Fiquei desconcertada com aquele vestido justamente porque realmente fiquei uma versão bem parecida da minha mãe quando era mais nova. Como eu sabia? Bom, eu já tinha visto Regina em algumas... ações... durante meu tempo pesquisando tudo sobre ela nos velhos tempos. Cora, é claro, percebeu e chegou perto de mim novamente para dizer que eu realmente parecia muito minha mãe. E ainda teve a ousadia de dizer que eu também parecia um pouco com ela, Cora. Forçou a barra, né? Respirei fundo e revirei os olhos. Acho que ela entendeu, mas se comportou como se eu tivesse agradecido gentilmente suas palavras, como se eu devesse considerar um imenso elogio ser comparada a minha avó. Que fique claro que eu não tinha nada contra sua beleza física, eu realmente sempre a achei muito bonita, elegante, digna de uma rainha. O que realmente me incomodava e me preocupada era a falta de beleza interior dela. O que, aparentemente, ela discordava.
- Eu estava pensando que você pode estar certa. – comecei e ela fez uma careta como se eu estivesse descobrindo a América. Eu realmente estava com um medo muito grande de perder a paciência com aquela criatura. Respira fundo. Respira... fundo. – Eu quero dizer em relação a não sabermos exatamente muitas das crueldades da Rainha Má. Acho que teremos mais dificuldades do que de princípio imaginei.
- Eu também não consegui acompanhar muito bem todas essas maldades da sua mãe. Não fiquei o tempo inteiro perto dela, principalmente começando pelo fato de ela fazer o favor de me banir para o País das Maravilhas. – ela mencionou, parecendo tão ofendida e injustiçada.
- Ah sim, porque você estava sendo uma mãe tão maravilhosa para ela naqueles tempos, não é? Nossa, mas que injustiça foi aquela? Foi de cortar o coração, vovó. – debochei e revirei os olhos.
- Enfim. – ela encerrou essa parte do assunto. – Precisamos pensar em alguém que realmente acompanhou a vida da sua mãe de perto, que a conhecia e conhecia seus momentos de maldade, as crueldades que ela fazia...
- Quem? Zelena? – eu ri abertamente, claramente debochando muito da situação. E nesse momento ela parou de falar, arregalou os olhos e seu queixo caiu.
- Sim! Sim! Zelena! Sim!
- Era... uma... piada. Você está louca? Já estou sofrendo por ter que passar tanto tempo do seu lado, mas adicionar tia Zelena a essa viagem dos sonhos é uma coisa que eu realmente jamais faria e...
Neste momento eu me calei. Pura e simplesmente porque entrei em choque. Cora invocou Zelena. Cora. Invocou. Zelena. CORA. INVOCOU. ZELENA. SEM. A. MINHA. PERMISSÃO. Eu realmente queria muito um excelente motivo para não pular no pescoço da minha avó naquele instante. Zelena estava lá, parada, imóvel, boquiaberta, sem entender nada e sem saber por qual motivo e onde exatamente ela estava naquele momento.
Ela olhou para Cora e, pelo visto, não gostou nada, nadinha mesmo, de ver a própria mãe. Na verdade acho que a expressão não era de raiva, mas de puro susto e incredulidade. E foi aí que a coisa ficou realmente muito mais esquisita do que eu jamais poderia imaginar: Zelena finalmente olhou para mim e, ao invés de ficar brava, nervosa, frustrada, furiosa ou qualquer outro desses sentimentos, ela simplesmente pareceu extremamente aliviada de eu estar ali com ela, relaxou os ombros, baixou a guarda, abriu um sorriso enorme e disse, realmente muito feliz:
- Blanck! Ah, graças a Deus, aqui está você!
****
Eu estava realmente muito confusa. E admito, um pouco assustada. Zelena feliz por eu estar viva e por estar me vendo? Aliviada por me encontrar no mesmo recinto que ela? Aquilo era bizarro! Simplesmente... bizarro.
Ela veio se aproximando a passos rápidos e com os braços abertos, pronta para me agarrar em um abraço e eu, instintivamente, coloquei os meus braços para frente, para bloqueá-la:
- Wow! Para aí! Mas que diabos é isso? – segurei a respiração e passava meu olhar de Cora para ela em frações de segundos.
Ela pareceu achar minha reação muito estranha e parou exatamente onde estava quando eu fiz o movimento de bloqueio com os braços. Ela abaixou os braços que antes estavam prontos para me abraçar e pareceu genuinamente chateada com a minha reação. Aquilo estava realmente esquisito demais. Zelena vindo me abraçar e chateada por eu não deixá-la chegar perto de mim? Acho que Cora tinha na verdade me transportado para outro universo e não para a Floresta Encantada que nós conhecíamos. Por que mesmo eu confiei na minha avó, meu Deus?
Mas de repente, cerca de três ou quatro segundos depois, Zelena pareceu entender meus receios e, olhando diretamente para mim com uma expressão de quem acabara de entender quanto era dois mais dois, exclamou:
- Espera um minuto... quando foi a última vez que você me viu?
- Que pergunta mais louca. – declarei, arregalando os olhos.
- Blanck, você acabou de lançar um feitiço de esquecimento em uma população inteira logo depois de derrotar sua tia que avançou loucamente contra sua mãe. Até onde sabemos, você não voltou tão cedo para casa e retirou esse feitiço. Ou seja, Zelena não faz a menor ideia do motivo pelo qual você não tem muito prazer com a presença dela. – mencionou Cora.
- Oh! – concluiu Zelena, parecendo bastante aborrecida. – Então quer dizer que a minha versão da história foi alterada e que na verdade você me derrotou enquanto eu tentava destruir a Regina há alguns anos atrás? Ah... sim... compreensível que você não queira me abraçar. – essa tranquilidade na resposta dela durou cerca de um ou dois segundos, no máximo. Depois disso ela voltou a arregalar os olhos. – Vocês são do passado?
- O quê? Eu sou do presente! Você também! – eu realmente estava absurdamente confusa e precisava rapidamente de ajuda e de uma excelente explicação. E finalmente Cora começou a falar.
- Zelena, essa Blanck que você está vendo na sua frente, é do passado. Ela é a mesma garota que você tentou enganar para te ajudar a destruir a Regina há muitos muitos anos atrás. – depois Cora se virou para mim. – Blanck, essa Zelena que você está vendo na sua frente, não é a mesma mulher com quem você lutou e que derrotou ontem em Storybrooke. Ela é do futuro. Mais ou menos da mesma época que eu venho. Essa Zelena... é a que eu falei que, futuramente, seria não apenas a irmã, mas também a melhor amiga da sua mãe. Será que todo mundo se entendeu agora ou eu vou ter que explicar em gráficos, língua élfica e runas antigas também?
O deboche da minha avó só não era maior do que minha surpresa naquele momento. Não deixei Zelena me abraçar, mas pelo menos abaixei meus braços demonstrando que não a estava mais bloqueando e que estava tudo bem, enquanto eu alinhava meus pensamentos. Algo me dizia que eu me acostumaria, em breve, com tia Zelena.
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Blanck 2 - A transformação do mal
FanficBlanck conseguir fazer Regina se lembrar dela era o maior sonho de sua vida. Finalmente aconteceu. Finalmente mãe e filha estão juntas novamente. Mas o que acontece quando Blanck descobre que precisa apagar a memória da mãe, para que possa voltar ao...