Capítulo 34

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Mal chegamos em nosso quarto no castelo e eu já avisei que precisava muito tomar um banho para fazer uma limpeza geral no meu corpo físico, psicológico e mágico. Aqueles enjoos eram muito esquisitos e eu com certeza não estava bem. Mas com uma limpeza de ervas da floresta, que eu sempre usava, eu tinha certeza de que sentiria um alívio considerável.

Cora se apressou em querer ajudar. Acho que ela estava com a consciência pesada por querer me arrastar para outro evento quando era tão obvio que eu não estava aguentando ficar nem em pé devido ao tamanho do cansaço em todos os âmbitos. Isso porque ela nem fazia ideia do que Zelena sabia a respeito de eu estar com pensamentos e sentimentos muito estranhos nas últimas semanas, que vinham se agravando em intensidade e quantidade também.

- Por que você não se deita e descansa enquanto eu vou buscar as ervas que você precisa? Zelena pode ficar aqui com você, caso precise de alguma coisa. Voltarei o mais rápido que puder.

Meu cansaço gritou de felicidade naquele momento porque com certeza seria ótimo que alguém pudesse pegar o que eu precisava ao invés de eu mesma ficar me esforçando mais do que claramente poderia naquele momento. Expliquei para ela todas as ervas que eram necessárias, inclusive onde encontrá-las. Mas não era um trabalho assim tão complexo, tendo em vista que além de não serem tantas ervas e elas não serem tão difíceis de reconhecer e colher, minha avó também era uma excelente feiticeira e conhecia a respeito de muitas ervas, chás e folhas, inclusive algumas as quais mencionei que gostaria para o banho.

Ela saiu para buscá-las e Zelena disse que iria revisar alguns pontos da nossa estratégia, tentando entender em quanto tempo (mínimo) poderíamos sair novamente para viajar, pensando principalmente no tal evento que todas nós achávamos importante, que era o momento no qual minha mãe, a Rainha Má, anunciou no casamento de Snow e Charming, que ela destruiria a felicidade deles, nem que fosse a última coisa que ela fizesse.

Enquanto aguardava o retorno de Cora, sentei na minha cama observando Zelena com seus próprios pensamentos e fazendo alguns feitiços no ar, traçando, analisando e determinando algumas estratégias. No início eu estava prestando atenção e acompanhando cada definição, cada decisão que ela tomava. Além de acompanhar, concordava com a maioria e já mentalmente imaginava alguns ajustes para algumas partes, mas nada que eu fosse falar agora porque realmente estava muito cansada.

A voz de Zelena foi praticamente me acalmando ainda mais e, inevitavelmente, encostei as costas na cama, um pouco de mal jeito, mas me acomodando um pouco da melhor maneira que consegui, e adormeci.

Um sono muito bom, muito tranquilo na verdade. Digo isso porque, durante o sono, fui parar em uma parte da Floresta Encantada onde, ao longe, pude escutar alguns murmúrios, sons, cantorias e risadas que, é claro, já sabia exatamente de onde vinham e onde eu estava. Fui parar na floresta onde meu pai e todos os que o seguiam, costumavam acampar. Principalmente quando tinham mantimentos suficientes para passar pelo menos uma semana sem ter que se arriscar para conseguir mais comida e bebida para se alimentar e passar os dias.

Cheguei próximo à cabana de meu pai e, pela sombra que sua tenda fazia para fora, vi que Roland estava lá dentro, dormindo. Não que eu tivesse medo de ser vista, afinal aquilo era apenas um sonho, mas dei a volta pela tenda e vi alguns homens conversando calorosamente enquanto bebiam, comiam e riam despreocupadamente:

- Hoje é um dia de festa! – um deles disse.

- Muita festa! Hoje a Rainha Má não terá vez! Hoje é o início do fim do reinado dela. – outro continuou.

- Mas que dia é hoje, papai? – uma das crianças perguntou.

- Hoje é o dia do casamento de Snow e Charming. Está acontecendo agora mesmo no castelo. Hoje é o marco de que o bem sempre vence. – outro dos homens respondeu a criança.

Blanck 2 - A transformação do malOnde histórias criam vida. Descubra agora