Before
Acontece que batizar uma bebida era muito fácil. E ali, no meio da badalação, da música e da dança ninguém jamais pararia para reparar qualquer coisa estranha.
Cora e Esiko não repararam, e isso era o que realmente importava.
O ritmo latino era quente, contagiante, envolvendo até os que não queriam se deixar levar. Cora e eu dançávamos, permitindo que nossos corpos se tocassem sensualmente, enquanto eu deixava encaradas na direção do namorado bêbado da minha amiga embriagada.
As íris verdes se tornaram portadoras de uma escuridão que não fazia ideia de estar ali, o copo de bebida na mão permanecia intacto enquanto ele umedecia os lábios com a língua.
Ramonne, uma das pessoas que havia pedido - contratado - para estar ali naquela noite, se aproximou de Cora quando Esiko também se aproximou de nós.
Virei mais de costas para a moça, nos colando e dançando até o chão, provocante, recebendo toda atenção do alemão.
Foi rápido demais, como era para ser.
Ramonne agarrou Cora, a puxando para outro lugar, e Esiko me agarrou, me puxando para o corredor do banheiro.
Ele buscou meus lábios com pressa, mordendo de leve aquela região enquanto eu passava as mãos por seu corpo. Havia um banheiro, ao qual ele me conduziu e me ergueu do chão, me pondo sentada na pia.
Ergueu meu vestido e abri sua blusa, apreciando seu peitoral e encontrando pela primeira vez a tatuagem de asa presente nas costelas.
Arfei quando me tocou, gemi quando entrou em mim e ainda mais quando chegamos ao ápice, mas aquilo não bastava, nada daquilo era muito. Ele queria mais, eu queria, nós tínhamos que ter mais.
Coloquei o vestido, ele colocou a roupa de qualquer jeito e saímos como dois adolescentes bêbados pelos fundos, evitando olhares curiosos e embarcando no primeiro táxi rumo a sua cobertura.
Esiko cheirava a bebida, os sinais nítidos de sua embriaguez podiam ser vistos do outro lado do mundo.
O elevador subiu com nossos corpos ardendo em chamas, sem cuidado nenhum, exigindo estarem colados um no outro, como se qualquer segundo fora daquela quentura fosse nos prejudicar.
Apesar de bêbado, seu cuidado se sobrepunha à brutalidade de que eu tanto tinha medo que ocorresse e, quando entramos para seu apartamento, todo o resto havia ficado para trás.
Éramos nós, somente nós e nada nem ninguém no nosso caminho.
Deixei que fizesse tudo o que queria, não permitindo que tomasse cuidados excessivos, eu sabia o que tinha que fazer, no que aquilo teria que resultar. Então simplesmente permiti.
Permiti até ele se cansar, até ele dizer que estava bom e cair no sono. Pela manhã, parti antes que acordasse, deixando um bilhete "inocente" com um pedido de desculpas por ter que sair antes dele despertar.
Me senti péssima, a pior pessoa do mundo, ainda mais quando Cora me ligou chorando e dizendo que havia traído o namorado. Mas Aranella me lembrou que eu tinha feito o que tinha que fazer, que eu, que nós, tínhamos uma meta, e precisávamos cumpri-la.
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Now
Era óbvio que dormir era algo impossível após conhecer um príncipe e um rei, ou melhor ainda, ser chamada de "querida" e de "duquesa" por eles.
Minha cabeça estava a mil, meus pensamentos se atropelavam, um por cima do outro sem nenhuma educação. Tudo era bonito, tudo era muito como um conto de fadas, até a desconfiança bater em minha porta.
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Black Rose
RomanceUm novo emprego. Uma oportunidade. Uma nova vida. Do subúrbio de Seattle, uma jovem começa em seu novo emprego em uma das maiores empresas de marketing do país com um único objetivo em mente: ficar rica, custe o que custar. Entretanto, conquistar...