Capítulo 3 - Brejinha gelada

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Chris Evans
20 de janeiro de 2018
Massachusetts, Boston

Pego meu celular do bolso quando fecho a porta após o pai com meu último aluno irem. Atravesso o corredor com minhas coisas pronto pra ir embora após um dia cansativo.

— EIEI! QUEM VAI VIRAR TODAS ESSA NOITE? PRIMEIRA RODADA POR MINHA CONTA! — Grito entrando na sala do Dicaprio mas prendo minha respiração ao ver Noah sentadinho no canto da sala. — Desculpe. — Murmuro e escuto Leo rachar o bico enquanto eu sinto minhas bochechas esquentarem.

— Tá ganhando bem em, professor. — Noah fala baixinho e Leo ri mais ainda ficando vermelho.

Vejo ele puxar a respiração e voltar a postura normal.

— É um velho amargurado que mora no porão dos pais, meu caro. Ele tem dinheiro de sobra.

Mostro a língua para meu amigo e puxo uma cadeira me sentando e olhando para meu aluno.

— Eu achei que você... — Aponto. — Era meu parça.

— Ei! Eu ainda sou seu parça.

— Você riu da piada desse branquelo azedo. Trairagem...

— Olá! — Ouço uma voz feminina atrás de mim e me viro rapidamente.

— Ah, oi! — Aceno enquanto me levanto para cumprimenta-la. Esfrego a mão em minha calça jeans pra limpar qualquer sujeira e estendo a ela. — Chris. Professor de história.

— Sofia... Mãe. — Observo seus dedos finos pintados de marrom clarinho contra minha mão e a solto quando percebo que segurei demais.

— Oi, mãe! — Noah surgi ao nosso lado e abraça a mulher pela cintura que retribui da mesma maneira.

— Rapazes, me desculpem pela demora. Tive que realizar uma reanimação de uma menininha... Levou mais tempo que o normal.

— Imagina! tá tudo bem. — Léo se pronuncia. — Sofi, ele deu um avanço em... Hoje respondeu uma questão na lousa e acertou de primeira.

sofi?

Por acaso eles se conhecem a mais tempo?

Que intimidade é essa toda?

Que ótimo! — Ela acaricia as costas do filho ao seu lado.

— Sra. Grando, ele é um excelente menino. — Puxo sua atenção a mim e ela me olha com os olhos verdes grandes . — Esse garoto é incrível! Dá pra ver a criação impecável por você. — Vejo um sorriso orgulhoso surgir em suas bochechas e ela agradece e se despede indo embora.

— Meu anjo se foi. — Digo dramaticamente enquanto me jogo de costas sob o tampo da mesa de madeira. — Que história é essa de Sofi? Você já a conhecia?

— Claro que não! Se já conhecesse ela, estaria com uma aliança nesse dedinho e meu filho na barriga dela.

Torço meu nariz de contragosto e sorrio amarelo para meu amigo.

— Para de ser talarico! — Murmuro e ele me olha sapeca.

— Vamos beber! — Se levanta num pulo agarrando suas coisas.

my son's teacher - Chris EvansOnde histórias criam vida. Descubra agora