Capítulo 14: A volta para casa

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Helô tinha tomado uma decisão que ela achava ter sido um tanto impensada (para dizer o mínimo) quando Stenio teve alta do hospital no Brasil: mandar levá-lo para a sua casa. Pior. Tinha mandado colocá-lo em seu quarto. Não sabia porque tinha feito aquilo! Eles estavam DI-VOR-CI-A-DOS! Duas vezes. Ela não tinha mais nenhuma obrigação com ele e muito menos de cuidar dele!

Ela o encontrou, o resgatou e o trouxe de volta para casa. Ponto. Ainds ficou três dias com ele no hospital antes que ele tivesse alta. Seu trabalho estava mais do que concluído. A sua promessa para a sua filha estava mais do que paga! Stenio estava vivo, bem e se recuperando rapidamente, poderia muito bem ficar em qualquer outro lugar que não fosse a casa dela.

Deveria ter mandado Stenio pra casa da Drica! Rá. Imagina Drica e Pepeu cuidando do Stenio enquanto ele se recupera? Iam esquecer de dar os remédios, não iam saber preparar comidinhas balanceadas para o estômago dele... por mais que tenham melhorado muito, continuavam sendo dois cabeças de vento. Teria sido um desastre!

Não! Era melhor Stenio ficar ali, perto dela. Onde ela poderia arrancar informações sobre o tal cliente "inocente" que o tinha levado a ser sequestrado, onde ela poderia monitorar pessoalmente sua recuperação e segurança. O despacharia para a casita dele tão breve pudesse ficar sozinho! Ou talvez o mandasse para uma clínica de idosos, seria muito bem-feito pra ele!

— Qualquer coisa que precisar é só ligar pra mim, tá bom Stenio? — Falou Laís.

Ela e o Monteiro tinham vindo comigo e com Stenio, para que pudessem me ajudar a acomodá-lo melhor. Ou seja, não queria ficar sozinha com ele depois dos acontecimentos no hospital.

— Pode deixar, Laís! Obrigada por tudo o que fez. Você também Monteiro!

— Não fizemos nada, Stenio... Helô que não descansou até encontrar você.

— Foi? — Ele desviou os olhos dos amigos e olhou em direção a Helô, que estava na porta de braços cruzados, mantendo a distância. — Foi você quem me encontrou?

Ela assentiu.

— Não sozinha.

Stenio sorriu pela primeira vez desde que tinha sido sequestrado e Helô sentiu seu coração aquecer ao ver o sorriso nos lábios do homem. O sorriso que achou que nunca mais veria... O sorriso rapidamente se foi e Stenio voltou a ficar abatido. Se Laís ou Monteiro perceberam, não comentaram nada... Mas Helô conhecia Stenio muito bem e podia ler cada expressão em seu rosto.

— Estamos indo. — Se despediram dos dois.

Helô ouviu quando eles se despediram de Creusa e a porta batendo em seguida, antes de ouvir a voz de Stenio.

— Obrigada.

Helô virou em direção ao homem que tanto mexia com suas emoções, com uma expressão séria.

— Pelo que?

— Por não desistir de me encontrar. — A voz dele falhou — E-e-eu... — ele se calou, seus olhos fechando com força — Eu realmente achei que não sairia de lá.

— Não fala isso, xxxxtenio. — o coração de Helô pesou com as palavras dele, não podia, não queria imaginar a vida sem ele nunca mais.

Precisando se reassegurar de que ele estava ali vivo e bem, ela se aproximou devagar. Tinha chegado a tempo. Tinha trago Stenio de volta pra casa. De volta pra ela.

Olhando para Stenio agora, meio sentado, meio deitado em sua cama, sentia seu coração se contrair. Ela não sabia o que ele tinha passado, mas apenas com as lembranças que tinha de quando o encontrou e o quanto ele estava machucado, ela podia imaginar. Mesmo não querendo.

Where's My Love - Steloisa Onde histórias criam vida. Descubra agora