Capítulo 5

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Ele levou a xícara de café aos lábios enquanto o jornal a sua frente parecia seu salva-guarda. Os olhos azuis fitaram para o outro lado da mesa enquanto o sonho promíscuo que tivera com a viúva do falecido alimentava sua mente. Ele não conseguiu conter o leve rubor que tomou seu rosto, então voltou a focar-se no jornal, com as notícias da capital.

Hinata, que percebera que aquela não era a primeira vez que ele a olhava, baixou seu olhar para si, pelo vestido negro que usava e ao seu derredor. Estava incomodada.

Então para sua surpresa, que disfarçava o incomodo que ele a causava, viu o maldito Uzumaki olhando para ela outra vez por cima do jornal, enquanto a face tornava a ficar vermelha muito rápido. No limite do seu incomodo, ela chamou sua jovem criada e baixinho resmungou:

— Tem algo errado comigo, meu cabelo ou minhas roupas? — Tenten, no entanto, negou com grande estranheza, afinal, Hinata encontrava-se como sempre estivera.

Quando a jovem de cabelos chocolates se afastou, Hinata olhou para o loiro com mais firmeza, notando esse estar muito mais vermelho que antes. Então levada por seu instinto zeloso, a mulher levantou-se e caminhou rapidamente até o outro lado da mesa, ficando quase colada ao jovem coronel, enquanto sua mão tocou a testa desse, aferindo sua temperatura, mal sabendo que ela fizera foi piorar o estado do Uzumaki, já que, com sua altura, seus seios estavam praticamente contra a face de Naruto.

Pânico, foi isso que ele sentiu, principalmente quando dentro de suas calças, o que não deveria reagir, parecia não ter sido avisado desse indecoro e começava a alumar-se para o desespero do loiro.

— O que está fazendo? — bradou constrangido a empurrando ligeiramente.

— O senhor está quente e vermelho como um pimentão. Me parece doente. Tenten, mande preparar um chá para o coronel. Será que também pegou febre-amarela? — ela tornou a tocar-lhe a testa, mas ele empurrou a mão de Hinata lhe encarando os olhos perolados.

— Vira essa boca e pragueja para lá, maldição. E não preciso da porcaria de chá nenhum, estou ótimo, é apenas o clima quente.

— Está nublado do lado de fora, senhor Uzumaki — ela franziu o cenho.

— E-eu estou com calor — desconversou enquanto tomava o jornal entre os dedos novamente, tentando ignorá-la, ou o cheiro de água de lavanda que ela tinha.

Hinata, como se finalmente entendesse algo, ao notar o ligeiro volume nas calças do homem — algo que ela não deveria nem ter olhado para as partes, para início de conversa — resolveu opinar:

— Oh... é algo de homens? Nesse caso, sugiro um bordel. Tem um em Ame, não deve ser como da capital, mas deve ajudá-lo. É perigoso reter suas necessidades.

Ele abaixou o jornal de uma vez, totalmente constrangido e de boca aberta com aquela mulher.

— Céus! A Senhora é muito petulante, irritante, e possui uma língua imprópria para uma mulher de respeito!

Ofendida, ela cerrou os olhos. Que homem mais ignorante e ingrato, ela tentava o ajudar e era essa a paga?

— E o senhor é mimado, desengonçado, arrogante e fraco! — desatinou a falar, enquanto cruzava os braços, o encarando com aquele olhar hostil e enfezado.

— Fraco?! Oh não! — ele praticamente amassou o jornal diante daquilo. Que audácia era aquela, daquela mulherzinha? Falar de suas intimidades e chamá-lo de... de... fraco?

— Tenho mais o que fazer — ela não queria estender aquela briga, mais uma? Não e não! — Quer saber? Tomara que seja realmente uma gripe, ou uma doença venérea que o mande para o raio que te parta!

A viúva do coronelOnde histórias criam vida. Descubra agora