Nós adentramos o casarão, a primeira coisa que notei foi a porta que devia ter sido uma árvore do céu moldada por anjos. Depois, vi o piso lustroso naquele estilo de quadrados brancos e raros triângulos pretos, indicando que aquela era de fato uma construção muito antiga.
O hall de entrada era mais belo do que eu conseguia descrever, com móveis em madeira pura, detalhes no teto e afrescos em alto relevo que me fizeram perder o ar. As paredes claras, com detalhes em dourado, me fizeram sentir no céu.
O lustre, pendurado no alto, iluminava as três outras portas que estavam ali. A primeira, do lado direito, completamente fechada; a segunda, do lado esquerdo, com um dos lados abertos; e a terceira escancarada, deixando-se revelar um outro cômodo com uma mesa redonda ampla no centro, onde outro lustre descia em espiral.
Contei os possíveis diamantes e pedras preciosas grudadas no teto, pensando que tudo ali valia mais que qualquer coisa que eu já tinha possuído na vida.
Assobiei, admirada e soltei o ar preso nos meus pulmões.
- Adeus Marketing e olá Relações Públicas - brinquei, ainda olhando cada canto.
- Eu falei que Marketing dava um bom lucro quando te contratei.
- Seu pai ser o dono da empresa deve te dar regalias - constatei o óbvio.
O moreno parou diante de mim e o encarei, havia tirado os óculos escuros que protegiam suas íris esverdeadas do sol, e não pude deixar de notar o belo contraste que sua pele bronzeada causava no ambiente.
- Não é porque você se envolveu com o seu chefe que queira dizer que você vá ter regalias, Sunayna - fez um bico ladino.
- Eu não me envolvi, a gente se casou, esqueceu?
Apontei a aliança no meu dedo da mão esquerda, deslizando o polegar pelo pequeno brilhante discreto.
- Nós nos casamos porque eu sou de uma família tradicional que pensa que, se a gente transar, a gente tem que casar. Por isso a gente se casou.
- Eu estar esperando um filho seu não conta?
Cruzei os braços esperando resposta, mas ele não respondeu, apenas me deu aquela típica encarada mortal, virou-se e entrou no cômodo que tinha uma porta aberta.
O segui, encontrando a biblioteca mais bela que eu já havia visto na vida inteira. As paredes eram prateleiras, os caminhos em forma de arco eram prateleiras, até os bancos estofados e sofás tinham prateleiras nos pés e apoios.
Quando dei por mim, três moços vestidos como os "Pinguins de Madagascar" estavam parados ao meu lado. Notei Esiko pegando algo em uma mesinha de centro, retirando um envelope dali e conferindo os papéis rapidamente antes de entregar para um deles.
- Alteza - ouvi a voz do mordomo mais novo, incerto sobre o termo e me assustei.
Encarei o alemão recém-conhecido enquanto ele entregava um copo de whisky para o meu marido que bebericou, vendo e ignorando minha expressão atônita.
- Você é um príncipe?! - Praticamente berrei ao arregalar os olhos.
- Duque de Anhalt, menina, mais respeito, não é porque casou com ele que vai tratá-lo como bem quer.
Neguei com a cabeça, tentando tirar aquela voz irritante dos meus pensamentos, achando ridículo que o advogado houvesse nos seguido até ali também.
- Seu advogado me dá ordens agora? - Debochei e o encarei mortalmente, apontando com delicadeza.
- Não, mas eu dou - me virei na direção da voz.
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Black Rose
Storie d'amoreUm novo emprego. Uma oportunidade. Uma nova vida. Do subúrbio de Seattle, uma jovem começa em seu novo emprego em uma das maiores empresas de marketing do país com um único objetivo em mente: ficar rica, custe o que custar. Entretanto, conquistar...