Ela estava séria e centrada, ele podia notar. Certamente todo o inconveniente ocorrido naquelas terras contribuiu para algo rui. Kiba gostaria de ouvi-la por longas horas, ou apreciar novamente o sorriso honesto e real da mulher. Ele estava ansioso com o fato de partilharem experiências, ele adoraria recebê-la no curral e discutirem sobre manejo, ouvi-la reclamar do que não gostava ou admirar algo novo que aprendia.
O tempo se foi, talvez em outra oportunidade menos ruim, não é? Embora ele duvidasse que se encontrariam espontaneamente no futuro. Aliás, dado aos último dez dias ele duvidava até mesmo de Naruto ter outro encontro com a mulher quando ela deixasse aquelas terras.
— Senhora, foi um imenso prazer conhecê-la. Agradeço a gentil hospitalidade. — Ele curvou-se a ela que nada respondeu, apenas assentiu levemente, permanecendo protocolarmente parada aguardando que ele se fosse.
Os olhos castanhos de Kiba voltaram-se então para o loiro que estava sério, amargurado e um tanto sobrecarregado nos últimos dias.
Ele entendia bem o porquê. Paixão poderia acabar com um homem. Minguá-lo sem comer, sem dormir. Atormentá-lo como um fantasma ou um monstro embaixo da cama. Ainda mais para um homem que jamais apaixonou-se na vida e sequer era capaz de reconhecer as nuances de um amor, ainda mais um intenso.
— Uzumaki — ele abraçou cordialmente o amigo — Foi muito bom revê-lo. Sai admirado com o potencial de suas terras e a disposição para ajudá-lo. Sei que fará grande coisas ainda, tem uma boa visão — ele olhou para Hinata de modo disfarçado — uma grande visão para negócios valiosos e... — ele baixou o tom de voz de modo que apenas eles ouviam — tem uma valorosa companheira na jornada. Uma mulher forte é o alicerce de um grande lar e de... um grande homem. Invejo-o.
— Hinata me odeia mais do que antes.
Kiba sorriu ladino...
— É... odeia mesmo, mas sabe, essas são as melhores.
Ele acenou e finalmente entrou em sua carruagem, seu assovio falhou na proposta, e enfiando a cabeça para fora ele gritou:
— Akamaru, vem logo!
Mas o cachorro parece virar o rosto e seguia sentado quieto ao lado da lady daquela casa.
Ela sentiu o rosto aquecer um pouco, mas curvando-se, acariciou o animal de pelagem clara, conversando com ele algo, e foi apenas depois disso que Akamaru levantou-se e entrou finalmente ao lado de seu dono.
Cinco dias depois, a nova boiada estava sendo recebida na fazenda, o que causou uma grande mobilização dos boiadeiros separando os garrotes em seus lugares. Separava-os por tamanho, para facilitar o manejo da engorda e tudo isso acompanhado de perto pelo coronel, no entanto esse, apoiado e quase debruçado sobre uma das cercas do novo curral, parecia apenas deixar o tempo passar.
Ele deveria se sentir orgulhoso agora, já que a cidadela vinculada a suas terras crescia. Com a demanda de mão de obra tanto para os pastos e propriedade, quanto para as plantações. O caixa da fazenda seguia positivo, os empréstimos estavam sendo liquidados, e as dívidas anteriores foram todas quitadas, claro, graças a engenhosidade de Hinata ao manipular tão habilmente as contas e finanças.
À medida que se andava na cidadezinha, essa ganhava novos comércios para atender à necessidade de novos moradores, um ciclo que estava sendo impulsionado gradativamente.
Mas ele estava muito mais que infeliz, e por isso suspirou enquanto os olhos encaravam apenas suas botas. Tão avoado que sequer notou a proximidade de seu feitor.
— Tem dez doentes, mas não parece ser grave. Mandei separar — disse. Naruto demorou um minuto ou dois para apenas consentir.
— Acha que as chuvas vão atrapalhar? — perguntou e um tom baixo enquanto seus olhos erguiam-se pelo lugar agitado por bichos e funcionários.
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A viúva do coronel
Fanfic"O jornal das senhoras sempre prezou por mulheres incríveis na nossa sociedade, por isso, as mais procuradas são as dotadas de todas as qualidades confiáveis que tornam uma mulher única e valorosa para seu homem, nota-se: Ela é amável e obediente." ...