Abracei minha irmã, a apertando como se não fosse vê-la nunca mais na vida, porque era essa a plena sensação de agonia que me dominava.
Eu podia chorar, juro que quis e estava quase o fazendo, mas aquele punhado de advogados e seguranças ao nosso redor me deixava muito desconfortável para isso.
Com um cuidado sofrido, Aranella se distanciou pouco de mim, acariciando meus cabelos e me dando um beijo na testa, seus olhos negros como os meus espelharam a minha imagem quase fraca.
- Toma cuidado, maninha, e não faça nada que eu não faria - me piscou e eu sorri. - Mas sério, Sunayna, - me encarou fundo - não perca essa oportunidade, ok?
Concordei com a cabeça e vi o meu "marido" me chamando já apoiado na porta do carro preto.
- Eu preciso ir, o Esiko está me esperando - sorri, lhe dando um último abraço.
- Espero que ter esse sobrenome bizarro colado no seu, valha alguma coisa - a moça cochichou no meu ouvido.
Não tive tempo de dizer mais nada, em menos de segundos entrei no banco de trás do carro, esperando que Esiko fechasse a minha porta e copiasse meu ato.
Assim que ele entrou, notei a troca de olhares com o motorista, que já o mirava pelo retrovisor.
Coloquei o cinto enquanto ele e o homem falavam algo em uma língua que eu não conhecia. Ajustei o vestido novamente, sentindo um leve incômodo na região da barriga, consequentemente, notei o anel grande e dourado em meu dedo.
Era um belo anel, com certeza renderia um bom dinheiro num penhor ou outra coisa qualquer.
Uma viagem de carro começou, ela não seria muito longa, na verdade, seria segura e breve, entretanto, aquele cheiro de carro novo me deixava mais enjoada do que eu já estava, por isso, comecei a pensar em algo absurdo demais ou engraçado demais, o suficiente para me distrair.
Encarei o homem de roupa preta ao meu lado, sério encarando o lado de fora pelo vidro fumê. Novamente pensei em como aquele cara cheirava a riqueza.
- Thari - disse.
Esiko franziu os cenho, virando a cabeça para me encarar.
- O que?
- Apelido - dei de ombros. - Você tem cara de Thari - sorri, mas não vi nenhum tipo de humor em seu rosto. - É que pensei que, como estamos casados, eu poderia...
- Pare de pensar, Sunayna, faça esse favor.
Sendo rude como era, virou a cabeça novamente para o vidro, detendo a atenção em qualquer coisa que fosse mais interessante que eu, o que aparentemente tudo era.
Nós chegamos no restaurante calados e prontos para em breve sair de Seattle, mas eu só queria ficar lá, num lugar que eu conhecia, onde havia milhares de rotas diferentes que eu sabia de cor, ruas e lugares que eu conhecia de cabo a rabo, caso aquela merda toda ficasse insuportável. Mas o meu mais novo marido não queria passar a lua de mel ali.
E eu, pessoalmente, não queria passar mais um segundo do lado dele.
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Germany, November 21st
Pegamos o voo à uma da tarde, logo depois que almoçamos com todas aquelas pessoas desconhecidas, e, às uma da manhã, estávamos desembarcando em algum hotel de algum lugar que eu estava cansada demais para poder sequer notar.
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Black Rose
RomanceUm novo emprego. Uma oportunidade. Uma nova vida. Do subúrbio de Seattle, uma jovem começa em seu novo emprego em uma das maiores empresas de marketing do país com um único objetivo em mente: ficar rica, custe o que custar. Entretanto, conquistar...