sixteen

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#Kenji

"Terno preto slim microfibra" esse é o nome do terno que meu pai havia escolhido para mim. Não que eu entendesse sobre ternos, mas esse era uns dos mais bonitos que vendiam nas loujas. Com gravata, blazer e calça que mantiam a cor escura, e a blusa social branca com o tecido importado.

Eu ainda tinha dificuldades para aprender a arrumar uma gravata, mas nada que um tutorial não resolvesse o meu problema. Meu cabelo estava com um pouco (muito) de gel, como o meu penteado de sempre, só que um pouco melhor. Eu me achava confortável daquela maneira.

Eu cheirava a um dos perfumes da Dior, um dos meus preferidos. Ele transmitia uma fragrancia fresca, limpa, aberta e talvez, muito sensual.

Era um pouco mais das 15:30, eu ainda me questionava sobre esse tal compromisso. Óbvio que não era uma coisa boa, ele nunca faria isso. Eu estava com um pouco de medo, medo do que vou ter que encarar.

Enquanto me observava no espelho, dobrava as mangas e terminava de abotoar a camisa, ouço apenas duas batidas na porta. Devagar vou até ela para atender, preparado para ouvir o que meu pai teria para dizer.

Abro a porta, no mesmo instante, um sorriso debochado sem mostrar os dentes é formado em seu rosto.

- Hum, esse terno ficou bom em você. Agora, parece um homem de verdade - ele mexe na gola da roupa "chique" que uso, que por sinal, era parecido com o dele, porém o seu revelava uma cor mais cinzenta. - Vamos, eles já devem estar lá.

Ele começa a caminhar. Pego meu relógio e meu celular junto, e o sigo. O que eu estava fazendo? Por que estava obedecendo ele?

- Você não me falou aonde está me levando - paro no meio do corredor, antes que ele possa descer as escadas brancas. - Eu não posso simplesmente te seguir.

- Você vai descobrir - da uma pausa. - E por que não poderia? Pare de falar, vamos logo.

Ele desce, e eu penso um pouco antes de segui-lo. Vejo a casa vazia novamente, como sempre estava. Meu pai me leva até o um de seus carros na garagem, e eu me recuso a sentar no banco da frente.

As rodas do carro já estavam rodando, os vidros fechados e o ar condicionado com uma temperatura mais alta, para ajudar com o vento um pouco frio que se tornava lá fora. Vasculho na parte de trás, em procura de algo para mascar, não consigo detectar nada, mas em seguida, vejo a mão do meu pai estendida em minha direção.

- Pegue - ele segurava um pequeno pacote de Trident. Não posso recusar, pego apenas um da embalagem e ele retira sua mão. Abro o chiclete retângulo e o levo até a boca, sentindo o gosto de hortelã junto a menta na língua, até arder um pouco.

O trânsito não estava muito agradável, devido a muitas pessoas que estão a caminho de seus trabalhos em uma sexta feira a tarde. Enquanto eu, nem sabia o motivo de eu não estar no meu quarto, enrolado nas cobertas e um controle que controla o Minecraft na televisão. Estou a rumo de um lugar que eu não posso ter ideias de onde é.

Pego meu celular e me distraio com as postagens idiotas do Twitter, esperando meu pai parar de dobrar em curvas.

[...]

O prédio no qual meu pai havia estacionado ao lado, era grande, um pouco maior do que os outros na volta. A luz das nuvens refletem na parede de vidro escuro do prédio, e isso dava uma visão ótima do lugar, com algumas janelas abertas e várias pessoas entrando e saindo do portão grande e bonito também.

Meu pai não diz nada, apenas desce do carro e eu logo atrás. Era difícil olhar para cima, pois meus olhos estavam frágeis e a luz era forte. Ele caminha mais e passa pelo portão, que também havia umas parte de vidro.

←take me home→ ¡benji!Onde histórias criam vida. Descubra agora