Capítulo 6

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Quando ela se ajoelhou no confessionário diante do padre do outro lado daquela pequena janela, Hinata puxou o ar tão densamente, que parecia que sufocaria em algum momento. Duas vezes ao ano ela costumava fazer sua confissão e aquele era um desses momentos.

— Senhora Uzumaki — cumprimentou o homem de cabelos grisalhos e ar divertido e leve que possuía.

— Perdoa padre, porque eu pequei — iniciou ela, enquanto pensava em todas as suas transgressões, e a medida que as citava, a coisa parecia apenas... corriqueira para o padre Jiraya, até que Hinata uzumaki começou a falar dele, de Naruto, e de como sua chegada as terras do redemoinho simplesmente viraram o mundo da viúva de pernas 'pro ar. — Eu não sou como sou perto dele, padre. Me vejo... irritada e intimidada. Ele é um estranho em meu teto e às vezes eu apenas quero... — ela se calou pensando em como tais palavras eram pesadas — ele é um homem arrogante, infeliz e mimado. Além de tudo, é odioso e desrespeitador.

— Ele tem faltado-lhe com respeito que se deve, minha filha?

— Em palavras, padre. Ele... me trata como uma megera. — Jiraya gargalhou.

— Talvez esteja ainda com o coração muito carregado pela morte de seu marido, e isso tem pesado em seu discernimento.

— Padre, eu... não sei se posso lidar com ele, não até meu luto se acabar. Penso que talvez me enclausurar é melhor, mas... — ela respirou profundamente — eu tentei ajudá-lo, mas ele é odioso, eu o odeio padre, odeio tanto, que...

— Minha filha, lembre-se da mulher que é, de sua gentileza e cuidado, da sua empatia e caridade... não o pague ódio com ódio.

Choramingando, Hinata torceu os lábios em um bico quando disse.

— o problema, padre, é que eu não quero devolve o ódio com o ódio...

— Muito bem

— Eu quero devolver com um tiro de rifle, padre.

Assustado, o homem abriu a janela encarando Hinata.

— Não diga tal atrocidade! Conheci você ainda uma menina quando veio como a esposa do falecido coronel. Sei da bondade e coragem do seu coração, senhora. — ele respirou — está vivendo um momento muito difícil, não teve filhos, infelizmente, mas os planos de Deus são...perfeitos sempre. Precisa ter calma, paciência e fé. Em vez de pensar o mal do novo coronel, reze, ore para que Deus o oriente, para recuperar o prestígio das terras, para que a senhora seja bem cuidada sobre as graças dele, mesmo quando esse vier a se casar. Talvez seja a missão de Deus para a senhora.

Ela não gostou daquela linha específica de pensamento do padre, mas nada disse.

— Devo me manter calada e me... recolher?

— Deve ser justa e mansa, como Deus fez as mulheres. Para ser acalanto e pilar do lar.

...

Aquele retorno foi extremamente silencioso para ambos, Hinata apenas preocupava-se com o dia se pondo do lado de fora enquanto Naruto tinha tantas coisas me mente que aprendeu, viveu e ouviu dos comerciantes e da cidadela que esteve, por uma instante, sentiu falta dos amigos, alguém para conversar e compartilhar. Talvez Kiba pudesse ajudá-lo ali, não é? Ele era um especialista. Bom, talvez uma carta para amigo e uma visita não faria mal algum.

— Como foi a missa? — perguntou de repente. Hinata não o olhou, mas notou-a respirando profundamente.

— Esclarecedora e gratificante.

— Hm...

— Eu tomei a liberdade de pedir ao Dujor Choji, para levar algumas amostras de tecido para o senhor amanhã, já que mandou trocar todos os tecidos da casa.

A viúva do coronelOnde histórias criam vida. Descubra agora