| Capítulo 01 |

971 95 11
                                    

Point Of View: Mon Armstrong

Acordei com o barulho do despertador, ainda estava com o cabelo no rosto quando ergui um pouco a cabeça e olhei para janela.

— Droga! – Já era dia. Ultimamente a impressão que eu tinha era que eu acabava de deitar a cabeça no travesseiro, fechava os olhos... e pronto, outro dia. O segundo alarme tocou, me fazendo bufar. – Já estou acordada. – Peguei o celular e desliguei.

Me sentei na cama tomando coragem para levantar, mas eu não tinha muita escolha, afinal, essa era a vida de adulto.

Entrei no chuveiro e o coloquei na temperatura mais quente possível, mas nem a água quente era capaz de relaxar minha cabeça.

Eu estava esgotada de toda aquela situação na minha vida, e mais esgotada ainda de algumas pessoas não entenderem porque sempre ser apenas a amante ou a lésbica pegadora não me fazia bem... afinal eu também tenho sonhos e objetivos de formar uma família, e claramente meu objetivo não era ser o segredinho sujo de ninguém.

Terminei de me arrumar e fui para o escritório, peguei um café para tentar acordar, mas logo vi Kirk vindo em minha direção assim que entrei em minha sala, e sem duvidas aquele babaca era a capaz de me deixar bem acordada.

— Olha só quem chegou mais cedo hoje, se não é a pegadora Mon Armstrong. – Apenas olhei para ele com um sorriso bem forçado.

— Pode não me chamar assim, por favor. – Continuei colocando minhas coisas sobre a mesa.

— Qual é? Problemas no paraíso, Mon? – Ele perguntou puxando uma cadeira, se sentando de frente pra mim, e eu me sentei em minha cadeira.

— Kirk, quando foi que viramos amigos? Ou quando eu te dei tanta intimidade? – Ele deu risada.

— A rainha das mulheres está de mal humor hoje. Que foi, os dedinhos não foram suficientes ontem?

— Kirk, o dia que você entender que sexo não tem haver com essa merda que você tem no meio das pernas, sua cabeça explode. Fala logo o que você quer, não estou de bom humor para aguentar você hoje.

— Adoro mulheres com garras. – Ele falou, eu ameacei levantar e ele fez sinal de calma. – Só queria que fosse uma colega de trabalho como todos, me desse um bom dia e perguntasse se eu estou bem. – Respirei fundo, olhei para baixo e para ele novamente.

— Tudo bem? – Forcei a simpatia.

— Sim, mas garanto que nunca vou estar bem como você.

— Não entendi.

— Mon, por mais que você esteja de mau humor hoje, garanto que sua vida é muito melhor que a minha. Estou casado há anos com a megera frigida da minha mulher. Ela já não é interessante há muito tempo e você pode ter quem quiser e quando quiser.

— Primeiro, é nojento a forma que você se refere a sua mulher, e segundo, eu tenho certeza que você não é o tipo fiel. – Ele sorriu com uma cara de safado, que minha vontade era enfiar meu sapato na garganta dele.

— Trair ela é o que me faz aguentar esse casamento, mas isso não me livra de ter que comer ela às vezes, e isso é uma tarefa árdua.

— Kirk, você me dá nojo, sabia? E pelo que as pessoas que conhecem sua esposa dizem, ela não é feia.

— As pessoa tendem a confundir elegância com beleza e ela é totalmente sem sal na cama.

— Definitivamente você é um babaca. – Eu daria tudo para ter uma esposa e um filho, uma família pra chamar de minha, e aquele idiota agia daquele jeito. – Se você não se importar, eu preciso trabalhar. Tenho vários processos para revisar. Mas se quer um conselho, tente ser decente com sua esposa, a maternidade pode ter tirado algumas coisas do lugar, mas ela deu a vida ao seu filho. – Olhei bem ele. – E vamos combinar que você também não tem o melhor corpo, né?

Catfish | Monsam VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora