Capítulo 12 - Ordens do médico

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Sofia Grando
4 de fevereiro 2022
Massachusetts, Boston.

Vejo Noah bocejar enquanto olha o almoço preguiçosamente.

- Anima, garoto... Você dormiu a tarde toda! - Estalo os dedos em seu rosto e ele sorri sapeca piscando. - Tá tudo bem? - Ele assente e morde uma garfada de frango com feijão.

- Vamos fazer um exame de sangue amanhã em, você tá parecendo zumbizinho! Dorme o dia todo e ainda acorda com sono. - Noah retorce o nariz numa careta e eu rio levemente mordendo uma cenoura.

- Tio seb? - Levanta uma sombrancelha em indagação.

- Vou ver se ele pode. Ele voltou a pegar alguns plantões durante a semana.

- Legal!

Termino de colocar os pratos na lava-louças enquanto Noah ajeita a mesa e a sala cujo seu gato derrubou todas as almofadas do sofá e dormia estirado no sofá agora.

Seco minhas mãos no pano de prato e me sento ao seu lado.

- Pega o uno pra gente jogar... - ele pula do sofá indo para seu quarto e eu sorrio enquanto acaricio o pelo escuro de banguela.

...

Me levantando da cama e me enfio no chuveiro gelado para despertar.

Visto uma calça azul clarinha e um top da mesma cor de academia, enfio meus tênis nos pés e jogo uma camiseta só pra estar apresentável no hospital.

Passo um perfume leve e coloco meu celular no bolso enquanto caminho até o quarto de Noah.

- Ei, baby! - Beijo sua testa e ele resmunga se virando para o lado oposto. - Vamos! Tio seb tá esperando a gente pra tirar um pouquinho do seu sangue. - Formo uma pinça com meus dedos e belisco seu braço levemente. Ele abre um sorriso ainda de olhos fechados e eu abro a persiana caminhando até seu guarda-rouoa depois.

pego um moletom preto com estampa do capitão América.

Puxo o cobertor de suas pernas e coloco a calça com o menino deitado ainda.

- Preciso que você levante, filho. - Murmuro quando termino de colocar a calça. - Escova os dentes e faz xixi. Não engole nada da pasta pra não dar qualquer errinho no exame, tá? - Ele assente e se arrasta pra fora da cama indo até seu banheiro.

Dobro a coberta muito grande para ele conseguir e enfio no guarda roupa.
Normalmente Noah sempre arruma sua cama e deixa a coberta para mim, mas como estamos atrasados arrumo sua cama e já ajeito alguns brinquedos perdidos pelo quarto.

Ele sai do banheiro e eu o ajudo com a camiseta e o moletom de frio por cima.

Saímos de casa após uns minutos e paro meu carro no meio do estacionamento do hospital pulo do banco e abro a porta para meu filho.
Jogo as chaves pro manobrista sorridente ele me cumprimenta como todos os dias.

Entro no elevador e meu filho ajeita a máscara olhando no vidro.

Subimos até a ala de atendimento cumprimento a enfermeira Beth, uma jovem loira e extremamente calma e acena pra Noah que sorri simpático.

— Tem alguém na sala do Seb? — Ela nega e eu assinto caminhando pelo corredor, Sebastian é um neurocirurgião e fisioterapeuta, mas adora ficar na ala de atendimentos do dia a dia.

Noah bate na porta quando falo que é a dele e ele grita um "entra".

— DINDO! — corre até o homem atrás da mesa que abre os braços empolgado e recebe meu filho o lotando de beijos.

— Que surpresa ótima! Minha mulher e meu pestinha favorito. — Gargalho e Murmuro um "cala a boca" e ele sorri sapeca. Me inclino dando um beijo em sua bochecha e me sento na cadeira branca.
Vejo ele ajeitar o Noah em sua perna. — Em que devo a honra?

— Precisamos que esse garotinho faça um exame de sangue, tio Seb. Anda muito dorminhoco!

— Melhor do que muito acordado né, ele tem energia pra dar e vender.

— Não está tendo muita. Pode fazer uma ficha pra ele retirar?

— Posso, claro. — Vejo ele pegar o teclado e digitar as informações do Noah.

— Você que vai tirar meu sangue?

— Credo, não! Desse jeito parece que eu vou te bater. — Noah ri baixinho. — Vai ser a enfermeira, normalmente médicos não tiram... Mas prometo pedir pra enfermeira mais boazinha, tá? — Diz e beija a bochecha de Noah.

...

Noah aperta o curativo em no braço quando entramos na escola.

Ele reclamou de ter que vir depois da segunda aula, já que compensaria faltar. Mas a Lívia dormiu no Léo e não teria com quem deixá-lo já que eu ia pra academia daqui a pouco e depois trabalho.

Deixo ele no corredor principal e caminho até a sala em que a secretária me informou que é da professora regente pela sala de Noah.

Noah foi diagnosticado com hipoglicemia, resumindo... É a falta de energia no corpo que é produzida por ingerir doces ou qualquer tipo de açúcar. Uma balinha aqui ou ali ajudaria nas dores de cabeça e tontura.

Meio que eu já sabia que ele tinha isso, ele me relatou a falta de foco nas aulas e o sono extremo.

Seguro a sacola de doces que pedirei pra professora explicar aos outros professores que é bom dar de vez em quando para Noah melhorar. Já que estava influenciando em suas notas.

Caminho até a sala e bato na porta fechada.

Vejo a maçaneta girar e praticamente grito com mim mesma na minha mente.
Obviamente tinha que ser o professor Evans.

— Ah oi!

— Olá! — Murmuro e ele me dá passagem para entrar. O clima estranho era palpável.

— Tá tudo bem?

— Tá tudo bem sim! Eu levei o Noah pra fazer uns exames... Ele tem hipoglicemia. Eu querida pedir para o senhor ficar com esse saco de balas. Se puder explicar aos outros professores... É o motivo de Noah estar tão "mortinho" nas aulas. Só de dar uma bala quando perceber que ele tá desanimado já vai ajudar muito.

— Explico sim! — Pega o saco de minhas mãos e coloca sobre o tampo da mesa. — Ele é um doce e precisa de doce... — Nega com a cabeça e sinto seu olhar descer levemente pelo meu corpo na calça justa. — Podemos conversar sobre nós?

— Professor... — Começo e ele me olha curioso. — Sabe que isso... — Aponto para nós dois. — Foi um erro, né? O senhor sabe que isso não pode sair de jeito nenhum daqui e da boca do Leonardo ou da Lívia! Não dá pra gente ter nada, isso vai prejudicar ambos lados.  Não tem como isso dar certo de maneira alguma.

— Podemos...

— Não.

Oioi

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Oioi

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