenio.

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