Um novo emprego. Uma oportunidade. Uma nova vida.
Do subúrbio de Seattle, uma jovem começa em seu novo emprego em uma das maiores empresas de marketing do país com um único objetivo em mente: ficar rica, custe o que custar.
Entretanto, conquistar...
- Vocês foram escolhidos para trabalhar na Extreme Quality por uma razão: eram os melhores de suas turmas.
O chefe falou, sua voz grave, firme e autoritária.
- Aqui vocês não terão moleza, somos uma empresa séria e que preza pela qualidade de nosso trabalho.
Observei seus olhos verdes, finos, sérios, frios.
- Vocês devem agradar os clientes e somente a eles.
Ele dispunha das mãos nos bolsos do terno azul marinho, percebi os braços fortes, mesmo por baixo do tecido.
- Não vou dar importância se puxarem meu saco, mas, conforme tratam bem os clientes, aumentarão minha confiança em vocês.
Esse é o lance dele então.
- Quaisquer dúvidas, deverão tirar com a senhorita Leon, ela é sua superior quando eu não estiver presente e o assunto não for tão importante.
A loira sorriu ao lado dele, gentil demais para o meu gosto.
- Aproveitem a oportunidade que estão recebendo.
Ele ergueu a taça, superior, em um brinde.
A bebida era mais cara do que eu provavelmente poderia pensar. Todo aquele lugar exalava luxo, riqueza, poder. Aquele homem cheirava a dinheiro.
O relógio vintage na parede fazia o seu "ding-dong", balançando pra lá e pra cá, indo e vindo, e alguns homens paravam para olhá-lo como se fosse a coisa mais incrível no mundo.
Sobre a mesa principal um tablet maior que um microondas exibia as notícias daquela manhã terrível de segunda-feira. Pude ler nitidamente as palavras subúrbio, morte e tráfico de drogas.
Respirei fundo, tentando manter a calma para não sair dali naquele momento. Era claro que eu não me encaixava ali, mas não nítido.
Eu não podia ser franca, não podia ser transparente, eu tinha que ser aquela mulher que encheria os olhos deles de expectativa, e desejo.
Fui ao banheiro, conferi as ondas dos meus cabelos negros, retoquei o batom nude e ajustei o cinto preso na saia do terninho preto.
Tudo rápido demais, mas eu estava linda.
Eu sou linda - repeti para mim mesma.
Contando com isso, dei meu melhor sorriso amigável a todos que encontrava, cativando e castigando cada um daqueles administradores que não podiam me ter.
Sorri mais, não ao passar pelo chefe, mas sim pela nossa "superior", educada e muito bem vestida. Mais que a maioria ali.
Era outra mimada riquinha de merda. Mais fácil ainda de enganar.
Mesmo assim, engoli meu desprezo e foquei no meu único objetivo ao entrar naquela empresa.
Eu sabia o que precisava fazer: ficar amiga da tal senhorita Leon. Depois eliminar sua concorrência.
Custasse o que tivesse que custar. Eu já tinha dívidas demais mesmo.
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