Capítulo 28

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Quando voltamos para casa eu estava um pouco atordoada, para ser bem sincera. Sentia-me eufórica, empolgada, estranhamente feliz. E mesmo que eu estivesse totalmente focada que essa felicidade se devia ao fato de eu ter encontrado minha mãe novamente e, ainda mais, minha mãe em uma versão ainda mais próxima do dia em que a conheci, vestida eu seus terninhos e roupas sociais de frio junto com seus casacos e sobretudos, mesmo assim preferi tentar acalmar essa inquietação dentro de mim, pois estar feliz ao ver minha mãe matando alguém, ainda permanecia sendo bem ruim. E esquisito, para dizer mais uma verdade.

Tia Zelena claramente achou meu comportamento estranho, mas apenas me lançou um olhar preocupado e fez mímica com os lábios de que, se caso eu precisasse, ela estava disponível para conversas. Agradeci com um sorriso e um olhar.

Minha avó não parava de me olhar, parecia que estava em busca de alguma coisa. Eu sempre desconfiava dela, mas como dessa vez ela estava ajudando muito com as poções de não-envelhecimento e também estava mantendo-se o menos empolgada possível em ver a Rainha Má fazendo maldades, apenas sorri para ela também e pedi para descansarmos. Ambas concordaram e encerramos aquele dia que, reafirmo, me deixara estranhamento feliz.

Peguei as fotos que tinha de minha mãe e eu no bolso do casaco fiquei ali, quietinha, admirando aquele momento. Não sei quanto tempo exatamente passou, mas quando dei por mim, tanto Zelena quanto Cora estavam dormindo e tudo estava muito silencioso. Devíamos estar no meio da madrugada.

Estávamos novamente de volta em nosso esconderijo dentro do castelo da Rainha Má e aquela sensação de euforia permanecia dentro de mim de tal forma que pensei em fazer uma loucura: ver minha mãe novamente. Aquele pensamento ficou rodando e rodando dentro da minha cabeça de uma forma muito maluca, como se eu tivesse o dever e o direito de vê-la.

Olhei novamente e vi as duas dormindo pesadamente. Tirei as cobertas bem devagar e levantei, sentando-me na cama e fechando os olhos, tentando entender tudo aquilo e já decidida não a entender o que estava acontecendo, mas sim tentando entender como eu faria para ver minha mãe nos próximos cinco minutos.

A verdade era bastante óbvia e respirei fundo, já com um plano aparentemente bem formulado na minha mente. Usei minha fumaça branca para sair do quarto direto de onde estava: ainda sentada na cama. Achei que não seria muito fácil, uma vez que todas nós sempre dormíamos meio que de sobreaviso, pois a qualquer momento poderíamos ser pegas pelos guardas da minha mãe naquele lugar. Então não pisar no chão do quarto e abrir a porta, que com certeza faria barulho, me pareceu a melhor alternativa. E segundos depois eu estava do lado de fora do quarto. Já no corredor. Já sorrindo com o que eu achava ser um super plano incrível e infalível. Já seguindo diretamente para os aposentos da minha mãe.

Passei por aproximadamente dez ou doze guardas. Achei pouco, já que normalmente a realeza, ao que eu imaginava é claro, teria mais guardas para protegê-los. Mas pensando bem, quem precisa de um monte de guardas quando se é cheia de poderes e, ainda mais, também é uma pessoa bem nervosa e explosiva como minha mãe era na época na qual caçava Snow?

Passei invisível por todos eles, porque com certeza seria melhor fazer o feitiço de invisibilidade do que ter que ficar jogando feitiço do sono em um por um. Sem contar que realmente poderia aparecer alguém para fazer mal para a minha mãe e eu teria feito o imenso favor de colocar para dormir toda a guarda real dela. Então a ideia de estar invisível me pareceu mais inteligente e estratégica.

Segui direto por alguns corredores (nossa, aquele castelo realmente era enorme e nem parece tão grande quando se olha pelo lado de fora), acho que virei a direita e a esquerda pelo menos cinco vezes cada e enfim cheguei até um salão enorme onde haviam várias portas. Minha vontade de ver a minha mãe continuava crescendo e crescendo dentro de mim. Ficava imaginando-a em seus vestidos pretos caídos pelo corpo, imponente e poderosa, como sempre. Imaginei como seria vê-la frente a frente enquanto ela estivesse vestida de Rainha Má e não apenas de Regina Mills. Senti-me inclusive incomodada com as minhas roupas. Sentia que provavelmente deveria estar melhor vestida. Mas afastei esse pensamento com tranquilidade uma vez que claramente eu apenas a veria dormindo nesse momento e não tinha pretensão alguma de acordá-la e mexer completamente com o passado.

Blanck 2 - A transformação do malOnde histórias criam vida. Descubra agora