Um homem loiro, muito bonito, descia as escadas, exatamente do mesmo jeito que Esiko fazia, me dando uma leve impressão de que fosse uma versão mais velha do duque.
Ele tinha um sorriso largo no rosto e se diferenciava do filho em uma coisa: o modo tranquilo.
- Sunayna, esse é Andreas, príncipe de Anhalt e meu pai - o moreno estendeu a mão para o mais velho, quando ele parou ao pé da escada.
No instante em que o loiro abriu os braços, diminuindo a distância, Esiko se aconchegou em seu abraço, sorrindo contra seu peito.
Eu, como uma idiota, ainda estava com a boca entreaberta por realmente estar conhecendo um príncipe.
Sentia que minhas sapatilhas de bico pretas estavam opacas e que iriam deslizar a qualquer momento.
Quando os olhos azuis do homem foram focalizados em mim, me curvei, sem saber ao certo o que fazer. No ato, ele riu grave, depositando uma mão no ombro do filho.
- Bonita e muito educada, também - tomando minha mão, a beijou. - Duquesa - cumprimentou e estremeci.
Eu sou uma duquesa - pensei comigo mesma só para me repreender em seguida: temporariamente.
- É um prazer conhecê-lo, senhor - sorri.
Tenho certeza que Emília fez alguma coisa atrás de mim, talvez debochando, o que só se confirmou quando o príncipe trocou o foco de mim para ela.
- Algum problema, Emília?
- Nenhum senhor, só que a senhorita, ou melhor, senhora, - me virei para vê-la se embolar nas palavras - parece ainda não ter se acostumado com o novo título.
Lhe fuzilei com o olhar, querendo ter realmente uma arma ali comigo, ela não precisava ter deixado meu desconforto ainda mais evidente.
O príncipe, ainda com uma de minhas mãos entre suas palmas, sorriu, aquele tipo de sorriso cativante.
- Bobagem, querida, logo você se acostuma - me piscou e sorri novamente, concordando com um aceno. - Afinal, o que é que o amor não faz, não é?
Senti meu interior inteiro estremecer quando ele pegou a outra mão de Esiko e uniu com a minha, segurando ambas como se fosse um padre ao realizar os votos com as alianças.
Esiko me encarava, com a outra mão disposta no bolso, como se estivesse tranquilo, mas eu soube que não estava pelo modo mais agressivo que o normal com o qual me olhava.
- Se o amor de vocês for mesmo verdadeiro, o que claramente é, títulos, riquezas e tudo isso não importará.
O homem me olhou também e tive certeza que corei.
- O casamento é feito de uma coisa além de amor, e aparentemente vocês encontraram isso um no outro. E eu desejo, do fundo do meu coração, que vocês sejam felizes.
Sorri, agradecida e sentindo a culpa que não havia sentido em nenhum momento desde que havia começado aquilo me assolar.
O príncipe largou das nossas mãos e, ao contrário do que pensei, Esiko permaneceu a segurando, dando aquele típico sorriso de lado falso para mim e tomando meu braço com o seu, para seguirmos o mais velho até a sala de jantar.
Ouvi Emília comentar algo com Cássio, me fazendo pensar se era algo sobre o que o príncipe havia falado, com certeza era.
Adentrei a sala de jantar ampla, admirando como sempre o lustre quadrado no centro do cômodo. Dessa vez, diferente das outras, um homem grisalho, com terno, muito formal e de movimentos educados se levantou, abotoando os botões do paletó e sorrindo cordialmente.
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Black Rose
RomanceUm novo emprego. Uma oportunidade. Uma nova vida. Do subúrbio de Seattle, uma jovem começa em seu novo emprego em uma das maiores empresas de marketing do país com um único objetivo em mente: ficar rica, custe o que custar. Entretanto, conquistar...